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Turquia prende mais de 35 mil após tentativa de golpe

23 de outubro de 2016

Em reação à tentativa do golpe de Estado contra o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan, em julho último, dezenas de milhares de pessoas foram detidas ou investigadas, anuncia ministro turco da Justiça.

Gefängnis von Antalya Türkei
Prisão em Antalya, na TurquiaFoto: picture-alliance/dpa/G.Breloer

Depois da tentativa de golpe de estado contra o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan, em 15 de julho último na Turquia, mais de 35 mil pessoas foram presas e 82 mil outras foram investigadas, anunciou o ministro turco da Justiça, Bekir Bozdag, acrescentando que 4 mil pessoas ainda estariam sendo procuradas.

Entre as pessoas alvo de investigação, 26 mil foram libertadas, mas estão "sob controle judicial", afirmou ainda o ministro Bekir Bozdag, num discurso feito no sábado à noite em Afyonkarahisar, divulgado neste domingo (23/10) pela mídia social na Turquia.

Ancara acusa o ex-religioso Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos, e os seus apoiadores de serem os articuladores da tentativa de golpe de Estado, que provocou 270 mortos, 34 deles golpistas, mas o mesmo já negou qualquer envolvimento.

Após a tentativa frustrada de golpe, Erdogan anunciou um amplo "expurgo" no aparato estatal. O estado de emergência foi prorrogado até meados de janeiro. Como resultado, o presidente turco pode governar por decretos emergenciais. Entre outros, mais de 50 mil funcionários públicos foram demitidos por decreto.

Da mesma forma, o chefe de Estado turco também decretou a extensão da prisão preventiva de quatro para 30 dias e que o acesso a um advogado possa ser negado por cinco dias. Organizações de direitos humanos e partes da oposição criticam que a liderança turca abusa do estado de emergência para combater opositores do governo.

Após a prorrogação do estado de emergência, na última quarta-feira, a Anistia Internacional afirmou que "vão acontecer mais abusos do que durante a primeira fase do estado de emergência."

CA/afp/dpa/lusa

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