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País reforça segurança nas eleições parlamentares

26 de outubro de 2014

Mais de três anos após revolução de 2011, tunisianos vão às urnas escolher 217 parlamentares. Governo mobiliza 70 mil soldados e policiais com receio de ataques jihadistas no dia da votação.

Foto: Reuters/Zoubeir Souissi

A Tunísia realiza neste domingo (26/10) suas primeiras eleições parlamentares desde a queda do ditador Zine El Abidine Ben Ali e a deflagração da Primavera Árabe, em 2011, na expectativa de consolidar a democracia no país.

A fim de garantir a segurança no dia de votação, autoridades tunisianas mobilizaram 70 mil soldados e policiais. Um dia antes, o primeiro-ministro da Tunísia, Mehdi Jomaa, alertara sobre a possibilidade de ataques jihadistas neste domingo.

"Sabemos que a Tunísia é um alvo por ser única na região. Traz esperança à região", disse Mehdi Jomaa no sábado, durante visita a uma das unidades das forças de segurança mobilizadas para as eleições.

Logo pela manhã, mulheres e homens aguardavam em longas filas para ter acesso às cabines eleitorais. No bairro de Yasmina, na cidade de Túnis, eleitores organizaram-se em filas separadas de homens e de mulheres. "É preciso que nos respeitemos", justificou um eleitor.

Partido islâmico é favorito

Tunisianos vão às urnas escolher novo ParlamentoFoto: Reuters/Anis Mili

Após três semanas de campanha, 5,2 milhões de eleitores vão às urnas para eleger 217 deputados numa votação em que o partido islâmico Ennahda parte como favorito. Ele terá, porém, que enfrentar a forte oposição da secular aliança Nidaa Tounes.

Depois de enormes divergências, os partidos políticos da Tunísia cederam à pressão da sociedade civil e aceitaram iniciar, ainda em janeiro, as negociações para a adoção de uma Constituição consensual, a realização das eleições legislativas deste domingo e de presidenciais no dia 23 de novembro.

O contraste positivo entre a atual situação política da Tunísia e a de outros países da Primavera Árabe é usada como trunfo pelo Ennahda, vencedor das eleições em 2011, para pedir votos à população. Entretanto, durante os dois anos que o partido passou pelo poder, logo após a queda de Ben Ali, ocorreram os incidentes mais graves da Tunísia pós-revolução – como o ataque à embaixada dos Estados Unidos em 2012 e a crise política provocada pelo assassinato de dois opositores em 2013.

Para analistas, não se pode falar na Tunísia como um modelo, até porque as eleições vão se realizar com um atraso de dois anos em relação ao calendário inicial e ainda falta consolidar a democracia e retomar o crescimento econômico.

Como um todo, o panorama político é semelhante ao verificado nas eleições para a Assembleia Constituinte em 2011: um partido islamita, proibido nos tempos da ditadura, que conta com dezenas de milhares de militantes, enfrenta uma oposição muito dividida por divergências ideológicas numa eleição por sistema proporcional que retira dos pequenos movimentos capacidade de eleger deputados.

MSB/lusa/ap

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