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Uber registra milhares de casos de agressão sexual nos EUA

6 de dezembro de 2019

Relatório lista quase 6 mil denúncias de clientes, motoristas e terceiros entre 2017 e 2018. Levantamento inclui dados sobre abusos sexuais, homicídios e acidentes de trânsito envolvendo carros a serviço da plataforma.

Logomarca da Uber sobre bandeira dos EUA
É a primeira vez que a Uber divulga relatório sobre incidentes durante viagens encomendadas pelo seu aplicativoFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Lennihan

A plataforma de transporte de passageiros Uber revelou nesta quinta-feira (05/12) que foram registradas quase 6 mil denúncias de agressões sexuais por clientes, motoristas e terceiros nos Estados Unidos entre 2017 e 2018.

Os dados constam no Informe sobre a Segurança do Uber nos EUA, publicado pela empresa, que tem sede em San Francisco, na Califórnia. O relatório oferece informações reunidas entre 2017 e 2018 sobre abusos sexuais, homicídios e acidentes de trânsito com vítimas, ocorridos em veículos a serviço da plataforma.

A companhia afirma ter recebido 2.936 denúncias ligadas a agressões sexuais em 2017 nos Estados Unidos, e que 3.045 de tais incidentes foram reportados em 2018 no país.

O relatório ressalta que passageiros correspondem a quase metade das partes acusadas, o que indica que, em tais casos, a vítima da agressão seria outro passageiro ou o motorista.

O documento aponta ainda 235 denúncias de estupro em 2018 nos EUA. O número desses incidentes, definidos como "penetração sexual não consentida", cresceu ligeiramente em relação a 2017, quando a Uber registrou 229 casos.

A empresa afirma que o número de incidentes é relativamente reduzido, se considerado o universo de 2,3 bilhões de viagens realizadas nos dois anos pesquisados.

"Embora essas denúncias sejam raras, cada denúncia representa um indivíduo que decide expor uma experiência intensamente dolorosa", disse a Uber no relatório. "Mesmo uma única denúncia já é demais."

A empresa afirmou que triplicou o tamanho de sua equipe de segurança desde 2017, adicionando um novo recurso de segurança, um "botão de emergência no aplicativo", e realizando "verificações de antecedentes mais rigorosas" entre os motoristas.

É a primeira vez que a Uber divulga este relatório. A empresa e sua principal rival americana, a Lyft, estão sob crescente pressão para lidar com o número cada vez maior de reclamações feitas pelos clientes a respeito de abusos.

Na quarta-feira, 20 mulheres entraram com ações em um tribunal em São Francisco contra a Lyft por agressões sexuais ou violações que ocorreram em veículos com motoristas afiliados à empresa da Califórnia. Outras 14 queixas semelhantes foram registradas em setembro.

As ações levaram as duas empresas a implementar várias medidas para melhor garantir a segurança dos passageiros.

Mortes em veículos da Uber

O relatório da Uber também afirma que 107 pessoas perderam a vida devido a acidentes em 2017 e 2018, durante viagens solicitadas a partir do seu aplicativo.

E 19 pessoas foram mortas em agressões relacionadas a viagens da Uber nesses dois anos. Delas, oito eram passageiros e sete, motoristas, enquanto os restantes eram terceiros, incluindo transeuntes.

No mês passado, o organismo regulador do transporte público de Londres suspendeu por tempo indeterminado a licença para a empresa operar na cidade, apontando "várias violações que têm colocado os passageiros e a sua segurança em risco".

MD/dpa/efe/afp/lusa

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