Twitter suspende contas ligadas ao governo de Maduro
8 de janeiro de 2020
Bloqueio atinge perfis de ministérios, Forças Armadas, Banco Central e Presidência. Rede social indica que contas teriam violado regras de conduta, mas não dá detalhes.
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O Twitter suspendeu nesta terça-feira (07/01) várias contas venezuelanas ligadas ao governo de Nicolás Maduro. As suspensões atingiram perfis de ministérios, das Forças Armadas e da Presidência da Venezuela, por exemplo.
Uma mensagem de conta suspensa aparece para quem tenta acessar os perfis bloqueados. O texto indica que as contas "violaram as regras" da rede social. O Twitter não deu detalhes sobre os motivos da decisão.
As regras de conduta da rede social preveem suspensão em casos de publicações que promovam violência; terrorismo; extremismo violento; exploração sexual de menores; abuso ou assédio; conduta de ódio; suicídio ou automutilação; conteúdo sensível, incluindo violência gráfica e conteúdo adulto; certos bens e serviços ilegais ou regulados.
A plataforma também veta publicações que prejudiquem a integridade de eleições ou que divulguem informações pessoais de terceiros para confundir ou enganar outros usuários, entre outras regras.
A suspensão atingiu várias contas das Forças Armadas (FANB), como a do exército (@ejercitofanb), da aeronáutica (@AviacionFANB) e da Guarda Nacional (@GNBoficial), e do Ministério do Petróleo (@minpetroleove). Os perfis do Banco Central (@BCV_ORG_VE) e do Ministério da Economia e Finanças (@MinEcoFinanzas) ficaram foram do ar por apenas algumas horas.
O vice-ministro de Comunicação Internacional da Venezuela, William Castillo, condenou a suspensão. "Pare, Twitter! Pare de bloquear contas na Venezuela", escreveu em seu perfil na rede social.
O chefe do Comando de Operações Estratégicas das Forças Armadas venezuelanas, Remigio Ceballos, acusou o governo dos Estados Unidos pelo bloqueio. "A FANB repudia esses atos, vamos lutar pela independência", afirmou Ceballos.
O bloqueio não atingiu, porém, os perfis de Nicolás Maduro e de Diosdado Cabello, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte venezuelana, considerado o segundo político mais poderoso do país depois do presidente.
Entre 400 e 600 imigrantes chegam diariamente a Pacaraima, na fronteira da Venezuela com o Brasil. Sobrecarregada, pequena cidade é palco de xenofobia. Quem pode pagar segue logo viagem para Boa Vista.
Foto: DW/Y. Boechat
Chegada ao centro de acolhimento
Venezuelanos recém-chegados ao Brasil recebem café e biscoitos no centro de acolhimento de refugiados na fronteira com a Venezuela, em estrutura montada pelo governo federal na cidade de Pacaraima. Diariamente, entre 400 e 600 venezuelanos chegam a este posto para pedir refúgio ou residência no Brasil. Aqui são vacinados e examinados, antes de poderem seguir para Boa Vista.
Foto: DW/Y. Boechat
Vacinação necessária
Isabeli Ortega, de apenas um ano, aguarda para ser vacinada no posto de acolhimento do governo federal na fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Muitos dos imigrantes venezuelanos que chegam ao Brasil não foram imunizados contra doenças que estavam praticamente erradicadas da região, como o sarampo.
Foto: DW/Y. Boechat
Convivência difícil em Pacaraima
Brasileiros e venezuelanos discutem na área central da pequena Pacaraima. Sem estrutura para abrigar tantos imigrantes, a cidade entrou em colapso, e moradores passaram a atacar imigrantes. Desde o dia 18 de agosto, quando 1,2 mil venezuelanos foram expulsos da cidade por brasileiros armados com paus e pedras, o clima em Pacaraima é de tensão.
Foto: DW/Y. Boechat
Próximo passo
Imigrantes venezuelanos em Pacaraima se preparam para embarcar em ônibus que os levarão a Boa Vista. Ao preço de R$ 20, a viagem de mais de 200 km ainda é um luxo para boa parte dos imigrantes que chegam ao Brasil. Muitos não têm dinheiro para bancar o trajeto e, como não há a opção de transporte gratuito, ficam na pequena cidade fronteiriça tentando conseguir recursos para viajar.
Foto: DW/Y. Boechat
Destino: Boa Vista
Imigrantes venezuelanos aguardam a chance de ir para Boa Vista em um dos pontos de táxi da cidade. A corrida até a capital custa, em média, R$ 50 por pessoa. Os venezuelanos que cruzam a fronteira com algum recurso financeiro costumam optar pela viagem de táxi. O êxodo em direção ao Brasil aqueceu o mercado de transporte local.
Foto: DW/Y. Boechat
Abrigos sobrecarregados
Roupas secam ao sol no abrigo Rondon 1, em Boa Vista. Pouco mais de 4 mil imigrantes venezuelanos vivem em refúgios como este na capital de Roraima. Construídos pelo governo federal com o apoio da ONU, os abrigos são insuficientes para a grande quantidade de imigrantes que chegam à cidade.
Foto: DW/Y. Boechat
Interiorização aos poucos
Esta família venezuelana aguarda a chance de deixar Roraima e seguir em direção a outros estados brasileiros. Em seis meses, o programa de interiorização do governo federal conseguiu transferir apenas mil dos 30 mil venezuelanos que estão instalados em Roraima. Até o fim do ano, promete o Planalto, outros 2,3 mil venezuelanos seguirão para diferentes estados do país.