Presidente americano afirma que reunião pode acontecer na fronteira entre as duas Coreias ou até mesmo em Cingapura. Viagem histórica deve ser realizada dentro de menos de um mês.
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O presidente americano, Donald Trump, sugeriu nesta segunda-feira (30/04) que seu encontro com o ditador norte-coreano, Kim Jong-um, poderia acontecer na zona de fronteira entre as duas Coreias ou até mesmo em Cingapura.
Inicialmente pelo Twitter, Trump disse que vários países estão sendo considerados, mas talvez a Casa da Paz, na fronteira entre as Coreias do Norte e do Sul, seria um lugar mais "representativo e duradouro" que um terceiro país. "Estou só perguntando", finalizou.
Encontro histórico entre líderes das Coreias
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A Casa da Paz, um edifício situado na faixa sul da Área de Segurança Conjunta (JSA, na sigla em inglês), foi o lugar em que se reuniram na semana passada Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, na primeira reunião entre líderes das duas Coreias em 11 anos.
Mais tarde, enquanto respondia a perguntas de repórteres durante o encontro com o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, na Casa Branca, Trump disse que os diplomatas americanos estão considerando "vários países, inclusive Cingapura".
Trump anunciou no sábado que a reunião com Kim acontecerá daqui "a três ou quatro semanas", o que representa uma leve antecipação em relação às estimativas da Casa Branca, que estabelecera o encontro para o fim de maio ou início de junho.
Esta é a primeira vez em que o presidente dos EUA se pronuncia sobre um lugar exato para a realização da histórica reunião, já que, até agora, tinha falado de "duas ou três sedes" que estavam sob consideração.
Vários países, como Tailândia e Mongólia, tinham se oferecido até agora para receber a cúpula, que tem como objetivo principal iniciar o processo de desnuclearização da Coreia do Norte.
O presidente sul-coreano afirmou nesta segunda-feira que a meta de desnuclearização e o fato de ter conseguido a realização de uma reunião são motivos suficientes para que Trump seja o próximo ganhador do prêmio Nobel da Paz.
O encontro entre Kim e Trump será a primeira vez em que os líderes de EUA e Coreia do Norte se reúnem em 70 anos de conflito, que começou com a Guerra da Coreia (1950-1953) e há pelo menos 25 anos é tema de negociações fracassadas.
RPR/rtr/efe
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Verdades e mitos sobre a dinastia Kim
Família governa a Coreia do Norte desde a fundação do país, há quase sete décadas, com um culto quase divino às personalidades de Kim Il-sung, Kim Jong-il e Kim Jong-un.
Foto: picture alliance / dpa
Um jovem líder
Kim Il-sung, o primeiro e "eterno" presidente da Coreia do Norte, assumiu o poder em 1948 com o apoio da União Soviética. O calendário oficial do país começa no seu ano de nascimento, 1912, designando-o de "Juche 1", em referência ao nome da ideologia estatal. O primeiro ditador norte-coreano tinha 41 anos ao assinar o armistício que encerrou a Guerra da Coreia (foto).
Foto: picture-alliance/dpa
Idolatria
Após a guerra, a máquina de propaganda de Pyongyang trabalhou duro para tecer uma narrativa mítica em torno de Kim Il-sung. A sua infância e o tempo que passou lutando contra as tropas japonesas nos anos 1930 foram enobrecidas para retratá-lo como um gênio político e militar. No congresso partidário de 1980, Kim anunciou que seria sucedido por seu filho, Kim Jong-il.
Foto: picture-alliance/AP Photo
No comando até o fim
Em 1992, Kim Il-sung começou a escrever e publicar sua autobiografia, "Memórias – No transcurso do século." Ao descrever sua infância, o líder norte-coreano afirmou que ao 6 anos participou de sua primeira manifestação contra os japoneses e, aos 8, envolveu-se na luta pela independência. As memórias permaneceram inacabadas com a sua morte, em 1994.
Foto: Getty Images/AFP/JIJI Press
Nos passos do pai
Depois de passar alguns anos no primeiro escalão do regime, Kim Jong-il assumiu o poder após a morte do pai. Seus 16 anos de governo foram marcados pela fome e pela crise econômica num país já empobrecido. Mas o culto de personalidade em torno dele e de seu pai, Kim Il-sung, cresceu ainda mais.
Foto: Getty Images/AFP/KCNA via Korean News Service
Nasce uma estrela
Historiadores acreditam que Kim Jong-il nasceu num campo militar no leste da Rússia, provavelmente em 1941. Mas a biografia oficial afirma que o nascimento dele aconteceu na montanha sagrada coreana de Paekdu, exatamente 30 anos após o nascimento de seu pai, em 15 de abril de 1912. Segundo uma lenda, esse nascimento foi abençoado por uma nova estrela e um arco-íris duplo.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Problemas familiares
Kim Jong-il teve três filhos e duas filhas com três mulheres, até onde se sabe. Esta foto de 1981 mostra Kim Jong-il sentado ao lado de seu filho Kim Jong-nam, fruto de um caso com a atriz Song Hye-rim (que não aparece na foto). A mulher à esquerda é Song Hye-rang, irmã de Song Hye-rim, e os dois adolescentes são filhos de Song Hye-rang. Kim Jong-nam foi assassinado em 2017.
Foto: picture-alliance/dpa
Procurando um sucessor
Em 2009, a mídia ocidental informou que Kim Jong-il havia escolhido seu filho mais novo, Kim Jong-un, para assumir a liderança do regime. Os dois apareceram juntos numa parada militar em 2010, um ano antes da morte de Kim Jong-il.
Foto: picture-alliance/AP Photo/V. Yu
Juntos
Segundo Pyongyang, a morte de Kim Jong-il em 2011 foi marcada por uma série de acontecimentos misteriosos. A mídia estatal relatou que o gelo estalou alto num lago, uma tempestade de neve parou subitamente e o céu ficou vermelho sobre a montanha Paekdu. Depois da morte de Kim Jong-il, uma estátua de 22 metros de altura do ditador foi erguida próxima à de seu pai (esq.) em Pyongyang.
Foto: picture-alliance/dpa
Passado misterioso
Kim Jong-un manteve-se fora de foco antes de subir ao poder. Sua idade também é motivo de controvérsia, mas acredita-se que ele tenha nascido entre 1982 e 1984. Ele estudou na Suíça. Em 2013, ele surpreendeu o mundo ao se encontrar com Dennis Rodman, antiga estrela do basquete americano, em Pyongyang.
Foto: picture-alliance/dpa
Um novo culto
Como os dois líderes antes dele, Kim Jong-un é tratado como um santo pelo regime estatal totalitário. Em 2015, a mídia sul-coreana reportou sobre um manual escolar que sustentava que o novo líder já sabia dirigir aos 3 anos. Em 2017, foi anunciado pela mídia estatal que um monumento em homenagem a ele seria construído no Monte Paekdu.
Foto: picture alliance/dpa/Kctv
Um Kim com uma bomba de hidrogênio
Embora Kim tenha chegado ao poder mais jovem e menos conhecido do público que seu pai e seu avô, ele conseguiu manter o controle do poder. O assassinato de seu meio-irmão Kim Jong-nam, em 2017, serviu para cimentar sua reputação externa de ditador impiedoso. O líder norte-coreano também expandiu o arsenal de armas do país.