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Trump se apresenta à Justiça para ser fichado

25 de agosto de 2023

Ex-presidente dos EUA é investigado na Geórgia em um processo criminal em que é acusado de tentar reverter a sua derrota naquele estado nas eleições presidenciais de 2020. Ele foi liberado após pagar fiança

Registro da foto de Trump na ficha do ex-presidente na Geórgia.
Foto feita para a ficha de Trump na prisão Fulton County em Atlanta, no estado da GeórgiaFoto: Fulton County Sheriff's Office/Getty Images/AFP

O ex-presidente americano Donald Trump se apresentou nesta quinta-feira (24/08) à polícia do condado de Fulton, na Geórgia, no âmbito de um processo criminal em que é acusado de tentar reverter a sua derrota no estado nas eleições presidenciais de 2020.

Trump permaneceu detido tecnicamente por cerca de 20 minutos, foi fichado, pagou fiança e acabou sendo liberado. As autoridades registraram as digitais e a "mugshot" (fotografia de réu) do ex-presidente.

Na terça-feira, o republicano anunciou em sua rede social, a Truth Social, que se apresentaria à Justiça. Na mensagem, Trump afirmou que a sua "viagem" à cidade de Atlanta não seria por ter cometido um homicídio, mas por ter "feito uma ligação".

O ex-presidente se referia a um dos principais trunfos da acusação: a gravação em que ele pede ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, para "encontrar" votos suficientes para vencer naquele estado, com o intuito de afastar o então candidato democrata, o atual presidente Joe Biden, da Casa Branca. A chamada telefônica em questão foi feita em 2 de janeiro de 2021. 

Este é o quarto processo criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos e o segundo em que ele é acusado de tentar subverter os resultados da votação.

Na segunda-feira, a fiança de Trump neste processo foi fixada em 200 mil dólares. Além disso, o ex-governante e atual candidato à nomeação republicana para as eleições presidenciais de 2024 está proibido de contatar e de intimidar outros arguidos ou testemunhas do processo, inclusive nas redes sociais.

Trump chega a Atlanta para se apresentar à JustiçaFoto: Joe Raedle/Getty Images/AFP

Outros investigados

A procuradora Fani Willis estabeleceu prazo até o meio-dia desta sexta-feira (horário local) para que Trump e os outros 18 arguidos do processo se entregassem na prisão do condado de Fulton para serem notificados.

Entre os acusados estão também o antigo advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, que se apresentou na quarta-feira, bem como o seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, que se apresentou nesta quinta.

Willis propôs que a leitura das acusações aos arguidos decorra na semana de 5 de setembro e que o caso vá a julgamento em março.

Meadows foi liberado após ter impressões digitais coletadas, fazer uma fotografia para o seu processo judicial e pagar uma fiança de 100 mil dólares. Ele foi um dos primeiros republicanos a ficar do lado de Trump antes das eleições de 2016 e, desde então, tornou-se um dos seus homens de confiança, trabalhando para o ex-presidente como chefe de gabinete na Casa Branca entre março de 2020 e janeiro de 2021.

A procuradoria acusa-o de encorajar a crença na fraude e de pressionar para tentar adiar a sessão conjunta do Congresso de 6 de janeiro de 2021, quando a vitória de Biden foi certificada e o edifício do Capitólio atacado por uma multidão de apoiantes republicanos.

Giuliani, ex-advogado pessoal de Donald Trump e ex-prefeito de Nova York, foi libertado após pagar fiança de 150 mil dólares. Aos 79 anos, ele é acusado de liderar os esforços de Trump para obrigar os legisladores estaduais na Geórgia e em outros estados a nomear ilegalmente eleitores favoráveis a Trump.

Além disso, ele é investigado por fazer declarações falsas e solicitar falsos testemunhos, conspirar para criar documentação falsa e pedir aos legisladores estaduais que violassem o seu juramento.

Giuliani negou qualquer irregularidade, argumentando que tinha o direito de levantar questões sobre o que acreditava ser uma fraude eleitoral. Classificou ainda a acusação de "uma afronta à democracia americana".

Giuliani, ex-advogado pessoal de Donald Trump, foi libertado após pagar fiança de 150 mil dólaresFoto: picture alliance/John David Mercer-USA TODAY Spor

Troca de advogado

Pouco antes de se apresentar nesta quinta, Trump decidiu substituir a equipe de advogados encarregados de sua defesa no caso contra ele na Geórgia.

Segundo a CNN, Drew Findling, o advogado que defendeu Trump no caso, será substituído por Steven Sadow, um profissional com escritório em Atlanta cujo site o define como um "assessor jurídico especial para a defesa de crimes de colarinho branco e casos de alto perfil".

Uma fonte próxima de Trump explicou à emissora que a substituição não ocorre devido ao desempenho de Findling, enquanto outra justificou que Sadow é "o melhor advogado de defesa criminal da Geórgia".

Em um comunicado, o novo advogado de Trump argumentou que o ex-presidente nunca deveria ter sido acusado neste caso e que é "inocente de todas as acusações contra ele".

Também acrescentou que sua equipe espera que o caso seja arquivado ou que um júri de "mente aberta" acabe declarando Trump inocente. Ele também acusou os promotores de agirem a pedido dos opositores do republicano.

"Os promotores que tentaram promover ou servir as ambições dos opositores do [ex-]presidente [Trump] não têm lugar no nosso sistema judicial", afirmou o advogado.

le (Lusa, EFE, ots)

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