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Terremoto

24 de outubro de 2011

Comunidade internacional, inclusive o governo brasileiro, ofereceu ajuda à Turquia para reforçar as equipes de busca. Estima-se que terremoto de 7,2 graus na escala Richter possa ter custado a vida de mil pessoas.

Vilarejo de Tabanli: busca por vidas depois do terremotoFoto: dapd

Um dia depois do forte terremoto que abalou o país, a Turquia começa a receber ajuda internacional. Da Alemanha, uma equipe de médicos chega nesta segunda-feira (24/10) à região onde a terra tremeu. "Para as pessoas que ainda estão debaixo dos escombros, as chances de sobrevivência diminuem a cada hora", lembrou Ruth Bücker, porta-voz da organização humanitária Humedica.

Estados Unidos, Israel, Grécia, Azerbaijão, Irã e Bulgária também ofereceram ajuda ao governo turco. As condições climáticas da região também exigem agilidade nos resgates: as temperaturas durante à noite são baixíssimas, há previsão de neve para essa semana. Ainda assim, Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro turco, disse que a ajuda externa ainda não é necessária.

O governo brasileiro também manifestou solidariedade e, segundo nota emitida pelo Itamaraty, "transmitiu ao governo da Turquia a pronta disposição do Brasil de prestar assistência emergencial e colaborar com os esforços de reconstrução".

O terremoto de magnitude 7,2 graus na escala Richter atingiu principalmente a província de Van, na fronteira com o Irã. Estima-se que mais de 260 pessoas tenham morrido e mais de 1,3 mil tenham ficado feridas. Especialistas avaliam, no entanto, que o número de vítimas fatais chegue a mil.

Reação e danos

Até agora, a Turquia mobilizou 2,4 mil socorristas de 45 cidades para trabalhar nas operações de resgate. O governo iraniano também enviou 20 homens à região de Van, já que a cidade fica próxima à fronteira entre os dois países. O tremor de terra também foi sentido em regiões da Armênia e do Irã.

Helicópteros e aviões também auxiliam as equipes e trazem medicamentos, alimentos e tendas para a região. Segundo dados do governo, 970 construções foram destruídas com o tremor. Nas primeiras horas desta segunda-feira, Erdogan esteve no local atingido, na companhia de seis ministros. Ele prometeu que as buscas continuarão ininterruptamente.

Na cidade de Ercis, de 75 mil moradores, pelo menos 117 morreram na tragédia. Em Van, capital da província de mesmo nome, vivem 380 mil pessoas, e ainda há muitos desaparecidos. Com os danos provocados pelo tremor, cerca de 150 presos conseguiram fugir de uma prisão – 50 teriam retornado posteriormente.

A província de Van é cercada por montanhas e sofreu por décadas com a guerra entre curdos e o exército turco. Durante o conflito, muitos povoados nas montanhas foram evacuados e abandonados e, por muitos anos, os produtores rurais foram proibidos de cuidar do gado e da plantação – os locais eram usados como esconderijos pelos rebeldes.

Equipes de resgate procuram sobreviventes na cidade de ErcisFoto: picture-alliance/dpa

Outros casos

Terremotos acontecem com certa frequência na Turquia, já que o país se encontra numa região propensa ao fenômeno. Estudos mostram que 98% do território são considerados de risco, incluindo Istambul e Izmir. Três placas tectônicas se encontram debaixo do solo turco.

Em 1999, um forte tremor registrado numa área de alta densidade populacional, no noroeste do país, custou a vida de 20 mil pessoas. Também em Van, 3840 habitantes morreram pelo mesmo motivo, em 1976.

Autora: Nádia Pontes / Susanne Güsten
Revisão: Roselaine Wandscheer

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