Trégua começa a valer a partir da meia-noite, em todo o país. Medida prepara terreno para as negociações de paz entre regime sírio e oposição, previstas para se realizarem no início do ano em Astana, Cazaquistão.
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A Turquia e a Rússia fecharam um acordo de cessar-fogo na Síria, que entra em vigor a partir da meia-noite desta quarta-feira (28/12), segundo informações divulgadas pela agência de notícias turca Anadolu.
O acordo visa preparar terreno para que possam ser realizadas negociações políticas de paz entre governo sírio e grupos opositores, previstas para janeiro em Astana, capital do Cazaquistão. Os encontros organizados por Ancara e Moscou ainda não têm data definida.
De acordo com a agência turca, o acordo estende para todo o país o cessar-fogo instaurado em Aleppo no início de dezembro, mas sem incluir os "grupos terroristas". Como já ocorrido com outros acordos, por exemplo, com os Estados Unidos, o entendimento de quem deve ser considerado "grupo terrorista" pode representar obstáculo a esta nova tentativa de cessar-fogo.
Do ponto de vista Ancara, a milícia jihadista "Estado Islâmico" (EI) e as Unidades de Proteção do Povo (YPG) curdas são responsáveis por atos de terrorismo. Já Damasco e Moscou consideram como terroristas quase todos os grupos contrários ao governo do presidente Bashar al-Assad. A agência turca não especifica quais grupos serão excluídos do novo cessar-fogo.
Desde o início da guerra na Síria, em março de 2011 durante a assim chamada "Primavera Árabe", Turquia e Rússia estiveram de lados opostos do conflito. Enquanto o posicionamento da Turquia era contrário a Assad, defendendo sua saída do poder, a Rússia sempre esteve do lado das forças do governo sírio.
Após o início da intervenção militar russa no país, em setembro de 2015, e a retomada de Aleppo pelo governo sírio, a Turquia mudou seu posicionamento, passando a cooperar de forma mais estreita com Damasco, ao lado de Moscou, para pôr fim à guerra civil da Síria. O destino de Bashar al-Assad numa futura transição política na Síria permanece controverso entre a Turquia, Rússia, Irã e EUA.
NT/afp/dw/ots
Aleppo antes e depois da guerra na Síria
A cidade síria era uma metrópole vibrante e popular entre os turistas, além de ser o centro econômico do país. Hoje, o leste de Aleppo está em ruínas. Imagens mostram os efeitos da guerra civil.
Grande Mesquita de Aleppo (antes)
Em 2010, as insurreições no mundo árabe ainda não haviam chegado à Síria e à famosa Grande Mesquita de Aleppo. Construído no ano 715, o local de culto é considerado um dos Patrimônios Mundiais da Humanidade.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Grande Mesquita de Aleppo (depois)
A mesquita foi seriamente danificada nos combates em 2013. Do século 11, o minarete foi destruído em 24 de março de 2013. Hoje, a joia histórica lembra mais uma ruína abandonada.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Hamam El Nahasin (antes)
No outono de 2010, visitantes podiam descansar após um longo banho neste hamam – também conhecido como banho turco – localizado na parte antiga da cidade de Aleppo.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Hamam El Nahasin (depois)
Seis anos depois, o hamam não irradia mais tranquilidade e relaxamento, mas sim as consequencias da guerra.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidadela (antes)
A cidadela de Aleppo é uma das maiores e mais antigas fortalezas do mundo. Grande parte dos edifícios data do século 13.
Foto: Reuters/S. Auger
Cidadela (depois)
Grande parte da antiga atração turística foi destruída. Hoje, a edificação se destaca com um ar sombrio na parte velha da cidade.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidade Antiga (antes)
Cercadas por luzes coloridas, pessoas aproveitam o início da noite em cafés localizados na parte antiga da cidade de Aleppo, em 24 de novembro de 2008.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Cidade Antiga (depois)
Em 13 de dezembro de 2016, a parte antiga da cidade de Aleppo se transformou em ruínas.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Centro comercial Shahba (antes)
Presentes fazem parte da decoração de Natal do shopping Shahba, em dezembro de 2009. O centro comercial de cinco andares foi inaugurado em 2008 e era um dos maiores do país.
Foto: Reuters/K. Ashawi
Centro comercial Shahba (depois)
"Permanentemente fechado" diz uma mensagem quando alguém digita o nome do shopping no Google. O centro comercial foi seriamente atingido por ataques aéreos em 2014.
Foto: Reuters/A. Ismail
Mercado al-Zarab (antes)
A iluminação da entrada do mercado localizado na parte antiga de Aleppo ainda reluzia em 2008.
Foto: Reuters/O. Sanadiki
Mercado al-Zarab (depois)
Em dezembro de 2016, vê-se a entrada do mercado quase totalmente destruída.