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Processo de integração

31 de outubro de 2011

De acordo com dados recentes, o número de comerciantes autônomos, homens e mulheres, de origem turca na Alemanha já chega a 80 mil. Eles empregam cerca de 400 mil pessoas. E os negócios ajudam no processo de integração.

O trabalho autônomo foi uma saída para a falta de emprego
O trabalho autônomo foi uma saída para a falta de empregoFoto: AP

Quando os imigrantes turcos chegaram na Alemanha como "trabalhadores convidados", nos anos 1970, muitos abriram mercearias, foram trabalhar em mercados ou viraram verdureiros.

Naquela época o mercado era praticamente voltado para imigrantes turcos. "Quando seus negócios começaram, eles serviam, em sua maioria, para atender às necessidades dos colegas imigrantes", diz Holger Floeting, do Instituto Alemão de Urbanística (Difu, sigla em alemão), ressaltando que os comerciantes turcos ofereciam produtos que eram difíceis de ser encontrados na Alemanha.

No início dos anos 1970, cerca de 60 mil turcos viviam na Alemanha – cerca de 3 mil entre eles eram autônomos. Uma década mais tarde, este número chegava aos 22 mil.

Nos anos que se seguiram, porém, as taxas de desemprego aumentaram bastante, especialmente na parcela da população com baixa ou nenhuma capacitação. O desemprego atingiu particularmente os estrangeiros – incluindo a população turca do país. Muitos viram no empreendorismo uma saída para a falta de vagas no mercado de trabalho.

De acordo com Bahattin Kaya, integrante da Câmara Turco-Alemã da Indústria e do Comércio (TD-IHK, sigla em alemão), como autônomos os turcos tiveram que superar muitas dificuldades – especialmente a lei de imigração então vigente. A legislação não permitia que turcos trabalhassem como empresários independentes. "Assim, muitas pessoas de origem turca tocavam seus negócios sob o registro de um nome alemão", conta Kaya.

Clientes alemães

A Alemanha conta com cerca de 80 mil autônomos turcosFoto: picture-alliance/ dpa

Atualmente os migrantes com permissão de residência permanente na Alemanha podem trabalhar como autônomos sem precisar necessariamente de um sócio alemão. Na página do Ministério alemão da Economia e Tecnologia na internet há informação disponível - inclusive no idioma turco - para quem quiser começar seu próprio negócio. As associações turco-alemãs de empregadores também oferecem serviço de consultoria em várias cidades.

De acordo com estatísticas recentes, o número de comerciantes autônomos, homens e mulheres, de origem turca já chega a 80 mil. Eles empregam cerca de 400 mil pessoas.

Especialista em empresas turcas com sede na Alemanha, Holger Floeting ressalta que o público alvo de muitas dessas empresas atualmente inclui consumidores alemães. De fato, a imagem dos autônomos turcos mudou bastante nos últimos anos – ainda que hoje em dia ela não seja muito clara.

"Quando se observa de perto as placas com os nomes na frente de consultórios médicos, de escritórios de advogados ou agências de publicidade, percebe-se o tipo de emprego que vem sendo oferecido para pessoas no setor de serviços. Frequentemente grandes companhias dirigidas por pessoas de origem turca simplesmente não são notadas", lamenta Floeting.

Ajuda na integração

De acordo com o presidente da TD-IHK, Rainhardt Freiherr von Leoprechting, imigrantes da Turquia têm sido os que mais obtêm sucesso no setor de serviços. "Se você vai a um comerciante turco às 9 da noite porque se esqueceu de comprar alguma coisa, você não será recebido com cara feia, será recebido por alguém satisfeito em receber uma pessoa interessada em seu produto", afirmou.

Os turcos respondem atualmente pela maioria dos comerciantes na Alemanha, e estima-se que este número continuará crescendo nos próximos anos. Pequenos e médios negócios comandados por turcos têm bem mais valor do que apenas seu valor econômico, diz Floeting. "Eles estão comprometidos com as comunidades onde suas empresas funcionam e cumprem uma grande função dando suporte à integração".

Em muitos casos, a integração está ligada ao mercado de trabalho, afirma o especialista. "Ao criar vagas de trabalho e empregar pessoas, eles tornam a integração possível".

Autora: Jülide Danisman (msb)
Revisão: Francis França

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