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Turismo 'fair tade'

DW (av)26 de junho de 2008

Do café ao chocolate, cada vez mais o consumidor quer ter certeza de que não ajuda a destruir o planeta ao comprar um produto. A tendência do "comércio justo" chega agora ao setor do turismo.

'Tostado com amor': tanto café como turistasFoto: TransFair
Vegetais orgânicos: em qualquer supermercadoFoto: AP

O selo "fair trade" (comércio justo) facilita a tarefa de comprar legumes e roupas de boa qualidade que também satisfaçam a altos padrões éticos. A popularidade do predicado é tão grande, que alguns afirmam ser a hora de também examinar as ofertas turísticas do ponto de vista do comércio justo.

Para o viajante conscientizado, é um problema decidir que companhias e hotéis consideram aspectos ecológicos e sociais em suas ofertas. "As pessoas não querem ter a consciência pesada quando estão passeando", observa o professor Rainer Hartmann, perito em Turismo da Escola Superior de Bremen.

Assim como ele, Heinz Fuchs, da Tourism Watch, uma entidade ligada à Igreja luterana alemã e sediada em Bonn, também nota a demanda crescente por um perfil de consumo sustentável. "Os produtos Transfair tiveram um crescimento de 30% em 2007. Essa idéia é bastante difundida em outros países, porém está apenas engatinhando aqui."

Consciência trabalhista

De fato: as organizações de turismo da África do Sul já empregam o selo "comércio justo" e certos órgãos europeus vão na mesma direção. Um grupo de trabalho internacional está tentando estabelecer critérios para a concessão do predicado.

Dentre eles, estariam condições justas para os funcionários. "Tem que haver horários de trabalho fixos. Os trabalhadores precisam contar com seguro de saúde e contra acidentes, assim como com seguro-desemprego", exemplifica Fuchs.

Estabeleceu-se o consenso de que o selo não será concedido a operadoras e companhias turísticas, mas sim a certos produtos, como, por exemplo, determinados pacotes e rotas.

Para além do idealismo

'Mainstream' porém 'fair'?Foto: AP

O grupo concorda ainda que o público-alvo não pode ser um pequeno nicho de idealistas. "Em vez disso, deve voltar-se para o turismo mainstream", afirma o representante da Tourism Watch.

Hartmann reconhece o mérito de tais propostas. "A consciência nessa área vem crescendo. É o que se observa quanto aos alimentos orgânicos, que agora se encontram à venda em qualquer supermercado popular."

Como no caso de maçãs orgânicas, o selo de viagens "comércio justo" teria não só a vantagem de propor um claro conjunto de critérios, como também proporcionaria transparência, reforça o professor. "Seria mais fácil comunicar a mensagem: 'Esta viagem é OK'."

Alternativas

Entretanto, há quem discorde. Rolf Pfeifer, diretor executivo do Forum Anders Reisen, um grupo de operadoras especializadas em turismo ecologicamente correto, lembra: "Certificados não são uma coisa barata, custam vários milhares de euros. Muitos hotéis não teriam condições de arcar com a despesa. Assim como diversas pequenas operadoras."

A companhia de Pfeifer acaba de concluir um estudo sobre responsabilidade social corporativa (CSR) no turismo. Ele deverá servir como base para relatórios de sustentabilidade a serem apresentados por outros organizadores.

Uma recente decisão do fórum exige que todos os seus membros disponham do CSR até o fim de 2010. Este certificado teria a mesma função e cobriria em grande parte as mesmas exigências do selo "fair trade".

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