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Tsipras assume responsabilidade política por tragédia

28 de julho de 2018

Primeiro-ministro era criticado pela resposta considerada lenta à tragédia, que já é vista como a pior na história moderna da Grécia. Ao menos 88 pessoas morreram, e o governo fala em incêndios criminosos.

Mulher caminha diante da sua casa, que foi destruída pelo fogo, num vilarejo perto de AtenasFoto: Getty Images/AFP/A. Tzortzinis

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, assumiu nesta sexta-feira (28/07) a responsabilidade política pela tragédia ocasionada pelos incêndios que ocorreram esta semana no país e que fizeram ao menos 88 mortos, incluindo várias crianças.

O chefe do governo grego, que falava ao seu conselho de ministros, em discurso transmitido pela televisão, disse ter convocado os ministros para "assumir integralmente, perante o povo grego, a responsabilidade política por essa tragédia".

Apesar de ter anunciado uma lista de medidas após o desastre, o governo de esquerda do país foi alvo de fortes críticas por sua reação à tragédia, considerada lenta, e também pelo pacote de medidas para as vítimas, considerado insuficiente.

Vista aérea do vilarejo costeiro de Mati, perto de Atenas e um dos mais atingidos pelas chamasFoto: Getty Images/AFP/S. Karmaniolas

Críticos cobraram que o governo assumisse uma responsabilidade maior pela tragédia. Já o governo afirmou que não houve tempo para retirar moradores porque as chamas se espalharam muito rapidamente.

Tsipras não era visto em público desde terça-feira, quando anunciou três dias de luto oficial. A ausência dele ampliou as críticas sobre a reação governamental à tragédia, já considerada a pior na história moderna da Grécia.

Especialistas afirmaram que um misto de mau planejamento urbano, incluindo a falta de rotas apropriadas de acesso à praia, e muitas construções próximas de áreas florestais, incluindo casas construídas sem licença, aumentaram as proporções do desastre.

Os incêndios na Grécia deixaram ao menos 88 mortos, segundo o mais recente balanço, divulgado pelo chefe do serviço forense de Atenas, Nikos Karakukis. Segundo as autoridades, 53 pessoas continuam hospitalizadas, entre elas quatro crianças, e 11 dos feridos estão em estado crítico.

Das pessoas relatadas como desaparecidas, 40 foram encontradas vivas, de acordo com o ministro da Defesa Civil, Nikos Toskas. De acordo com o Ministério das Infraestruturas, a metade dos 3.546 edifícios já inspecionados está inabitável.

O governo grego divulgou nesta quinta-feira uma série de imagens de satélite para amparar sua denúncia de que os incêndios foram premeditados. Toskas afirmou que há evidências e testemunhos que sustentam essa hipótese. Segundo ele, em menos de meia hora foram registrados 13 focos de incêndio, todos alinhados paralelamente à estrada, e as fotos e vídeos dos satélites confirmam isso.

AS/lusa/rtr/afp

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