1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Feira de Hannover

(gh)17 de abril de 2007

Mão-de-obra barata e união aduaneira com a União Européia favorecem investimentos no país-destaque da Feira Industrial de Hannover de 2007. Alemanha é o principal mercado para as exportações turcas.

Angela Merkel (d) e o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan visistam da empresa Schaeffler, que tem fábrica na Turquia
Angela Merkel (d) e o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan visitam estande de empresa que fabrica rolamentos na TurquiaFoto: AP

Mais de 200 expositores turcos apresentam seus produtos na Feira Industrial de Hannover, que foi aberta no último domingo e prossegue até a próxima sexta-feira (20/04), com a participação de 6.000 empresas de 68 países.

O que se vê nos estandes da Turquia é o retrato de um país que está deixando de ser predominantemente agrícola para se transformar num moderno Estado industrial. Uma prova evidente dessa metamorfose são as exportações turcas. Nos últimos quatro anos, elas aumentaram de 36 bilhões para 85 bilhões de euros.

A Alemanha é o principal mercado para os exportadores turcos – aqui eles vendem cerca de 13% de seus produtos. O volume do comércio bilateral atingiu um novo recorde de 23,5 bilhões de euros em 2006. Quase a metade das exportações turcas (48%) destina-se à União Européia, de onde vêm 36% das importações do país.

No ranking dos fornecedores, a Alemanha perde por pouco para a Rússia, líder por conta da venda de petróleo e gás à Turquia. No primeiro trimestre deste ano, as exportações turcas cresceram 20%. Com isso, devem superar pela primeira vez a marca de 100 bilhões de dólares em 2007.

Produtos industrializados

Esse boom das exportações seria impossível apenas com a venda de camisetas, tapetes e frutas. Os têxteis ainda representam um terço das vendas turcas no exterior, mas aumenta também a participação de produtos industrializados e de tecnologia de ponta.

Aproximadamente 700 mil dos cerca de 1 milhão de automóveis produzidos na Turquia em 2006 foram exportados, o que representou um aumento de 25% em relação ao ano anterior. Quem embarca num ônibus das marcas Mercedes ou MAN ou compra um Fiat Doblò, um Ford Transit ou um Renault Mégane na Alemanha senta-se, provavelmente, num veículo "made in Turkey".

Também na sala de estar e na cozinha dos alemães encontram-se muitos produtos turcos. Quase a metade dos televisores vendidos na Europa ocidental vem da produção turca, mesmo que tenham etiquetas de marcas japonesas, coreanas, holandesas ou alemãs, como as tradicionais Telefunken e Grundig.

Empresas alemãs na Turquia

Turquia é destaque na Feira Industrial de Hannover de 2007Foto: AP

Para a BSH Bosch e a Siemens, a Turquia tornou-se o principal centro de produção de eletrodomésticos. Na fábrica da Bosch, no norte de Istambul, 3.000 funcionários produzem anualmente cerca de 2,5 milhões de máquinas de lavar roupa e louça, secadoras, fogões e geladeiras.

As empresas alemãs têm uma longa tradição na Turquia. A presença de algumas delas, como a Siemens, remonta ao século 19. Nos anos 80 e 90 do século passado, o potencial do mercado turco, com quase 75 milhões de consumidores, atraiu muitos investimentos alemães. O país é visto também como ponte comercial entre a Europa e o Oriente Médio e as repúblicas da ex-União Soviética.

"Há dez anos existiam na Turquia cerca de 500 empresas com participação alemã. Hoje são aproximadamente 2.700", disse Marc Landau, diretor executivo da Câmara de Indústria e Comércio Turquia-Alemanha em Istambul.

União aduaneira com a UE

Um novo impulso aos investimentos estrangeiros na Turquia foi dado pela união aduaneira com a União Européia, firmada em 1996, e pela candidatura do país para o ingresso na UE. Além do grande mercado consumidor, a Turquia também oferece mão-de-obra barata.

Na indústria automobilística, por exemplo, o custo total da hora trabalhada na Alemanha chega a 30 euros; na Turquia, são apenas 6,50 euros. Em países como a Bulgária, os salários são ainda mais baixos, mas a mão-de-obra turca é melhor qualificada e mais produtiva.

O volume dos investimentos estrangeiros na Turquia, que foi de US$ 10 bilhões em 2005 e US$ 20 bilhões em 2006, já atingiu US$ 12 bilhões somente nos primeiros três meses deste ano. Os setores preferidos são o bancário, de telecomunicações e imobiliário.

Um crescimento econômico de mais de 6% ao ano rendeu à Turquia o título de "China da Europa". Até 2013, o governo espera duplicar o Produto Interno Bruto (PIB) do país, que foi de US$ 400 bilhões em 2006, superior ao da Bélgica (US$ 387 bilhões). Por isso, a União Européia vê a Turquia como "locomotiva econômica do futuro".

Pular a seção Mais sobre este assunto