Tempestade e ventos fortes geram novas inundações e alertas de evacuação para mais de um milhão de pessoas, aumentando o número de mortes causadas pelo mau tempo nos últimos meses.
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O Japão foi atingido nesta terça-feira (04/09) pelo tufão mais forte dos últimos 25 anos na região, gerando alertas de evacuação para mais de um milhão de pessoas e o cancelamento de centenas de voos em razão das chuvas e ventos fortes.
A tempestade apelidada de Jebi – que significa "engolir" em coreano – é o mais recente de uma série de fenômenos meteorológicos que vêm afetando o país durante o verão do hemisfério norte, com deslizamentos de terra, enchentes e recorde de temperaturas altas que, em conjunto, mataram mais de 200 pessoas no mês de julho.
Segundo a imprensa local, houve duas mortes, incluindo uma pessoa na cidade de Higashiomi, que morreu quando ventos fortes atribuídos ao Jebi derrubaram um armazém. O 21º tufão a atingir o Japão apenas nessa temporada deixou também dezenas de feridos.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, cancelou uma viagem ao oeste do país e convocou uma reunião de emergência.
Ele pediu que a população na área afetada deixasse a região o mais cedo possível e afirmou que o governo tomará todas as medidas necessárias para proteger as pessoas. "Peço aos japoneses que ajam para proteger suas vidas, incluindo se prepararem para uma pronta evacuação", afirmou.
A agência meteorológica do país alertou para novos deslizamentos de terra, marés altas, enchentes, trovoadas e tornados em uma ampla área do arquipélago japonês.
O chefe de previsões do tempo da agência afirmou que esse foi o tufão mais forte registrado no país desde 1993. Segundo a emissora pública japonesa NHK, em alguns locais as enchentes registradas foram as mais altas desde a passagem de um tufão em 1961.
Uma das duas pistas de pousos e decolagens do aeroporto internacional de Kansai, em Osaka, foi inundada, além de depósitos de carga e outras instalações. Mais de 780 voos foram cancelados.
Os fortes ventos fizeram com que um navio petroleiro de 2,5 mil toneladas colidisse com uma ponte de ligação com o aeroporto, construído sobre uma ilha artificial, danificando a estrutura. A embarcação estava descarregada e nenhum dos 11 tripulantes ficou ferido.
A tempestade atingiu primeiramente a ilha de Shikoku com ventos de até 208 quilômetros por hora e atravessou a parte leste da ilha principal, Honshu, próxima a Kobe, se dirigindo com rapidez para o norte do país.
Os serviços de meteorologia afirmavam que os ventos poderiam atingir até 216 quilômetros por hora. Segundo a NHK, meio milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica no leste do país. A fábrica de automóveis Toyota cancelou os turnos de trabalho durante a noite em 14 unidades.
Imagens de televisão mostravam ondas fortes castigando o litoral. Em Kobe, alguns moradores afirmavam que os ventos chegaram a balançar os edifícios e arrancar galhos de árvores. Em Kyoto, cerca de 100 mm de chuva cobriram parte da cidade em apenas uma hora.
Segundo o serviço de meteorologia, algumas áreas poderão receber até 500 mm durante as 24 horas após o início da tempestade.
A Itália já foi atingida por dois tremores de terra em 2016. Também no Chile e no Japão, abalos sísmicos causaram mortes e destruição. Conheça as regiões do mundo mais propensas.
Foto: Reuters/M. Rossi
Itália
Dois tremores de magnitude 5,4 e 6,0 na escala Richter foram registrados na noite de 26 de outubro no centro da Itália, na mesma região afetada há dois meses por outro forte terremoto, que causou a morte de quase 300 pessoas. Na foto, a destruição causada pelo sismo mais recente em Norcia.
Foto: Reuters/E. Grillotti
Antes e depois
Imagens de antes e depois do terremoto de agosto na Itália. Na foto, uma casa da cidade de Accumoli, no centro da Itália, onde o abalo de 6,2 na escala de Richter causou mortes e devastação.
Japão
Um terremoto no Japão em abril causou destruição, como nesta rodovia em Minamiaso, no sul do país.
Foto: Reuters/Kyodo
Equador
Os terremotos estão relacionados ao deslocamento das placas tectônicas que formam o planeta. Tremores de terra são comuns no Equador porque o país fica perto do encontro de duas placas tectônicas, a de Nazca e a Sul-Americana. Na foto, a destruição em Pedernales no abalo de abril deste ano.
Foto: Reuters/G.Granja
Onde as placas se encontram
Sete placas tectônicas compõem a superfície da Terra. Nos locais onde elas se encontram são maiores os riscos de terremoto. No Nepal, a colisão da placa indiana com a placa da Eurásia causou um forte terremoto em 25 de abril de 2015. É um dos sete lugares do planeta mais propensos a terremotos.
Bhaktapur, antes
Em Catmandu, no Nepal, sete patrimônios mundiais da Unesco atraem nepaleses e outros visitantes. Na foto, as pessoas estão celebrando o Festival Gaijatra na praça histórica em Bhaktapur, em agosto de 2014.
Foto: picture alliance/landov
Bhaktapur, depois
Voluntários cavam com as mãos para tentar resgatar sobreviventes soterrados pelas ruínas de templos que ruíram no terremoto no Nepal em 2015, causando a morte de cerca de 9 mil pessoas.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Tsunami de 2011
O Japão fica a mais de 5 mil quilômetros do Nepal. Mas, em março de 2011, um terremoto causou um dos piores tsunamis já vistos no Japão. Além das 18 mil pessoas declaradas mortas, ele causou explosões nos reatores nucleares em Fukushima, que vazaram material radioativo para o meio ambiente, mais do que o liberado na catástrofe de Chernobyl.
Foto: picture-alliance/dpa
Japão, hoje
O Japão é um especialista em terremotos. Há treinamentos para situações de emergência e os arranha-céus são construídos sobre bases móveis que absorvem os choques de um terremoto. E o país também é conhecido por suas usinas nucleares. Em 2010, a usina Takahama (foto acima, do outro lado da ilha de Fukushima) era uma das 55 usinas nucleares, que fornecem 30% da eletricidade consumida no Japão.
Foto: AFP/Getty Images/JIJI Press
Andamão, no Oceano Índico, hoje
As Ilhas Andamão, que são parte da Índia, ficam perto da junção das placas continentais da Índia e da Eurásia. Por causa da alta pressão entre as placas, terremotos são comuns na região.
Foto: picture-alliance/dpa
Andamão em 2004
O pior dos terremotos recentes nesta área ocorreu em 26 de dezembro de 2004. Ele foi o terceiro mais forte já medido. O tsunami que se seguiu matou 230 mil pessoas ao longo da costa.
Foto: AFP/Getty Images/Choo Youn Kong
Yunnan, China
A província chinesa de Yunnan é conhecida por suas belas paisagens, seus terraços de arroz – e seu risco de terremotos. Como Yunnan fica no encontro das placas tectônicas da Índia e da Eurásia, o movimento delas pode causar sérios tremores.
Foto: picture alliance/ZUMA Press
Yunnan, China (2014)
Em agosto de 2014, mais de 400 pessoas morreram e cerca de 10 mil ficaram desabrigadas após um terremoto de magnitude 6,5. Abalos sísmicos fortes são comuns na China. Em 2008, um tremor causou a morte de 70 mil pessoas na província de Sichuan.
Foto: Reuters
L'Aquila, Itália
Embora a Europa não seja uma região conhecida por terremotos frequentes, eles são mais comuns do que se pensa. A Itália é especialmente afetada pelo choque da placa africana com a do continente europeu.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Barone
L'Aquila, Itália (2009)
Em 2009, um terremoto matou 300 pessoas e mais de 10 mil ficaram desabrigadas em L'Aquila, na Itália. Sete cientistas foram condenados por homicídio culposo por não terem advertido sobre a iminência do terremoto. Apesar dos métodos científicos mais modernos, os terremotos não podem ser previstos com certeza.
Foto: picture alliance/INFOPHOTO
São Francisco, EUA
A ponte Golden Gate é a atração turística mais conhecida de São Francisco. Mas ela está ameaçada: os cientistas dizem que, em breve, o pior terremoto do século pode atingir a cidade. Responsável por isso é a falha de San Andreas, onde a placa norte-americana encontra a placa do Pacífico, ao largo da costa da Califórnia.
Foto: DW
São Francisco, EUA (1906)
Em 1906, São Francisco foi destruída por um abalo sísmico que causou incêndios. Este é considerado um dos mais mortais desastres naturais da história dos Estados Unidos, com a morte de 3 mil a 6 mil pessoas.
Foto: picture-alliance/akg-images
Valdivia, Chile
Hoje, nada na idílica Valdivia, no sul do Chile, lembra o perigo de terremotos. Na costa chilena, a placa sul-americana se encontra com a placa de Nazca.
Foto: Elio Caro/Virtual Publicidad
Valdivia, Chile (1960)
Com uma magnitude de 9,5, este foi o terremoto mais forte já medido. Em 1960, o tremor destruiu grande parte do sul do Chile. Ao menos 1.700 pessoas morreram, com milhões de desabrigados.