Turquia vai multar quem se levantar antes da hora no avião
30 de maio de 2025
Passageiros que se levantarem após o pouso e antes de a tripulação autorizar poderão sofrer multa de até 70 dólares. Aguardar o desembarque das fileiras da frente também será regra no país.
Se levantar quando o avião ainda está em movimento no solo é visto como um risco à segurança do passageiroFoto: Caro/picture alliance
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Passageiros de voos com destino à Turquia que descumprirem a regra de permanecer sentado e manter o cinto de segurança afivelado após o pouso da aeronave poderão sofrer penalidades, segundo novas regras emitidas pela autoridade de aviação civil do país.
As normas obrigam as companhias aéreas a avisarem os passageiros que é proibido se levantar ou abrir o compartimento de bagagem antes que a aeronave atinja o seu ponto final de parada e o aviso de "afivelar o cinto de segurança" seja desligado. Agora, esses anúncios também devem informar que o descumprimento da regra poderá resultar em multas e que os passageiros devem aguardar a saída daqueles que estão sentados nas fileiras da frente.
Segundo a imprensa local, quem infringir as regras poderá receber multas de até 70 dólares (R$ 400), embora a Diretoria Geral de Aviação Civil da Turquia não tenha especificado valores. A agência apenas afirmou que as mudanças foram motivadas por um aumento nas violações de segurança identificado por inspeções.
"Apesar dos avisos informarem os passageiros das regras, muitos se levantam antes de a aeronave chegar à posição de estacionamento e antes que o sinal de afivelar o cinto seja desligado", disse a diretoria. "Esse comportamento compromete a segurança dos passageiros e das bagagens e desrespeita a prioridade de desembarque de outros viajantes."
Segundo o portal de notícias Euronews, a companhia aérea turca Turkish Airlines já atualizou o seu anúncio de aterrissagem. Nele, os passageiros são informados de que "uma multa administrativa será imposta de acordo com os regulamentos legais" a quem descumprir as regras.
Companhia aérea nacional já informa passageiros das penalidadesFoto: Daniel Bockwoldt/dpa/picture alliance
Proibição é comum, mas multa é rara
A pressa em se levantar e pegar os pertences após o pouso é uma constante irritação entre os viajantes. Embora muitos países tenham regulamentos para lidar com esse comportamento, a aplicação de multa é rara.
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Nos Estados Unidos, por exemplo, a Administração Federal de Aviação (FAA) exige que os passageiros mantenham os cintos "devidamente afivelados durante o taxiamento, decolagem, pouso e em qualquer outro momento em que a tripulação assim instruir".
Embora desobedecer instruções de segurança possa resultar em multas pesadas, é raro que passageiros sejam de fato punidos apenas por não usar o cinto.
Em 2021, por exemplo, a FAA propôs uma multa de 14 mil dólares (R$80 mil) a uma passageira da Endeavor Airlines que teria removido o cinto enquanto o sinal ainda estava aceso e, além disso, se recusou a usar uma máscara de proteção facial corretamente, mesmo após orientações repetidas dos comissários de bordo.
Durante a pandemia de covid-19, houve um aumento significativo nos relatos de comportamentos disruptivos a bordo, impulsionados principalmente pela recusa de passageiros em seguir as regras sanitárias.
Diante da escalada de incidentes em 2021, a FAA adotou uma "política de tolerância zero", passando a aplicar multas diretamente, sem enviar cartas de advertência ou oferecer opções de reeducação.
Hoje, passageiros podem enfrentar multas de até 37 mil dólares (R$ 211 mil) para infrações mais graves e até mesmo processos criminais, segundo a agência americana.
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) também exige que os passageiros permaneçam sentados e usem cinto de segurança "durante movimentações no solo, decolagens e pouso", mas não há previsão de multa para o descumprimento da regra.
A Turquia recebe milhões de turistas todos os anosFoto: Liu Lei/Xinhua/picture alliance
Permanecer sentado é medida de segurança
Tanto companhias aéreas quanto autoridades e especialistas em segurança reforçam a importância de permanecer sentado com o cinto afivelado enquanto o avião estiver em movimento, como forma de evitar lesões durante turbulência ou outras situações imprevistas.
Após o pouso, se levantar antes da parada completa da aeronave pode resultar em quedas ou outros acidentes.
Sara Nelson, presidente do sindicato americano Associação dos Comissários de Bordo, que representa mais de 55 mil profissionais, defendeu, em nota, a importância de permanecer sentado enquanto a aeronave estiver taxiando.
"Ouçam os comissários de bordo e sigam as instruções da tripulação para chegar ao seu destino com segurança e evitar atrasos desnecessários", disse Nelson à agência de notícias AP.
gq/ra (ap, ots)
As companhias aéreas mais antigas ainda em operação
A indústria da aviação é cheia de adversidades e, ao longo da história, muitas empresas deixaram de existir. Confira as dez aéreas mais antigas do mundo ainda em atividade. Somente uma latino-americana figura na lista.
Foto: picture-alliance/ZUMA Wire/B. Stanley
#10: LOT, da Polônia
A LOT foi criada em 29 de dezembro de 1928 pelo governo polonês, assumindo as aéreas existentes Aerolot (fundada em 1922) e Aero (1925). A era do jato foi introduzida na Polônia em 1968, quando o primeiro dos cinco Tupolev Tu-134 adquiridos pela LOT pousou em Varsóvia. Com uma frota com cerca de 70 aeronaves, entre elas o Boeing 787 Dreamliner (foto), a empresa voa para mais de 110 destinos.
Foto: Reuters
#9: Iberia, da Espanha
A empresa foi fundada em 28 de junho de 1927. Sua primeira rota nacional foi de Madrid para Barcelona (1927); a internacional, para Lisboa (1939); e a intercontinental, para Buenos Aires (1946). Em 2011, a empresa fez uma fusão com a British Airways para formar a International Airlines Group (IAG). No entanto, cada empresa opera ainda com seu próprio nome. No Brasil, ela voa para São Paulo e Rio.
Foto: picture-alliance/dpa/NurPhoto/A. Widak
#8: Air Serbia, da Sérvia
Fundada em 17 de junho de 1927, a Aeroput começou a voar regularmente entre Belgrado e Zagreb em 1928. A 2ª Guerra interrompeu as operações e, em 1947, a tradição da Aeroput foi continuada pela Aerolíneas Iuguslavas (JAT). Em 2013, a Etihad comprou 49% da empresa junto ao governo sérvio e a rebatizou de Air Serbia. Ela voa para 61 cidades com 19 aeronaves, entre jatos da Airbus e turboélices ATR.
Foto: ANDREJ ISAKOVIC/AFP/Getty Images
#7: Delta Airlines, dos EUA
Com o nome de Huff Daland Dusters, a aérea começou como uma empresa de pulverização de lavouras em 30 de maio de 1924. Somente em 1928 ela adotou o nome Delta e se tornou uma das maiores do mundo em número de passageiros ao comprar a Pan Am, em 1991, e fazer uma fusão com a Northwest Airlines, em 2008. Com mais de 300 destinos em ao menos 50 países, no Brasil ela voa para São Paulo e Rio.
Foto: dapd
#6: Finnair, da Finlândia
A empresa foi fundada com o nome de Aero em 1º de novembro de 1923. Seu voo comercial inaugural levou 162 kg de correio de Helsinque para Talín. Durante seu primeiro ano, a Aero transportou 269 passageiros. Ela oferece as ligações aéreas mais curtas entre Europa e Ásia devido à localização geográfica da Finlândia. São 19 destinos na Ásia, oito na América do Norte e mais de cem na Europa.
Foto: Imago Images/Aviation-Stock/M. Mainka
#5: Czech Airlines, da República Tcheca
A empresa foi fundada em 6 de outubro de 1923 pelo governo da antiga Tchecoslováquia. Seu primeiro voo foi na rota entre Praga e Bratislava, 23 dias depois de sua fundação. As operações foram interrompidas durante a 2ª Guerra, e a companhia foi mais tarde reintegrada pelo governo comunista pós-guerra. Atualmente ela voa para mais de 30 destinos na Europa, Oriente Médio e Ásia.
Foto: picture-alliance/dpa
#4: Aeroflot, da Rússia
A Aeroflot foi fundada em 17 de março de 1923 e seguiu a tendência, após a 1ª Guerra, de usar a aviação para fins pacíficos ao transportar passageiros, correio e carga, operando aviões de guerra reequipados. Em 1956, ela introduziu o Tupolev Tu-104, o primeiro avião civil a jato da Rússia. De seu hub no terminal Sheremetyevo, em Moscou, ela operou 159 rotas em 54 países no verão europeu de 2019.
Foto: Reuterrs/M. Shemetov
#3: Qantas, da Austrália
Em novembro de 1920, os veteranos da 1ª Guerra Paul McGinness e Hudson Fysh conceberam um serviço aéreo que ligasse a Austrália ao mundo. O primeiro serviço regular, entre Charleville e Cloncurry, começou em 1922. Em 1947, o governo comprou a companhia e a transformou na aérea de bandeira nacional. Na década de 1990, ela foi reprivatizada e voa atualmente para mais de 80 cidades em 20 países.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Griffith
#2: Avianca, da Colômbia
A empresa foi fundada em 5 de dezembro de 1919 por imigrantes alemães e com o nome de SCADTA. Em 1920, a companhia mais antiga das Américas fez seu primeiro voo entre as cidades colombianas de Barranquilla e Puerto Berrío. Em 1972, ela se tornou a primeira companhia latino-americana a operar um Boeing 747. A Avianca possui 189 aeronaves e voa para 108 destinos em 26 países, inclusive o Brasil.
Foto: Imago/Rüdiger Wölk
#1: KLM, da Holanda
A KLM foi fundada em 7 de outubro de 1919 e é a companhia mais antiga do mundo que ainda opera sob seu nome original. Seu primeiro voo, porém, foi realizado em 1920, entre Londres e Amsterdã. Em 1946, ela se tornou a primeira a ligar a Europa continental aos EUA. Em 2004, se juntou com a Air France para formar um dos maiores grupos europeus. No Brasil, voa para São Paulo, Rio e Fortaleza.