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Trump volta a ameaçar fechar fronteira com o México

22 de novembro de 2018

Presidente diz que pode adotar medida se país vizinho "perder controle" sobre caravana de milhares de migrantes da América Central que tenta entrar em território dos Estados Unidos.

Donald Trump Präsidentschaftswahlkampf 2016
"Você está lidando com um mínimo de 500 criminosos, então não vou deixar que os militares fiquem em desvantagem", disse TrumpFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Vucci

O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou esta quinta-feira (22/11) fechar toda a fronteira com o México por um período não revelado caso considere que o país vizinho "perdeu o controle".

A declaração foi dada após Trump afirmar que pretende impedir que uma caravana de milhares de migrantes centro-americanos que viaja há mais de um mês cruze a fronteira entre o México e os EUA. Milhares de membros da caravana já estão em acampamentos na cidade fronteiriça de Tijuana.

Segundo Trump, trata-se de "uma situação realmente ruim". Segundo ele, se o quadro passar a ser considerado incontrolável será preciso "fechar a entrada nos EUA até que se possa garantir o controle".

O presidente dos EUA também disse que autorizou as tropas americanas estacionadas na fronteira a usar força letal contra os migrantes "se for necessário", acrescentando: "Espero que não seja".

Trump, que foi celebrar em família o Dia de Ação de Graças na Flórida, afirmou aos jornalistas que não tinha escolha porque o governo americano está "lidando com pessoas brutas".

Ele também voltou a afirmar, sem apresentar provas, que há criminosos entre os integrantes da caravana de imigrantes centro-americanos que se desloca para os EUA. "Você está lidando com um mínimo de 500 criminosos, então não vou deixar que os militares fiquem em desvantagem. Não tenho escolha. Se eu queria que isso acontecesse? Claro que não. Mas estamos lidando com pessoas brutas", disse.

Um comunicado da Casa Branca também confirmou que Trump autorizou os militares enviados para a fronteira com o México a utilizar a força caso necessário para proteger os agentes de imigração. "A autorização do presidente garante que o Departamento de Defesa pode atuar para proteger aqueles que nos protegem", disse Hodan Gidley, um dos porta-vozes do governo.

No entanto, o Pentágono voltou a afirmar que os soldados enviados para a região de fronteira não carregarão armas de fogo.

Até então, os cerca de 5.900 militares enviados à fronteira com o México só podiam usar a força contra os imigrantes em defesa própria, mas a nova autorização de Trump amplia as possibilidades, permitindo que os soldados reajam para proteger os agentes do Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça (CBP).

"Se for necessário para proteger o CBP, agora eles estão autorizados a utilizar a força", disse uma fonte da Casa Branca que pediu anonimato.

O chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelley, enviou nesta quarta-feira uma carta ao secretário de Defesa, James Mattis, para comunicar a autorização do presidente. No entanto, Mattis disse nesta quinta que o CBP não fez pedidos para "uso de força letal" para proteger os agentes, esclarecendo que os militares não portarão armas de fogo.

"Eles sequer estão levando pistolas, portanto, relaxem. Não fiquem preocupados com isso, certo?", disse Mattis.

Ele afirmou ainda que a ordem de Trump não viola a lei de 1878, que proíbe usar militares em tarefas de segurança em nível nacional. "Não há nenhuma violação da lei porque não vamos prender ninguém. Só poderemos evitar confrontos e entregá-los aos agentes para que realizem a prisão, mas sem usar armas de fogo", ressaltou.

A emissora CBS obteve uma cópia da carta assinada por Kelly. Segundo o documento, os militares poderão desempenhar as "tarefas de proteção que o secretário de Defesa considere oportunas", entre elas o "uso da força (incluída a letal se necessário), o controle de multidões, a prisão temporária e o registro de pessoas".

JPS/efe/rtr

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