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Trump parabeniza Erdogan por referendo

18 de abril de 2017

Presidente dos EUA felicita líder turco por vitória do "sim" em consulta popular sobre introdução de sistema presidencialista. Gesto ocorre em meio a críticas de observadores sobre irregularidades no pleito.

Trump ao telefone
Por telefone, Trump parabenizou Erdogan por sucesso de referendo constitucionalFoto: picture-alliance/dpa/A. Guerrucci

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou nesta segunda-feira (17/04) seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, pela vitória do "sim" no referendo constitucional realizado no dia anterior na Turquia, o qual ampliou os poderes do líder do país.

"Trump telefonou a Erdogan nesta noite e o felicitou pelo sucesso do seu referendo", divulgou a agência de notícias estatal turca Anadolu, citando fontes da presidência turca.

Leia mais: Erdogan enfrenta sociedade dividida após referendo

Em comunicado, a Casa Branca disse que os dois presidentes discutiram sobre a "necessidade de cooperar" contra o terrorismo e o grupo "Estado Islâmico" (EI) e concordaram sobre a importância de responsabilizar o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad.

Segundo dados preliminares, o "sim" ganhou na Turquia com 51,4% dos votos, num referendo contestado pela oposição e criticado por observadores internacionais. Cerca de 2,5 milhões de votos suspeitos poderiam ser falsos, dizem políticos da oposição, que prometeram impugnar os resultados por violação da lei eleitoral.

O gesto de Trump contraria até mesmo o posicionamento do porta-voz do Departamento de Estado americano, Mark Toner, que demonstrou preocupação com irregularidades apontadas pela Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Apoiadores de Erdogan comemoram resultado de referendo

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A missão de observadores avaliou que a decisão do conselho eleitoral turco de considerar válidos votos que estavam sem o selo oficial pode ter aberto brechas para fraudes. A Assembleia Parlamentar do Conselho Europeu considerou que o referendo não correspondeu aos padrões internacionais, com parcialidade da mídia e uma campanha distorcida em favor do "sim".

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, evitou criticar o referendo, dizendo que os EUA aguardam a revisão dos resultados por uma comissão internacional. "Eles têm o direito de ter eleições, e a população participou. Antes de começarmos a nos envolver com o sistema de governo deles, vamos deixar a comissão fazer seu trabalho", afirmou.

Traços autoritários

Erdogan classificou as críticas de observadores internacionais sobre o referendo de "politicamente motivadas" e disse que a votação foi a mais democrática já ocorrida num país ocidental.

O governo do presidente turco tem ganhado cada vez mais traços autoritários desde a tentativa de golpe frustrada no ano passado. Erdogan pretende realizar um referendo sobre a retomada da pena de morte na Turquia, abolida em 2004.

A vitória do "sim" no referendo constitucional significa a substituição da atual democracia parlamentarista por uma presidência executiva de grandes poderes, a partir de 2019, e poderá fazer com que Erdogan permaneça no cargo até 2029.

O resultado oficial deve ser divulgado na próxima semana, mas o chefe do Supremo Conselho Eleitoral já adiantou que a aprovação da reforma foi validada e que os votos classificados como suspeitos são "autênticos".

KG/efe/lusa/ap

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