1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Turquia decreta estado de emergência por três meses

21 de julho de 2016

Medida visa "erradicar elementos" envolvidos na tentativa frustrada de golpe, diz Erdogan em pronunciamento oficial. Número de pessoas detidas chega a quase 11 mil.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em pronunciamento em Ancara
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em pronunciamento em AncaraFoto: Reuters/U. Bektas

O governo da Turquia decretou estado de emergência no país por três meses, anunciou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em pronunciamento transmitido na TV nesta quarta-feira (20/07).

De acordo com o líder, a medida visa proteger os valores democráticos na Turquia, que foi alvo de uma tentativa de golpe militar na sexta-feira passada.

"Esta medida não é absolutamente contra a democracia, o Estado de Direito e a liberdade. Pelo contrário, tem o propósito de fortalecer e proteger esses valores", disse o presidente após reunião com o Conselho Nacional de Segurança e, horas depois, com o gabinete de ministros.

O estado de emergência permitirá dar "de forma mais eficiente os passos para eliminar o mais rápido possível a ameaça à democracia, o Estado de Direito e os direitos dos cidadãos", completou.

A destruição em Ancara após a tentativa de golpe

01:05

This browser does not support the video element.

Erdogan destacou a necessidade de "erradicar rapidamente todos os elementos da organização terrorista implicada na tentativa de golpe de Estado". O líder refere-se aos seguidores do clérigo islâmico Fethullah Gülen, a quem o governo atribui a responsabilidade pela tentativa de golpe.

O presidente invocou o artigo 120 da Constituição turca, que permite estabelecer estado de emergência no caso de atos de violência que ameacem a democracia. A última vez que a medida foi tomada na Turquia foi em 2002, prolongando-se por até 15 anos em algumas regiões do país.

O governo turco vem tomando uma série de medidas drásticas desde o golpe fracassado na semana passada, que deixou ao menos 312 mortos e mais de 1.500 feridos. Cerca de 55 mil pessoas já foram afastadas de seus empregos, enquanto há 10.937 detidos sob suspeita de ligação com o golpe.

Tais medidas, bem como a possibilidade de o país reintroduzir a pena de morte – o que foi citado recentemente pelas autoridades – alarmaram a comunidade internacional. Vários governos e instituições pediram à Turquia para manter o respeito ao Estado de Direito.

"Todas as medidas que estamos tomando são legais, e não estamos violando jamais o Estado de Direito. Mas ao mesmo tempo não vamos deixar de cumprir o dever que temos com o país", respondeu Erdogan em entrevista à televisão árabe Al Jazeera divulgada nesta quarta-feira.

EK/ap/dpa/efe/lusa

Pular a seção Mais sobre este assunto

Mais sobre este assunto

Mostrar mais conteúdo