Candidato republicano promete cortes drásticos de impostos e incentivos fiscais para as famílias. Discurso em Detroit é visto como tentativa de deixar para trás a mais díficil semana de sua campanha.
Anúncio
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, apresentou nesta segunda-feira (08/08) propostas que, segundo ele, serão suficientes para revitalizar a economia americana. Em um discurso no Clube Econômico de Detroit, ele prometeu realizar uma reforma fiscal, um maciço corte de impostos, dar incentivos fiscais para as famílias e renegociar acordos comerciais internacionais firmados pelos EUA.
O discurso de Trump foi o primeiro desde que ele anunciou uma equipe de 13 conselheiros econômicos na última semana, e ocorre após a sua pior semana como candidato presidencial para as eleições de 8 de novembro.
O candidato está atrás de Hillary Clinton nas pesquisas após uma série de polêmicas, especialmente com os pais de um soldado muçulmano que morreu em 2004 no Iraque e depois de um desentendimento com líderes do Partido Republicano.
No discurso desta segunda, Trump propôs reduzir o número de impostos federais de sete para três, e diminuir o mais pesados dos tributos de 39,6% para 33%. Anteriormente, ele havia dito que essa taxa cairia para 25%, uma ideia que muitos especialistas em finanças disseram que acabaria reduzindo drasticamente a arrecadação do governo e aumentando o déficit.
"Vamos fazer os EUA crescerem de novo. Quero que empregos e riqueza fiquem no país", afirmou o candidato republicano. "Quero acordos comerciais que criem empregos para os EUA. Isolamento não é uma opção." Ele disse, ainda, que vai cancelar todas as "ordens executivas ilegais" implementadas pelo governo Barack Obama.
Trump declarou que, se chegar à presidência, vai retirar os EUA imediatamente do Acordo de Parceria Transpacífico (TPP), assinado com mais 11 países da costa do Pacífico, e renegociar o Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta), fechado com México e Canadá há duas décadas.
Durante o discurso, Trump aproveitou ainda para atacar a candidata presidencial do Partido Democrata, Hillary Clinton, que vai delinear seus planos para a economia na quinta-feira em Michigan. "Ela é a candidata do passado. A nossa campanha é do futuro", frisou o candidato republicano.
Em um comunicado divulgado antes do pronunciamento de Trump, a campanha de Hillary afirmou que o plano do republicano daria benefícios fiscais para ricos e grandes empresas, e iria prejudicar as famílias e desencadear uma recessão.
FC/rtr/efe/ap/afp
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
Foto: Getty Images/S. Olson
Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
Foto: Getty Images/W.T.Cain
A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
Foto: picture-alliance/AA
Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Reboredo
Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
Foto: Getty Images/AFP/R. Arangua
Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
Foto: Getty Images/J.-J. Mitchell
Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
Foto: Getty Images/O.Kose
Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.