Trump repudia apoiadores que fizeram saudação nazista
22 de novembro de 2016
Em entrevista ao "New York Times", republicano diz condenar conferência de extrema direita em seu apoio. Magnata fala ainda sobre desejo de promover a paz no Oriente Médio e afirma ter "mente aberta" sobre clima.
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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, repudiou nesta terça-feira (22/11) o grupo da chamada "alt-right" (direita alternativa) que usou saudações nazistas para celebrar a vitória do republicano durante uma conferência nacionalista em Washington, no fim de semana passado.
"Eu os condeno. Eu rejeito e condeno", afirmou Trump ao jornal americano New York Times, segundo citações publicadas no Twitter pelos jornalistas Mike Grynbaum e Maggie Haberman, que participaram da entrevista. "Não é um grupo que eu quero estimular. Se eles se sentem estimulados, eu quero investigar e descobrir o motivo", acrescentou o republicano.
A conferência em questão foi organizada pelo National Policy Institute (NPI), um think thank conhecido por promover opiniões nacionalistas brancas. Richard Spencer, presidente do NPI e tido como o criador do termo "alt-right", proferiu um discurso antissemita durante a reunião.
A expressão, que vem de Alternative Right, tem sido muito usada desde que Trump nomeou Stephen Bannon para ser seu estrategista-chefe. Ao NYT, o presidente eleito defendeu Bannon das recentes críticas de que ele seja de extrema direita, dizendo que o conhece "há muito tempo". "Se eu achasse que ele é racista ou alt-right, eu nem teria pensado em contratá-lo", declarou o magnata.
Paz no Oriente Médio
Ao ser questionado sobre o conflito no Oriente Médio, Trump declarou que os EUA precisam "acabar com a loucura que está acontecendo na Síria". "Nós temos que resolver esse problema", afirmou ele, acrescentando que tem "uma visão diferente de todo mundo" sobre a questão.
O presidente eleito disse ainda que "adoraria ser a pessoa que promoverá a paz entre Israel e os palestinos". "Essa seria uma grande conquista", destacou, sugerindo que seu genro Jared Kushner, marido de sua filha Ivanka Trump, poderia ter um papel importante nessa negociação.
Mudanças climáticas
O meio ambiente virou um tema polêmico da campanha eleitoral de Trump, que chegou a chamar o aquecimento global de fraude e ameaçou não cumprir o histórico Acordo de Paris.
Ao New York Times, ele disse que, de fato, considera a possibilidade de retirar o país de acordos internacionais sobre o clima, mas afirmou ter uma "mente aberta" sobre a questão. Para o republicano, a prioridade é saber "quanto isso vai custar para nossas companhias".
Questionado se acredita na relação direta entra a atividade humana e as mudanças climáticas, ele afirmou: "Eu acho que há alguma conexão. Algo, alguma coisa. Isso depende do quanto".
Investigações contra Hillary
Durante a entrevista, Trump ainda confirmou a declaração recente de uma de suas assessoras de que, como presidente, não pretende impulsionar novas investigações sobre o uso de um servidor privado de e-mails pela democrata Hillary Clinton, como havia prometido durante a campanha presidencial.
"Eu não quero machucar os Clintons, eu realmente não quero. Ela passou por muita coisa e sofreu bastante, de muitas maneiras diferentes", disse o magnata, citado pelo jornalista Mike Grynbaum.
A entrevista de Trump ao New York Times, que durou cerca de uma hora e meia, aconteceu após uma série de críticas e ataques do republicano ao veículo durante toda a campanha eleitoral. Nesta terça-feira, o empresário chegou a cancelar a reunião com o jornal, alegando que "os termos e condições do encontro foram alterados de última hora", mas voltou atrás na decisão horas depois.
EK/efe/afp/lusa/ots
Trump: populista, milionário, presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário, autor de best-seller, estrela de televisão e muitos não o levavam a sério. Mas ele foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos. Conheça sua trajetória.
Foto: picture-alliance/dpa
A família, seu império
Trump com a família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores " do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
1984
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e cassino em Atlantic City. Este foi apenas um dos investimentos que tornou Trump bilionário.
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Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após sua morte, em 1999, Donald e seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
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O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista.
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"Very good, very smart" (Muito bom, muito inteligente)
É o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a universidade de elite Wharton (foto), na Filadélfia, onde se formou em 1968.
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Capitão Trump
Antes disso, quando tinha 13 anos, seu pai o havia enviado para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
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Dispensado da Guerra do Vietnã
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietnã.
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Ivana, primeira esposa
Em 1977, Trump se casou com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
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Família número 2
Em 1990, Trump se divorciou de Ivana e se casou com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
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As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo nos EUA.
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A arte de negociar
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
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"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção da mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. Em seu programa "O Aprendiz", os candidatos eram contratados ou demitidos. Sua frase favorita no programa era "Você está demitido!"
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Trump na política
Na verdade, ele quase não teve uma carreira política. Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou sua candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. Seu slogan: "Faça a América grande outra vez". A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e sadversários políticos.
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45º presidente dos Estados Unidos
O populista e showman é agora o novo presidente dos Estados Unidos, o que muitos não poderiam sequer imaginar. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.