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Tudo começou com a eucerina

rw6 de setembro de 2003

História do tradicional Creme Nivea começou com a descoberta revolucionária de um ingrediente para fazer emulsões. Mais de 90 anos depois, a empresa fabrica uma ampla linha de produtos, não só cosméticos.

Rolf Kunisch, presidente da BeiersdorfFoto: AP

Em 1911, o proprietário da empresa Beiersdorf, o alemão Oskar Troplowitz, iniciou com o químico Isaac Lifschütz e o dermatologista Paul Unna o desenvolvimento de um creme para pele baseado na emulsão feita com a recém-descoberta eucerina. Esse agente emoliente baseado em álcoois de lanolina havia sido isolado por Lifschütz.

Retirado da cera da lã de ovelha, o novo ingrediente permitia a mistura estável de óleo com água. Antes dessa descoberta, os cosméticos eram baseados em gorduras animais e vegetais que se decompunham rapidamente. Reconhecendo o grande potencial cosmético desse desenvolvimento, Lifschütz o chamou eucerina, "a cera da beleza". O primeiro creme estável do mundo para a pele entrou no mercado em dezembro de 1911.

A empresa, que fica em Hamburgo, havia sido comprada por Troplowitz do próprio fundador Carl Beiersdorf, em 1890. Astuto homem de negócios, o novo proprietário logo passou a negociar com êxito não só produtos para o corpo. Ele desenvolveu e fabricou também fitas adesivas e os primeiros curativos adesivos.

Novos tempos

A Primeira Guerra Mundial havia freado a distribuição de cosméticos, que, devido às circunstâncias, tornaram-se supérfluos. Porém a marca Nivea já era tão conhecida entre os consumidores que, após a guerra, a Beiersdorf passou a usar o nome para uma série de outros produtos.

Após o fim do conflito, a percepção de mundo para as mulheres havia mudado. Elas despertaram como força de trabalho, ganharam direito de voto, ao mesmo tempo em que o ideal de beleza mudava: a feição aristocrática e pálida dava lugar à mulher ativa e saudável.

Esta emancipação começou a ser usada pela publicidade, numa época em que economia enfrentava uma grave crise. A inflação desenfreada na Alemanha como resultado da guerra fez com que, no final de 1923, uma lata de creme Nivea custasse mais de 100 bilhões de marcos.

Em 1924, o design da lata foi mudado de forma radical. A delicada escrita em itálico e o fundo amarelo foram substituídos por uma lata azul com a grafia Nivea Creme em letras maiúsculas brancas. Mais tarde, a grafia seria alterada mais uma vez.

Os arrojados anúncios mostravam três rapazes atléticos que conquistavam os corações femininos, ao mesmo tempo em que transmitiam a mensagem de que a marca Nivea poderia ser usada por toda a família.

Conquistando o mercado

Foto: dpa

Nos anos 30, a linha de produtos foi ampliada. O lançamento de um óleo bronzeador acompanhado de um calendário com a tendência do clima para as duas semanas seguintes ajudou a estabelecer a marca entre os consumidores, passando a idéia de que, além de servir para a família, podia ser usada todas as estações do ano, tanto em casa como nos esportes.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a publicidade da empresa esteve nas mãos de Elly Heuss-Knapp, esposa do futuro presidente Theodor Heuss. Nesta época, os anúncios tentavam buscar a normalidade numa época cada vez mais afetada por desconforto, sofrimento e privação. No final da década de 40, a Beiersdorf começou a adquirir de volta as licenças da marca confiscadas em diversos países por causa da guerra. Este processo foi concluído somente em 1997.

O centro de pesquisas da Beiersdorf emprega mais de 150 pesquisadores especializados em cosméticos, produtos farmacêuticos e químicos, cujos produtos são vendidos em cerca de 150 países.
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