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Ucrânia declara estado de emergência

23 de fevereiro de 2022

Medida visa ampliar capacidade de defesa contra possíveis agressões russas. Governo poderá reforçar policiamento e impor medidas mais rígidas, como toques de recolher, enquanto aumentam as preocupações no Ocidente.

Soldados ucranianos treinam na neve. Ucrânia amplia capacidade de defesa contra possível invasão de seu território por parte da Rússia
Ucrânia amplia capacidade de defesa contra possível invasão de seu território por parte da RússiaFoto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance

O Parlamento da Ucrânia decretou nesta quarta-feira (23/02) um estado nacional de emergência de 30 dias, para que o país possa ampliar sua capacidade de defesa contra uma possível invasão de seu território por parte da Rússia.

A medida, aprovada por ampla maioria, surge no mesmo dia em que Moscou começou a evacuar sua embaixada e Kiev, e enquanto Washington alertava para um maior risco de um ataque russo ao país.

O estado de emergência, que entra em vigor nesta quinta-feira, permitirá aos governos regionais o reforço das medidas de defesa, desde a intensificação da verificação de documentos de pessoas e veículos, até ações mais rígidas de policiamento, como limitar a circulação de transportes.

As autoridades poderão ampliar a segurança das infraestruturas estratégicas, além de impor toques de recolher e obrigar a população a permanecer em suas casas.

"Serviços de inteligência de todos os nossos parceiros estrangeiros, assim como nossa inteligência e seus analistas, demonstram que seria impossível tomar nosso país sem antes desestabilizar a situação doméstica”, afirmou o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksiï Danilov.

O secretário afirmou que a situação é "difícil, mas está sob nosso controle”. O estado de emergência é valido para todo o país, mas não inclui as duas regiões controladas pelos separatistas na província de Donbass.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que as novas regras proíbem eventos em massa e greves. Na capital ucraniana, serão estabelecidos postos de controle nas entradas da cidade, além de verificações mais intensas nas estações de trens e aeroportos.

O Parlamento ucraniano aprovou a medida após um pedido do Conselho de Segurança do país.

Ocidente reforça sanções 

A decisão russa de reconhecer os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, gerou fortes reações no Ocidente. Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e vários países anunciaram sanções econômicas contra Moscou, que continua a negar qualquer intenção de invadir o país vizinho.

A Rússia quer garantir que as forças da Otan diminuam sua presença na Europa Oriental, e que a aliança militar do Atlântico Norte jamais aceite a adesão da Ucrânia. Para Putin, essas exigências são inegociáveis.

"O nosso país está sempre aberto ao diálogo direto e honesto, visando encontrar soluções diplomáticas para os problemas mais complexos", afirmou o presidente russo em pronunciamento à nação na ocasião do Dia do Defensor da Pátria. "Mas repito: os interesses da Rússia e a segurança de nossos cidadãos são inegociáveis."

"Hoje, garantir a capacidade das forças de defesa do nosso país continua sendo o dever mais importante do Estado", disse o presidente russo.

rc (dpa, AFP)

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