Twitter tenta repetir Facebook e LinkedIn em Wall Street
13 de setembro de 2013A companhia californiana Twitter anunciou na quinta-feira (12/09), em mensagem no próprio microblog, que iniciou os trâmites para lançar ações na bolsa por meio de uma oferta pública inicial de papéis (IPO, em inglês). A notícia já era esperada pelo mercado após a estreia do Facebook, no ano passado, em Wall Street.
Mas nem sempre o lançamento de ações de empresas de tecnologia são um sucesso. Quando estrearam na bolsa de valores, Facebook e LinkedIn vivenciaram os altos e baixos do mercado acionário. Mas será que o Twitter vai seguir o mesmo caminho ou vai passar com mais facilidade pelo teste de fogo?
Fundada por Jack Dorsey e comandada por Dick Costolo, a empresa possui, atualmente, cerca de 200 milhões de usuários e tem valor estimado entre 10 bilhões e 15 bilhões de dólares. A empresa se tornou uma das redes sociais mais influentes e de crescimento mais rápido do planeta. Analistas preveem que o Twitter deverá formalizar sua oferta de ações no mercado no começo de 2014.
"Geralmente esta oferta pública inicial de ações é muito boa, já que aqui mais uma firma de tecnologia vai se transformar realmente numa empresa. E o dinheiro captado na bolsa vai possibilitar novos investimentos", disse Frank Horn, da empresa de consultoria e estratégia digital kpunktnull, em entrevista à Deutsche Welle.
Emissão de ações do LinkedIn foi sucesso
O LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo, lançou há dois anos suas ações na bolsa de valores. Ainda antes de sua oferta pública, a empresa havia aumentado, de 35 para 45 dólares, o preço do papel e, mesmo assim, teve boa receptividade no mercado. As ações chegaram a dobrar de valor em apenas alguns minutos depois da primeira emissão.
A cotação chegou a subir, temporariamente, para 122 dólares – uma história de sucesso que outras empresas gostariam de repetir. Mas, de acordo com Dirk Müller, autor de um livro sobre o assunto, "em se tratando do lançamento de ações de empresas da internet, há muitos investidores que não têm muita informação sobre o mercado e colaboram com o aumento dos preços das ações". Mesmo assim, afirma, isso não é garantia de estabilidade para a cotação do papel a longo prazo.
Quando o Facebook entrou na bolsa, em maio de 2012, cada ação variou de 28 até 35 dólares. Logo depois aumentou para 38 dólares. Com um volume de 16 bilhões de dólares, a empresa registrou a maior entrada em bolsa na história da internet. Mas, depois, a decepção tomou conta, e as ações caíram de valor.
Primeiro teste, depois a venda
Entretanto, a empresa conseguiu se recuperar. Nesta quinta-feira, as ações atingiram o nível recorde de 45 dólares – o que faz com que a empresa alcance valor de mercado de 109 bilhões de dólares, até mesmo maior que seu valor original de emissão (104 bilhões de dólares).
"Mesmo assim, a mídia ainda diz que teria sido uma catástrofe", diz o consultor Horn. "Porém, devemos diferenciar: no primeiro dia de negócios houve dificuldades técnicas, e isso foi uma catástrofe para a bolsa de empresas de tecnologia Nasdaq. Foi uma catástrofe também para os investidores, que compraram pelo preço inicial e tiveram que revender imediatamente. Na visão de hoje, podemos dizer que, para o Facebook, a entrada na bolsa foi um lucro."
Fazer um prognóstico para o Twitter ainda é complicado. A empresa escolheu uma nova forma de lançar seus papéis e o fará de forma "planejada". Os dados da empresa deverão ser publicados primeiramente três semanas antes do lançamento das ações.
"Desta forma, é possível primeiro testar o interesse do investidor e eventualmente decidir pela entrada ou não na bolsa", diz Horn.
Sob a liderança da instituição financeira Goldman Sachs, alguns bancos selecionados devem verificar a demanda de potenciais investidores. De acordo com as primeiras estimativas divulgadas pelo mercado, o preço de cada ação do Twitter deverá ficar em 28 dólares.