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Contra Kadafi

4 de julho de 2011

Em visita a Bengasi, ministro turco do Exterior oferece 200 milhões de dólares aos opositores e os reconhece como representantes do povo líbio.

Davutoglu em Bengasi, onde anunciou ajuda financeira aos rebeldes
Davutoglu em Bengasi: "Kadafi deve deixar o poder"Foto: AP

O governo da Turquia, que por anos manteve relações econômicas muito próximas com o regime do ditador Muammar Kadafi, reconheceu os rebeldes como representantes do povo líbio e ofereceu nova ajuda financeira a eles.

Durante uma visita a Bengasi – centro de comando dos opositores ao regime do ditador – neste domingo (03/07), o ministro turco do Exterior, Ahmet Davutoglu, ofereceu 200 milhões de dólares e apoio político aos rebeldes.

"A exigência pública por reformas deve ser atendida, Kadafi deve deixar a poder e a Líbia não deve ser dividida", disse Davutoglu em Bengasi, dirigindo-se aos líderes opositores como "legítimos representantes do povo líbio". O novo valor soma-se ao fundo de 100 milhões anunciado em junho pelo país.

A agência de notícias Reuters chegou a noticiar que a Turquia havia cortado relações com o regime de Kadafi, mas informou em seguida que a notícia estava errada.

Moderação turca

O reconhecimento do conselho rebelde acontece depois de o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, ter pedido diversas vezes a Kadafi para que renunciasse e iniciasse um diálogo com os rebeldes, com o objetivo de encontrar uma solução pacífica. No mês passado, Erdogan chegou a oferecer ajuda para que o líder líbio deixasse o país, mas não teria recebido uma resposta do ditador.

Depois de cinco meses de conflito, a Turquia decidiu apoiar os opositores do regime de mais de 40 anos. "Estou aqui para expressar solidariedade ao povo líbio. O direito legítimo do povo deve ser observado, deve haver uma solução permanente para a crise, que será possível apenas por meio de uma solução política com base nas exigências do povo da Líbia", disse Davutoglu durante e visita.

Os líderes turcos estão entre os poucos que mantêm comunicação com ambos os lados – com os apoiadores de Kadafi e com os rebeldes. Dessa maneira, Ancara consegue desempenhar um papel importante nas negociações. A Turquia é também uma potência militar, sendo o segundo maior Exército da Otan.

De maioria muçulmana, a Turquia também teria rascunhado entre os dois lados soluções para um cessar-fogo e transição política. "Nós faremos de tudo para implementar esse plano como for preciso", disse Davutoglu.

NP/dpa/rtr
Revisão: Alexandre Schossler

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