Tumulto em templo hindu deixa mortos e feridos na Índia
1 de janeiro de 2022
Incidente teria sido causada por briga entre dois grupos de jovens, em um momento em que o local estava superlotado de fiéis para as celebrações do Ano Novo.
Anúncio
Pelo menos 12 pessoas morreram e outras 16 ficaram feridas em um tumulto neste sábado (01/01) em um templo hindu na região de Jammu e Caxemira, no norte da Índia.
As autoridades locais relataram que uma investigação foi aberta para esclarecer o ocorrido. No entanto, o incidente teria sido causado por uma discussão entre dois grupos de jovens, em meio a uma grande quantidade de devotos hindus que tentavam acessar um templo sagrado de Mata Vaishno, localizado na cidade de Katra, para as celebrações do Ano Novo.
Como resultado, "12 pessoas morreram" e outras ficaram feridas", disse Dilbagh Singh, inspetor-geral da polícia de Jammu e Caxemira, em depoimentos coletados pela agência de notícias indiana ANI.
Imagens divulgadas pela imprensa local pouco antes do incidente mostram uma multidão tentando acessar o interior do templo, quase sem espaço para se movimentar. Cerca de 35 mil pessoas estavam autorizadas a entrar no local, mas suspeita-se que havia muitas mais.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, expressou condolências pelas vítimas e prometeu uma indemnização de 200 mil rúpias (cerca de R$ 15 mil) aos familiares dos mortos e 50 mil rúpias (cerca de R$ 3,7 mil) aos feridos.
le (efe, ots)
Ganges, a morte de um rio sagrado
Para 1 bilhão de hindus, ele é um local sagrado, para 400 milhões de cidadãos, uma fonte de água. No entanto, apesar de décadas de avisos e iniciativas, a poluição do rio Ganges segue avançando.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Preces à "Mãe Ganges"
O Ganges flui por mais de 2.600 km, desde as montanhas do Himalaia até o Oceano Índico. O rio tem muitas faces: fonte de água potável, local de banhos, garantia de trabalho, sítio de peregrinação, deusa, cemitério. Todos os dias, milhares de hindus mergulham em suas águas para se lavar dos pecados. Muitos querem morrer nele. Nas margens, os fiéis oram regularmente à "Mãe Ganges".
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Onde a água ainda é clara
Lokesh Sharma é um desses fiéis: o sacerdote de 19 anos mora na aldeia de Devprayang, nas montanhas do estado de Uttarakhand, onde os rios Bhagirathi e Alaknanda confluem para formar o Ganges. "Nunca pensei em ir embora e me estabelecer em outro lugar", diz ele. Devprayang é uma das poucas regiões onde as águas do Ganges ainda são claras.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Fator poluidor: ser humano
Em seu caminho através da Índia e Bangladesh, o Ganges passa tanto por lugarejos mínimos quanto por metrópoles. Em Kolkata, com seus 14 milhões de habitantes, a água do rio é turva. Ainda assim, é utilizada diariamente para se banhar, lavar roupa e escovar os dentes, o que contribuiu para elevar ainda mais a poluição.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Lixão sagrado
Em alguns trechos, a contaminação com substâncias tóxicas é tão alta que o banho representa perigo. Muitas pessoas, pequenas empresas e fábricas utilizam a via fluvial como depósito de lixo. Além disso, milhares de mortos são cremados anualmente e suas cinzas, lançadas ao rio. Embora o governo indiano tenha iniciado medidas de saneamento já em 1985, o processo de poluição continua avançando.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Esgotos perigosos
As águas usadas pelas indústrias e lançadas no rio representam um perigo para a saúde. Dos quase 5 milhões de litros de esgoto que vão parar diariamente no leito do Ganges, menos de um terço é tratado. Em Kampur, a indústria do couro canaliza substâncias químicas diretamente para o rio. Essa é a causa da espuma que se forma frequentemente em sua superfície.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Biodiversidade minguante
Num trecho próximo a Kampur, o Ganges está tão poluído que a água é avermelhada. O rio tem carência crônica de oxigênio, muitas espécies animais estão ameaçadas de extinção, e o estoque de peixes cai continuamente. Por exemplo, a população do golfinho-do-Ganges caiu de 5 mil, nos anos 1980, para os atuais 1.800, segundo dados da ONG ambientalista WWF.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Fracasso da política
A lenta morte do rio Ganges é conhecida há décadas, mas a política indiana pouco pôde fazer até hoje. O governo do primeiro-ministro Narendra Modi anunciou a construção de novas estações de tratamento, além da transferência de 400 fábricas situadas nas margens. No entanto, o cronograma da medida, orçada em 3 bilhões de dólares, não está sendo cumprido.