Trump reconhece que Obama nasceu nos Estados Unidos
16 de setembro de 2016
Candidato republicano afirma que presidente nasceu nos EUA, mas diz que controvérsia foi iniciada por Hillary Clinton em 2008. Não há evidências de que a candidata democrata tenha feito tal questionamento.
Anúncio
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, admitiu nesta sexta-feira (16/09) que o presidente Barack Obama nasceu nos Estados Unidos, encerrando uma polêmica de cinco anos da qual foi o principal líder. "Obama nasceu nos Estados Unidos. Ponto final", declarou Trump em breve discurso em Washington.
No entanto, antes de colocar um ponto final na questão, o magnata acusou sua rival na disputa pela presidência, a democrata Hillary Clinton, de ter sido a primeira a questionar o local de nascimento de Obama – e, consequentemente, sua legitimidade como presidente.
"A campanha dela de 2008 deu início à controvérsia sobre o nascimento. Eu a finalizei. Eu a finalizei. Vocês sabem do que estou falando", afirmou Trump, referindo-se às primárias democratas em que Hillary e Obama se enfrentaram, há oito anos.
Trump vem questionando o local de nascimento do presidente americano desde 2011. No mesmo ano, Obama divulgou sua certidão de nascimento, provando ter nascido no Havaí em 1961. Não há evidências de Hillary tenha questionado o local de nascimento do presidente.
A polêmica voltou a ganhar destaque nesta quinta-feira, quando o republicano se recusou a reconhecer que Obama nasceu em território americano em entrevista ao jornal The Washington Post e afirmou que voltaria a falar da questão "no momento oportuno".
Após a publicação da entrevista, o porta-voz da campanha de Trump, Jason Miller, emitiu um comunicado dizendo que o magnata "acredita que o presidente Obama nasceu nos Estados Unidos". Miller também sugeriu que foi Trump que acabou com a polêmica ao "forçar Obama a divulgar sua certidão de nascimento", em 2011.
Porém, Trump continuou levantando a questão depois de 2011. Em agosto de 2012, por exemplo, ele escreveu no Twitter que uma "fonte extremamente credível" lhe dissera que a certidão era fraudulenta. Em janeiro de 2016, ele voltou a insinuar que duvidava das palavras do presidente, em entrevista à emissora CNN.
Hillary também se pronunciou sobre o assunto, exigindo que o candidato rival peça desculpas a Obama e a todos os cidadãos americanos por ter questionado a nacionalidade do presidente. Falando num evento em Washington com mulheres negras, a democrata acusou Trump de ter "fundado [sua campanha] com base nessa mentira absurda". Ela afirmou que o empresário "está alimentando os piores impulsos, a intolerância e o preconceito que se escondem em nosso país".
Obama, também nesta sexta-feira, disse estar muito seguro sobre seu local de nascimento e afirmou esperar que a campanha pela Casa Branca se concentre em assuntos mais sérios.
EK/efe/afp/ap
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
Foto: Getty Images/S. Olson
Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
Foto: Getty Images/W.T.Cain
A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
Foto: picture-alliance/AA
Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Reboredo
Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
Foto: Getty Images/AFP/R. Arangua
Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
Foto: Getty Images/J.-J. Mitchell
Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
Foto: Getty Images/O.Kose
Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.