Setor teve papel importante na retomada econômica do pequeno país nórdico, cada vez mais na moda entre viajantes estrangeiros. Mas, aos poucos, islandeses parecem estar ficando irritados com as massas de visitantes.
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O aumento no fluxo de turistas foi benéfico para a Islândia depois da quebra financeira que abalou a pequena ilha, há quase uma década. Mas um estudo recente mostra que os islandeses estão começando a se cansar dos visitantes.
"Estamos vendo alguns sinais de que a tolerância está ficando mais baixa, especialmente nas áreas mais populares", diz Helga Árnadóttir, diretora da Associação das Indústrias de Turismo Islandesas.
Árnadóttir vê a paciência dos habitantes locais como crucial para a continuidade da indústria turística, já que se trata da segunda fonte de renda mais importante do país. Foi graças aos visitantes que a Islândia voltou a registrar crescimento econômico em 2011, após passar por severos programas de austeridade.
Segundo a instituição financeira Islandsbanki, turistas são responsáveis por quase 40% da renda islandesa em moeda estrangeira. Cada visitante contribui com cerca de 1.860 dólares para a economia local. E metade dos empregos criados desde 2010 são direta ou indiretamente ligados ao turismo.
Em 2008, a Islândia, cuja principal atividade econômica era o setor bancário, protagonizou uma severa crise financeira e bancária. Desde 2010, o número de turistas mais que quadruplicou no pequeno país de 335 mil habitantes.
Desde então, os fraudadores financeiros foram presos, os bancos, nacionalizados, e os investidores estrangeiros – que antes da crise atenuavam a carga de investimentos com rendimentos elevados – obrigados a assumir uma parte das perdas. Em 2016, a Islândia registrou crescimento de 7,2%, alimentado pelo consumo privado, o retorno dos investimentos, a explosão do turismo e uma política orçamentária expansionista.
Banheiros e arbustos
Segundo o Islandsbanki, haverá cerca de 2,3 milhões de visitantes neste ano na Islândia – um aumento previsto de 30% em relação ao ano passado.
A mesma instituição afirma que uma em cada cinco pessoas na ilha é turista nos meses de verão no Hemisfério Norte (junho a agosto). Em setembro, o escritório nacional de estatísticas contou 378.300 estadias, com alemães no topo da lista de visitantes, seguidos pelos turistas americanos.
Islândia: o país dos vulcões
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Apesar de acreditar que a maior parte dos islandeses entende a importância da indústria do turismo, Árnadóttir sugere que a indústria talvez tenha que impor alguns limites ao fluxo de visitantes.
Isso inclui avaliar quantos edifícios em Reykjavik serão convertidos em hotéis, o número de novos restaurantes que devem ser construídos e o número de apartamentos a serem alugados – todas "decisões que têm que ser tomadas pelo governo", afirma.
Os islandeses se queixam sobretudo do vandalismo, da introdução de taxas cobradas para entrar em parques nacionais, das altas de preços e de áreas de construção de hotéis.
Neste ano, também houve semanas de discussões sobre como lidar com o saneamento no país, que apresenta falta de banheiros públicos, o que fez com que turistas fizessem uso de arbustos ou outros locais públicos para atender ao chamado da natureza.
Turismo o ano inteiro
Por outro lado, o boom turístico vivido pela Islândia aumentou a oferta de restaurantes numa ilha onde antes praticamente só se via estandes de cachorro-quente, afirma Árnadóttir.
O plano do governo é atrair turistas que visitem a ilha no Atlântico Norte o ano inteiro – até no escuro inverno –, viajando também por todo o país e não se restringindo apenas à capital, Reykjavik.
A diretora da Associação das Indústrias de Turismo Islandesas diz, porém, que o governo precisa se empenhar para que a Islândia consiga alcançar essas metas: "É preciso reforçar a infraestrutura, a exemplo das estradas, que precisam ser transitáveis também no inverno", diz Árnadóttir.
Nos últimos dois anos, o turismo também vem sendo ameaçado pela situação política instável e pela alta taxa de câmbio da moeda local. "Os turistas não ficam por muito tempo porque é caro", afirma a diretora da associação turística.
Em 2015, os preços do pernoite e de refeições ficaram 44% acima da média da União Europeia, segundo estatísticas. Por causa disso, Árnadóttir espera que o boom deva enfraquecer em breve, estabilizando-se para um crescimento "normal" de 3% a 5%.
RK/dpa/afp
Dez razões para visitar a Islândia
Em poucos lugares do mundo, os elementos estão tão próximos uns dos outros como na terra do fogo e do gelo. Essa ilha no Atlântico Norte encanta cada vez mais os turistas. Veja aqui dez motivos para conhecê-la.
A Islândia é uma terra de contrastes, que reúne fenômenos naturais extraordinários e de grande beleza. Desertos, vales, fiordes, geleiras e muitos outros tipos de paisagens podem ser encontrados ali. Um quarto da ilha é ocupado por áreas vulcânicas; 12%, por geleiras e somente 1% do território é coberto por florestas.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/K. Irlmeier
Vulcões ativos
A erupção do vulcão Eyjafjallajökull, em 2010, foi manchete em todo o mundo. Em parte devido ao seu nome impronunciável, mas também por causa das nuvens de poeira que cobriram a Europa, interrompendo o tráfego aéreo por vários dias. No país insular, existem cerca de 130 vulcões. Desses, aproximadamente 30 são classificados como potencialmente ativos.
Foto: picture-alliance/bt3/ZUMApress
Gigantes brancos
Na Islândia, muitos vulcões estão escondidos sob uma camada de gelo. Só a Vatnajökull, a maior geleira, cobre uma área de 1,2 mil campos de futebol. Um passeio sobre o gelo é bastante impressionante, mas somente na companhia de um guia profissional, o visitante deve se aventurar no "deserto de neve", pois ali, rapidamente, formam-se fendas e rachaduras.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/S. Ziese
Cachoeiras trovejantes
A água proveniente do derretimento das geleiras segue o seu caminho através de muitos rios até a costa. Nesse percurso, ela forma centenas de quedas d'água, às vezes com uma imensa força, como a Gullfoss, a cachoeira dourada. Pode-se ter uma ideia da dimensão dessa catarata através das pequenas figuras dos turistas na plataforma de observação à esquerda desta foto.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/K. Irlmeier
Gêiseres em ebulição
A água assume uma forma de bola e explode, formando no ar uma coluna de água fervente de 30 metros de altura. A cada poucos minutos, o famoso gêiser Strokkur (barril de manteiga) irrompe para o deleite dos muitos turistas assistindo a esse espetáculo natural. Ele se localizada na área geotérmica de Haukadalur, no sudoeste da ilha.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/M. Lohmann
Spas termais
Na Islândia, Haukadalur não é o único lugar onde se encontram águas termais, que se espalham pela ilha e são usadas, em parte, para o banho. A mais conhecida está localizada entre o aeroporto em Keflavik e a capital Reykjavik: rica em minerais, a Lagoa Azul ("Bláa lónið", em islandês) é um dos spas termais mais conhecidos. Banhar-se ali tem efeito beneficiais, especialmente para a pele.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/S. Ziese
Vida urbana
Uma vida urbana agitada não é necessariamente o que vai se encontrar no país conhecido como um paraíso natural. Atualmente, a ilha possui cerca de 320 mil habitantes. Na capital Reykjavik (baía fumegante, em islandês) e arredores, encontra-se boa parte deles: por volta de 120 mil pessoas. Assim, quem estiver à procura de divertimento pode ir à rua Laugavegur, no centro da capital islandesa.
Foto: picture-alliance/U. Bernhart
Cavalos robustos
A natureza, por sua vez, pode ser explorada num jipe, em caminhadas ou a cavalo. Esses animais desempenham um importante papel na ilha. Não somente como meio de transporte, mas também como fonte de renda, essa robusta espécie de equinos tem muitos fãs. Durante o verão, eles correm livremente nos planaltos. Somente no outono, eles são levados de volta para os vales: sempre um grande espetáculo.
Foto: picture alliance/Arco Images/L. Weyers
Terra de duendes
Aqueles que já viram a natureza encantada da Islândia compreendem rapidamente por que tantos habitantes da ilha acreditam em duendes. Há ate mesmo inventários de espíritos naturais vivos e mapas marcando o habitat desses seres. As estradas são construídas contornando tais locais. Na foto, vê-se uma pedra ou um duende? De qualquer forma, ele tem um nome: Hraunkarl.
Foto: DW/E. Yorck von Wartenburg
Céus brilhantes
Nos meses de verão, nunca escurece realmente sobre a ilha, enquanto no inverno, são raros os dias ensolarados. Mas o escuro também tem suas vantagens: principalmente entre meados de outubro e meados de março, pode-se admirar a Aurora Boreal. Também chamadas de "luzes do norte", essas auroras polares iluminam magicamente o céu noturno em verde, violeta e vermelho.