Turista é presa por fazer saudação nazista em Auschwitz
24 de janeiro de 2022
Holandesa de 29 anos faz saudação nazista no portão de entrada do antigo campo de extermínio. Turista alegou que se tratava de uma "piada", mas aceitou pagar uma multa aplicada pelas autoridades da Polônia.
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A polícia da Polônia deteve uma turista holandesa no antigo campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau após ela fazer uma saudação nazista enquanto posava para uma foto, segundo relatou a agência polonesa de notícias PAP.
"Oficiais da cidade de Oswiecim detiveram hoje uma mulher de 29 anos da Holanda", reportou a polícia regional no domingo (23/01). "A turista estava fazendo a saudação a Hitler em frente ao portão com a inscrição 'Arbeit macht frei' ['O trabalho liberta']. A detida foi acusada de propaganda nazista. Ela confessou."
O marido, de 30 anos, tirava a foto, enquanto a turista holandesa erguia seu braço para fazer o gesto emblemático e recriminado. Os guardas do antigo campo de extermínio – atualmente um memorial – viram o que o casal estava fazendo, ligaram para a polícia.
Um porta-voz da polícia polonesa relatou que a mulher tentou explicar suas ações ao alegar que se tratava apenas de uma brincadeira, segundo relatou a PAP. A promotoria local aplicou uma multa, que foi prontamente aceita pela holandesa.
Não foi a primeira vez que ocorre a detenção de turistas por gestos desta natureza na Polônia, onde uma acusação por propaganda nazista pode acarretar a uma pena de até dois anos de prisão. Em 2013, dois estudantes turcos foram condenados a seis meses de prisão, suspendidos por três anos e multados por uma saudação nazista em Auschwitz.
O campo de concentração e de extermínio de Auschwitz-Birkenau foi construído pela Alemanha nazista em Oswiecim durante a Segunda Guerra Mundial, após a ocupação da Polônia. Em Auschwitz, os nazistas mataram mais de um milhão de pessoas, a maioria judeus. O local se tornou um símbolo do genocídio nazista de seis milhões de judeus europeus. Tropas soviéticas libertaram o campo no início de 1945.
O diário de uma sobrevivente de Auschwitz
Sheindi Miller-Ehrenwald tinha 14 anos quando começou a descrever sua vida após a deportação para o campo de Auschwitz. Agora, o diário da sobrevivente do Holocausto será exposto no Museu Histórico Alemão em Berlim.
Foto: Alex Pantcykov/dpa/Sputnik/picture-alliance
Deportação para Auschwitz-Birkenau
Com a ocupação da Hungria, em março de 1944, a população judaica, inicialmente os habitantes das zonas rurais, foi desalojada, deportada e depois morta. Sheindi Ehrenwald tinha 14 anos quando começou o seu diário. No campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, ela continuou a escrevendo, mesmo correndo risco de vida. Quase toda a sua família foi assassinada pelos nazistas.
Foto: Holokauszt Emlékközpont, Budapest
Lembrança de dias melhores
Vista para a propriedade da família de comerciantes Ehrenwald, da grande comunidade judaica na então ainda pequena cidade húngara de Galánta, perto da fronteira com a Áustria. Em primeiro plano está o pai de Sheindi, Lipot Ehrenwald, que morreu em Auschwitz. A fotografia, uma foto de dias felizes, foi tirada por volta de 1935.
Os judeus eram selecionados já na chegada ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau: os que não eram enviados para a morte tinham que executar trabalhos forçados. Sheindi, de 14 anos, foi levada para uma fábrica de armamentos alemã na Baixa Silésia.
Foto: Yad Vashem, Jerusalem
Anotações em cartões descartados
Sheindi fazia suas anotações às escondidas em cartões descartados da fábrica de armamentos onde trabalhava. Ela conseguiu resgatar seus escritos depois de sua libertação. Seu martírio durou 14 meses. Hoje, seu diário é um testemunho raro.
"Punição na chamada" é o nome da aquarela de Zofia Rozensztrauch (mais tarde: Naomi Judkowski), de 1945. A obra mostra a brutalidade dos guardas alemães no campo de concentração. Esta imagem também pode ser vista na exposição do Museu Histórico Alemão, em Berlim, por ocasião da libertação de Auschwitz, há 75 anos.