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Eurocopa 2012

12 de novembro de 2009

Ucrânia corre o risco de não promover a Eurocopa 2012, devido a atrasos nas obras de infraestrutura. O evento seria uma boa oportunidade de modernizar o país e possibilitar novos investimentos na área de infraestrutura.

Polônia e Ucrânia são as sedes da Eurocopa 2012

A Ucrânia tem até 30 de novembro para convencer a União Europeia de Futebol Associado (Uefa) de que o país tem condições de ser sede do Campeonato Europeu de Futebol (Eurocopa) de 2012. O Comitê Executivo da Uefa decidirá no dia 10 ou 11 de dezembro se as quatro cidades ucranianas – Kiev, Donetsk, Lviv e e Karkiv – estão em condições de organizar os jogos e receber mais de 1,3 milhão de torcedores.

Os preparativos para a competição, que já chegaram a estar à beira do fracasso, revelaram-se sérios desafios políticos, econômicos e sociais. A Ucrânia ainda tem complexos esportivos, hotéis, ruas e aeroportos a serem construídos ou modernizados. Além disso, o governo ucraniano também havia se comprometido a superar a ineficácia da estrutura burocrática, implantando o trabalho conjunto entre o Estado e o setor de economia.

Novo estádio de Donetsk, uma das sedes da EurocopaFoto: picture-alliance/ dpa

O vice-prefeito de Kiev, Anatoli Holubtshenko, admitiu que a organização da Eurocopa é um grande desafio, pois os projetos de infraestrutura a serem implementados são muito grandes para o "jovem país". Segundo ele, o último evento esportivo de grande porte realizado na Ucrânia foram os Jogos Olímpicos de 1980, promovidos pela então União Soviética.

Como aquele evento esportivo foi organizado pelo Comitê Central do Partido Comunista da então União Soviética e da Ucrânia, Holubtshenko explica que não há praticamente ninguém desta época que participe da organização da Eurocopa 2012. "Para nós, os preparatórios da Eurocopa são como uma prova, ninguém sabe exatamente por onde começar", declarou o vice-prefeito.

Olhar para o futuro

Já o diplomata e presidente do Comitê Organizador da Euro 2012, Markian Lubkivski, defende que é preciso olhar para o futuro e não para o passado.

Ele acha que a Eurocopa uniu os ucranianos, que ela se tornou uma ideia nacional, que uniu o Estado, o mundo dos negócios e a sociedade. "Enquanto na Áustria e na Suíça a Eurocopa promoveu a tradição do futebol, na Ucrânia temos problemas para superar nossa própria identidade, para nos integrarmos na comunidade europeia e aprofundar as relações com a Polônia", explicou.

Grandes investimentos

Segundo Lubkivski, a oportunidade de sediar o Campeonato Europeu daria o impulso inicial para a execução de projetos há muito planejados, como o novo terminal do aeroporto Borispol, o mais importante da Ucrânia.

Reconstrução do complexo olímpico de Kiev, em junho de 2009Foto: RIA Novosti

O evento também proporcionaria uma importante parceria entre o estado e a economia privada. Um exemplo disso é o estádio de Donetsk – o primeiro do Leste Europeu na categoria mais alta do ranking da Uefa – e que foi financiado pelo homem mais rico do país, Rinat Achmetov.

Segundo a presidente do escritório de coordenação do preparatório e execução da Eurocopa 2012, Ilia Schevliak, a implementação dos projetos de infraestrutura não irá beneficiar somente as cidades sedes do campeonato, mas todo o país.

Impedimentos

Porém, em tempos de crise econômica e financeira, a falta de dinheiro é um dos problemas mais sérios da Ucrânia. As sugestões para os desafios apresentadas pelo governo de Julia Timoshenko chegaram a provocar um escândalo. O gabinete de ministros havia conseguido aprovar no Parlamento uma lei que obrigaria o Banco Nacional Ucraniano a investir 800 milhões de euros em projetos para a Eurocopa. E isso que o banco é um órgão estatal independente. Mas a presidente acabou vetando o projeto. O Parlamento, por sua vez, vetou o veto dela, e o caso foi parar no Tribunal Constitucional. Observadores veem a polêmica como fato normal, no contexto das próximas eleições presidenciais.

O ministro dos Esportes da Ucrânia, Iuri Pavlenko, está certo de que estes investimentos são necessários para o país, ainda que eles sejam feitos em tempos difíceis. Para ele, independente do valor investido, o país vai lucrar com o campeonato. Ele ressalta que os projetos de infraestrutura são um investimento de longo prazo: "Ruas, estádios, complexos esportivos, cidades restauradas… acho até que a cultura terá outro nível".

Autor: Alexander Savizki (jbn)

Revisão: Roselaine Wandscheer

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