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Trump quer enviar militares à fronteira com o México

4 de abril de 2018

Em reação a uma "caravana" de migrantes com destino aos EUA, presidente americano promete reforçar segurança na fronteira sul até muro ser construído. Segundo a Casa Branca, plano envolve membros da Guarda Nacional.

USA Washington - Donald Trump
Trump acusa o governo mexicano de encorajar e lucrar com a imigração ilegal Foto: Reuters/L. Millis

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (03/04) que pretende enviar forças militares americanas para garantir a segurança na fronteira do país com o México.

"Até que possamos ter um muro e a segurança adequada, vamos proteger nossa fronteira com os militares", disse Trump a jornalistas, durante a visita de líderes de países bálticos à Casa Branca. "É um grande passo. Nunca fizemos isso antes", declarou o presidente, referindo-se a seu governo.

Segundo o republicano, o assunto já foi discutido com o secretário americano de Defesa, James Mattis. Ele não especificou, no entanto, quando pretende enviar os militares. Em comunicado mais tarde, a Casa Branca informou que o plano é convocar membros da Guarda Nacional para a tarefa.

Trump vem atacando o governo mexicano há dias por conta de uma "caravana" de migrantes da América Central que estaria seguindo com destino aos EUA através do México. Estima-se que cerca de 1.500 pessoas de Honduras, Guatemala e El Salvador estejam viajando em direção à fronteira.

"A caravana me deixa muito triste. É triste que isso esteja acontecendo nos Estados Unidos, onde milhares de pessoas simplesmente decidem entrar, e não há leis que possam impedir", afirmou ele. "Nossas leis são tão fracas e patéticas que é como se não tivéssemos fronteira."

O republicano ainda criticou seu antecessor, Barack Obama, acusando-o de ter enfraquecido a segurança nas fronteiras, mas sem especificar de que forma o democrata teria feito isso.

Também foram alvos de crítica o Congresso americano, por não endurecer as leis de imigração do país, e o Partido Democrata, que Trump diz estar bloqueando o processo de construção do muro na fronteira.

Em relação ao México, o presidente acusa o governo de encorajar e lucrar com a imigração ilegal – algo que Trump prometeu erradicar em sua campanha eleitoral em 2016.

Em mensagens no Twitter no domingo, ele disse que as autoridades mexicanas fazem "muito pouco – senão nada – para impedir que pessoas entrem no México pela fronteira sul, e então sigam para os EUA". Segundo ele, os mexicanos "riem das nossas leis de imigração estúpidas". "[As fronteiras] estão ficando perigosas. 'Caravanas' estão chegando."

Trump também ameaçou cancelar o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), que os EUA renegociam atualmente com México e Canadá. "[Os mexicanos] devem parar os grandes fluxos de drogas e de pessoas, ou eu vou parar sua fonte de dinheiro, o Nafta."

Nesta terça-feira, o embaixador mexicano em Washington, Gerónimo Gutiérrez, disse ter pedido "formalmente aos departamentos de Estado e Segurança Interna dos EUA para que esclareçam os comentários do presidente".

"Compartilhamos a ideia de ter uma fronteira segura, mas nem sempre concordamos com a forma que isso deve ser feito. Em todos os momentos, o México vai agir em favor de seus interesses", afirmou o embaixador à agência de notícias AFP.

O presidente americano já havia sugerido anteriormente que os militares poderiam ajudar a financiar e a construir o muro, mas esta é a primeira vez que ele propõe que tropas americanas ajudem a proteger a fronteira de 3.200 quilômetros.

Ao longo dos últimos 12 anos, soldados da Guarda Nacional foram mobilizados duas vezes para reforçar a segurança na fronteira, tanto na gestão de Obama (2009-2017) como na de George W. Bush (2001-2009). A medida recebeu críticas na ocasião por seu elevado custo, e os militares deixaram a fronteira pela última vez em 2010.

EK/afp/ap/efe/rtr

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