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Twitter bloqueia campanha eleitoral do governo francês

3 de abril de 2019

Empresa barra campanha em prol da participação nas eleições europeias e alega ter seguido a legislação contra a disseminação de notícias falsas. Twitter decidiu impedir qualquer publicação paga com conteúdo político.

Twitter
Campanha do governo francês visava convencer os cidadãos a irem às urnas na eleição do Parlamento EuropeuFoto: picture-alliance/dpa/A. Warnecke

Na campanha eleitoral europeia, o governo francês foi vítima de sua própria lei contra as chamadas fake news. O Twitter se recusou a divulgar uma campanha francesa em prol da participação nas eleições europeias – e apontou para uma lei adotada em dezembro contra a disseminação de notícias falsas. O Ministério do Interior da França se mostrou irritado.

Com uma campanha com o slogan "Ouijevote" (sim, eu voto), o serviço de informação do governo francês queria convencer os cidadãos a irem às urnas para a eleição do Parlamento Europeu, agendada para 26 de maio. E para alcançar mais pessoas, a agência governamental queria fazer uso de anúncios pagos no Twitter.

Em um tuíte – não bloqueado – o ministro do Interior da França, Christophe Castaner, expressou sua indignação. A prioridade do Twitter, disse, deveria ser combater conteúdos que promovam o terrorismo e não campanhas que incentivam a participação em eleições democráticas. Ele afirmou que levará a questão à reunião dos ministros do Interior do G7 na quinta-feira.

Em dezembro, foi aprovada a legislação destinada a impedir a "manipulação de informações". Ela tem como alvo principalmente as empresas online como Google, Facebook e Twitter. Estas empresas devem demarcar de forma visível as publicações pagas, a fim de impedir manipulações e interferências eleitorais. Por exemplo, o contratante e o financiamento devem ser especificados.

Ao contrário de Google e Facebook, o Twitter não possui capacidades para executar as especificações, segundo a própria empresa. O Twitter decidiu, portanto, rejeitar todas as campanhas políticas pagas.

O governo francês enfatizou que a publicação não era sobre propaganda política ou relacionada a partidos, mas sobre uma campanha de informação que incentiva a participação na eleição. "A lei não é contra nós", disse um porta-voz.    

Nesta quarta-feira, o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que não pode descartar completamente a interferência nas eleições europeias, embora muitos progressos tenham sido feitos.

"Em um mundo onde os Estados estão tentando interferir nas eleições, não existe aquela coisa exata que possamos fazer com a qual o problema está resolvido", disse Zuckerberg em entrevista à emissora irlandesa RTE.

As plataformas do grupo americano, que também incluem o Instagram e o Whatsapp, estão invariavelmente fortemente envolvidas nas campanhas eleitorais de políticos. No entanto, eles também se tornaram vítimas de notícias falsas e discurso de ódio, assim como de influência do exterior. Os serviços de inteligência dos EUA, por exemplo, suspeitam que a Rússia interferiu na eleição presidencial americana de 2016.

Em fevereiro, a União Europeia (UE) acusou Facebook, Google e Twitter de não fazerem o suficiente para implementar suas promessas de combater as fake news antes das eleições europeias.

PV/afp/ots

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