OMS: Tuberculose é doença infecciosa mais mortal do mundo
25 de março de 2020
Pandemia de coronavírus ameaça pacientes que já têm o pulmão enfraquecido pela tuberculose. Enfermidade é responsável por cerca de 1,5 milhão de mortes a cada ano.
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A tuberculose mata mais pessoas do que qualquer outra doença infecciosa, segundo informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (24/03). Por volta de 1,5 milhão de pessoas morreram da infecção bacteriana em 2018, informou a agência da ONU.
Aproximadamente 10 milhões de pessoas são infectadas pela doença causada por uma bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK) a cada ano, segundo a OMS. Apenas uma pequena parcela dos casos globais recebe o medicamento necessário para salvar vidas. Mais de 4 mil pessoas morrem de tuberculose todos os dias.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a atual pandemia de coronavírus mostra quão vulneráveis estão, diante do novo surto, pacientes com problemas pulmonares ou sistemas imunológicos enfraquecidos. A tuberculose é uma doença que afeta, em primeira linha, os pulmões.
"Para milhões de pessoas tísicas, o coronavírus representa um perigo significativo porque os pulmões delas já estão enfraquecidos pela tuberculose, seu estado geral de saúde é ruim devido à pobreza em que vivem e elas não têm acesso a cuidados sanitários adequados", disse Burkard Kömm, diretor da Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos e Tuberculosos (DAHW).
Na Ásia e na África, os pacientes com tuberculose são os mais propensos a morrer pela infecção de covid-19. A tuberculose pode ser curada se tratada ao longo de seis meses com uma combinação de quatro antibióticos diferentes, informou a DAWH. No entanto, muitos pacientes encerram o tratamento precocemente ou desenvolvem resistência ao medicamento, o que complica e prolonga o tratamento. A falta de remédios é um motivo comum pelo qual os pacientes encerram o tratamento precocemente, disse a DAWH.
Vírus por toda parte! Talvez no tomate, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o Sars-Cov-2.
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Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Como todas as infecções por gotículas, o Sars-Cov-2 se propaga por mãos e superfícies tocadas com frequência. Embora seja ainda relativamente desconhecido, os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus.
Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho – se ainda estiver funcionando. Em princípio, coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-Cov-2 por esse meio de transmissão".
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Medo de importados?
Ainda segundo o BfR, os pais não precisam temer um contágio através de brinquedos importados. Até o momento não pôde ser comprovado nenhum caso desses. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta umidade atmosférica.
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Vírus pelo correio?
Em geral, coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e umidade, o BfR considera "antes improvável" um contágio por pacotes de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-Cov-2.
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Pingue-pongue entre cão e dono?
Meu cachorro pode me contagiar e eu a ele? Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excreções.
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Verduras assassinas?
Igualmente improvável é a transmissão do Sars-Cov-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR, não sendo conhecidos casos comprovados. Lavar cuidadosamente as mãos antes do preparar da refeição continua sendo mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
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Longa vida no gelo
Embora os coronavírus Sars e Mers conhecidos até o presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-Cov-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
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Animais silvestres são tabu
Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens. Há fortes indícios de o novo coronavírus ter sido transmitido aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria, certamente contra a própria vontade. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"...