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Trump oficializa tarifas à importação de aço e alumínio

9 de março de 2018

México e Canadá são poupados das taxas inicialmente. Casa Branca afirma que outros países podem solicitar isenções se conseguirem resolver ameaça que suas exportações representariam aos Estados Unidos.

Trump mostra documento que impõe taxação do aço e do alumínio
Trump oficializa taxação em ato que contou com a presença de trabalhadores do setor siderúrgicoFoto: Getty Images/AFP/M. Ngan

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (08/03) a imposição de tarifas à importação de aço e alumínio. A Casa Branca anunciou que México e Canadá foram, por enquanto, excluídos da medida.

"Não tomamos estas ações por escolha, mas por necessidade", afirmou Trump, na Casa Branca. O presidente acrescentou que a melhor saída para as empresas escaparem da taxação é abrir fábricas nos Estados Unidos.

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As tarifas de 25% nas importações de aço e 10% nas de alumínio, materiais que são essenciais para os setores de construção e manufatura, entram em vigor em 15 dias. México e Canadá foram poupados inicialmente das taxas. A decisão final sobre esses países depende da renegociação em curso do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). 

"Tenho a impressão de que vamos conseguir um acordo sobre o Nafta. Se o alcançarmos, não haverá tarifas para Canadá e México", ameaçou Trump.

O governo americano deixou aberta a possibilidade para países solicitarem isenções, mas não revelou os critérios para a concessão desse benefício. A Casa Branca, porém, disse que a isenção será concedida àqueles que conseguirem resolver a ameaça que suas exportações representam aos EUA.  Segundo Trump, países que tratarem os Estados Unidos "de maneira justa no comércio" podem ser aliviados da tarifa.

O presidente exigiu também concessões da União Europeia (UE), reclamando que o bloco trata com de forma injusta os carros americanos. Trump ameaçou aumentar as tarifas para a importação de automóveis europeus.

Para justificar a taxação do aço e alumínio, Trump argumentou que as taxas protegem os produtores americanos e devem fomentar a criação de postos de trabalho. 

Críticas até de republicanos

A decisão americana revoltou a comunidade internacional. Após o anúncio da taxação na semana passada, vários países disseram que não ficariam de braços cruzados e que estabeleceriam tarifas e barreiras comerciais a produtos dos Estados Unidos. A UE e diversos países, como China, Brasil, México, Canadá e Índia, alertaram que a decisão poderia provocar um efeito dominó e pediram ao governo americano que desistisse da ideia.

A tarifa é polêmica também entre os republicanos. Após a assinatura, o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, condenou duramente a decisão. "Não concordo com essa ação e temo suas consequências. Continuaremos pedindo à administração para que reduza essa política e a concentre apenas naqueles países e práticas que violam o direito comercial", ressaltou.

O senador republicano Jeff Flake afirmou que apresentará um projeto de lei para anular a taxação e disse que a decisão de Trump é letal para o crescimento econômico.

Na Europa, o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, lamentou a decisão de Trump e disse que há apenas perdedores numa guerra comercial. Le Maire afirmou que a UE avaliará os impactos da taxação na indústria europeia e responderá de maneira apropriada.

A comissária europeia do Comércio, Cecilia Malström, afirmou que o bloco deveria ser isentado das tarifas. "A União Europeia é um aliado próximo dos Estados Unidos", disse. Ela acrescentou que pedirá "mais clareza" sobre a questão nos próximos dias.

CN/rtr/efe/lusa/afp

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