Ivanka, Donald Jr. e Eric farão parte da força-tarefa que decidirá quem preencherá os cargos mais importantes do governo. Eles assumem também o controle dos negócios da família.
Anúncio
O presidente eleito americano, Donald Trump, nomeou nesta sexta-feira (11/11) três de seus filhos e seu genro para fazerem parte da equipe de transição de governo, que, chefiada pelo vice Mike Pence, definirá quem preencherá os mais altos cargos em Washington.
O anúncio foi feito logo depois que os assessores de Trump se reuniram na Trump Tower, em Nova York, para começar a avaliar candidatos para o gabinete. O magnata terá que preencher 4 mil vagas após assumir o cargo, em 20 de janeiro do ano que vem.
"A missão de nosso time será clara: juntar o grupo mais qualificado de líderes bem-sucedidos para implementar nossa agenda de mudança em Washington", disse Trump em comunicado.
Ivanka, Donald Jr. e Eric, além de Jared Kushner, genro de Trump, farão parte de uma equipe de 16 nomes, entre políticos e assessores, chefiada por Pence, para montar o futuro gabinete de governo.
O magnata confiou em um pequeno círculo de aliados e membros da família durante a campanha. E, segundo ele, essas pessoas continuarão a desempenhar um papel importante na transição de governo.
Seus filhos e genro assumirão também o controle dos negócios do magnata pelos próximos quatro anos. Trump argumenta que, embora eles estejam envolvidos na formação do gabinete, isso não violará as leis de conflito de interesses.
Nomes cotados
Analistas concordam que Trump precisa de nomes de peso e que conheçam os bastidores do poder, para compensar a falta de experiência política do bilionário. O chefe de gabinete deve ser o primeiro anunciado. E quem parece ter as melhores cartas é Reince Priebus, presidente do Comitê Nacional do Partido Republicano, e Corey Lewandowski, ex-coordenador da campanha presidencial de Trump e atual comentarista da CNN.
Como secretário de Estado, se fala em Newt Gingrich, conservador de direita, ex-presidente da Câmara e defensor ardoroso de Trump. Também é cotado Bob Corker, senador pelo Tennessee e presidente da comissão de relações exteriores do Senado. Também se comenta que Trump pensa ainda em John Bolton, ex-embaixador dos EUA na ONU e descrito como neoconservador.
Para a pasta da Defesa, são lembrados o general de três estrelas reformado Michael Flynn e o senador Jeff Sessions, do Alabama. Flynn foi um dos mais próximos assessores do magnata nova-iorquino durante a campanha eleitoral. Ele participou várias vezes como perito em programas do canal Russia Today (RT), onde, entre outras coisas, defendeu uma maior cooperação entre os EUA e a Rússia na luta contra o "Estado Islâmico". Já Sessions foi um dos primeiros senadores a apoiarem Trump. Ex-oficial do Exército, ele é membro da comissão de defesa do Senado.
Também aparece nas apostas ministeriais a ex-candidata a vice-presidente e ex-governadora do Alasca Sarah Palin, como possível secretária do Interior.
Para secretário de Justiça ou para procurador-geral, o governador de Nova Jersey, Chris Christie, é um dos nomes lembrados, ele que já havia sido cotado temporariamente para a vice-presidência. Entretanto, Christie é considerado politicamente enfraquecido, devido a um escândalo em seu estado, o chamado Bridgegate. O nome mencionado mais frequentemente para o cargo é Rudolph Giuliani. O ex-prefeito de Nova York também foi ativo na campanha de Trump.
Steven Mnuchin, ex-executivo do Goldman Sachs, pode se tornar secretário do Tesouro. Ele foi tesoureiro de campanha do bilionário. Mnuchin é politicamente inexperiente, mas a mídia dos EUA afirma que ele pode ajudar a fazer uma ponte com a população judaica. Também é lembrado o nome do bilionário Carl Icahn, presidente das Icahn Enterprises.
RPR/ots
Trump: populista, milionário, presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário, autor de best-seller, estrela de televisão e muitos não o levavam a sério. Mas ele foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos. Conheça sua trajetória.
Foto: picture-alliance/dpa
A família, seu império
Trump com a família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores " do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
1984
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e cassino em Atlantic City. Este foi apenas um dos investimentos que tornou Trump bilionário.
Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lederhandler
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após sua morte, em 1999, Donald e seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"Very good, very smart" (Muito bom, muito inteligente)
É o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a universidade de elite Wharton (foto), na Filadélfia, onde se formou em 1968.
Foto: picture-alliance/AP Photo/B.J. Harpaz
Capitão Trump
Antes disso, quando tinha 13 anos, seu pai o havia enviado para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
Dispensado da Guerra do Vietnã
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietnã.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, primeira esposa
Em 1977, Trump se casou com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Família número 2
Em 1990, Trump se divorciou de Ivana e se casou com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A arte de negociar
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção da mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. Em seu programa "O Aprendiz", os candidatos eram contratados ou demitidos. Sua frase favorita no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Trump na política
Na verdade, ele quase não teve uma carreira política. Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou sua candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. Seu slogan: "Faça a América grande outra vez". A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e sadversários políticos.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos
O populista e showman é agora o novo presidente dos Estados Unidos, o que muitos não poderiam sequer imaginar. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.