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Trump se nega a condenar Rússia em caso Navalny

5 de setembro de 2020

Presidente americano diz que não viu provas de envenenamento de oposicionista russo, que está em coma em hospital em Berlim. Ele ressalta ter boas relações com Putin e pede que repórteres deem mais atenção à China.

Presidente Donald Trump em púlpito durante entrevista coletiva
"Não sei exatamente o que aconteceu", desconversa Trump sobre possível envenenamento de opositor russoFoto: picture-alliance/abaca/C. Kleponis

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (04/09) não ter visto ainda "nenhuma prova" do envenenamento do opositor russo Alexei Navalny, acrescentando, contudo, não ter razões para duvidar da Alemanha.

"Ainda não vimos provas", disse Trump numa conferência de imprensa, prometendo que os EUA vão avaliar cuidadosamente o caso. "Não sei exatamente o que aconteceu. Penso que é trágico, terrível, não deveria ter acontecido", sublinhou Trump, reiterando que tem bom relacionamento com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e assegurando que tem sido "mais firme com a Rússia que qualquer outra pessoa, de longe".

O presidente americano propôs que os repórteres deem atenção à China, que ele afirmou ser uma ameaça maior para o mundo do que a Rússia. "É interessante que todos sempre mencionam a Rússia, e não me importo que vocês mencionem a Rússia, mas acho que provavelmente a China neste momento é uma nação sobre a qual vocês deveriam falar muito mais", disse.

Trump disse que espera receber em breve documentação sobre o caso, o que permitirá que os EUA tomem uma decisão.

Questionado sobre se duvida de Berlim, Trump assegurou que não, mas alegou que o governo alemão "não foi definitivo".

O governo da Alemanha disse na quarta-feira que exames toxicológicos mostraram "de modo inequívoco" que Alexei Navalny foi envenenado com uma substância neurotóxica do tipo novichok. A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, condenou o envenenamento do líder oposicionista, afirmando que ele foi vítima de uma "tentativa de assassinato". 

Separadamente, o vice-secretário de Estado dos EUA, Stephen Biegun, se reuniu com o embaixador da Rússia, Anatoly Antonov, para expressar "grave preocupação sobre a descoberta do governo alemão de que o líder da oposição russa Alexei Navalny foi envenenado por um agente químico do neurotóxico". Na reunião em Washington, Biegun instou a Rússia a cooperar com uma investigação internacional.

O Estado russo nega veementemente as alegações de envolvimento no incidente com Navalny.

Alemanha, União Europeia e a Otan exigiram nos últimos dias que a Rússia realize uma investigação completa e transparente sobre o caso.

A Alemanha informou nesta sexta-feira seus aliados na Otan, entre os quais os EUA, das conclusões apuradas até ao momento a partir dos exames realizados em Navalny.

Também na sexta-feira, a Otan pediu que a Rússia revele seu programa de agentes nervosos novichok a monitores internacionais. O secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, disse que os membros da Otan se uniram na condenação do "horrível" ataque a Navalny.

O opositor russo está hospitalizado desde 22 de agosto, em coma, num hospital de Berlim, para onde foi transferido da Sibéria, onde esteve internado dois dias depois de perder a consciência durante um voo para Moscou. 

MD/lua/dpa/rtr/afp

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