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Ucrânia: EUA ameaçam abandonar negociações de paz

18 de abril de 2025

Secretário de Estado Marco Rubio cogita deixar esforços se conversas não evoluírem dentro de dias. "Essa guerra não é nossa. Temos outras prioridades", afirmou. Rússia diz que trégua em ataques a rede energética expirou.

Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, com Trump, desfocado, ao fundo
Secretário de Estado dos EUA, Marco RubioFoto: Kevin Mohatt/REUTERS

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse nesta sexta-feira (18/04) que se as negociações entre Ucrânia e Rússia não avançarem, Washington deve abandonar seus esforços no processo.

Rubio fez as declarações pouco antes de deixar Paris, onde, junto com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, participou de várias reuniões com aliados europeus e autoridades ucranianas para buscar uma solução para a guerra na Ucrânia.

As conversas em Paris foram a primeira vez, desde a posse do presidente americano, Donald Trump, que as principais autoridades americanas, ucranianas e europeias se reuniram para discutir o fim da guerra na Ucrânia.

"Essa guerra não é nossa"

"Se não for possível acabar com a guerra na Ucrânia, precisamos seguir em frente", disse a jornalistas. "Precisamos determinar rapidamente, e quero dizer em questão de dias, se isso é viável".

Rubio declarou que ele e Witkoff viajaram a Paris para "começar a conversar sobre linhas gerais mais específicas do que seria necessário para acabar com a guerra" e se esta é uma guerra que pode ser encerrada.

"Esta guerra não é nossa. Nós não a começamos. Os Estados Unidos têm ajudado a Ucrânia nos últimos três anos e queremos que ela acabe, mas esta guerra não é nossa", reiterou.

"O presidente (Trump) passou 87 dias no mais alto nível deste governo se esforçando repetidamente para acabar com esta guerra. Estamos chegando a um ponto em que precisamos decidir se isso é possível ou não", disse Rubio aos repórteres. "Porque se não for, então acho que vamos seguir em frente. Essa não é a nossa guerra. Temos outras prioridades nas quais nos concentrar."

Paris fala em "alinhamento"

O pessimismo de Rubio sobre os resultados das negociações contrasta com a visão que a França tem sobre o processo, que considera que as negociações de Paris demonstraram um "alinhamento" dos Estados Unidos com os europeus e com as autoridades de Kiev em relação à necessidade de alcançar uma paz duradoura na Ucrânia e pressionar Moscou.

"Estamos alinhados sobre a vontade de alcançar uma paz, sobre a vontade de construir com os europeus e com os ucranianos" e sobre a "continuação de entregas significativas de armas", disse o ministro delegado francês para a Europa, Benjamin Haddad.

Em entrevista durante uma visita à Itália, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, disse estar "otimista" quanto ao fim da guerra de três anos.

O presidente Donald Trump tem pressionado Moscou e Kiev a concordarem com uma trégua, mas não conseguiu extrair nenhuma concessão importante do Kremlin, apesar das repetidas negociações entre seu governo e a Rússia.

Moratória "expirou"

Um dos poucos compromissos que Trump conseguiu obter da Rússia – uma moratória temporária para ataques à infraestrutura de energia ucraniana – "expirou" nesta sexta-feira, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, depois de Rússia e Ucrânia se acusarem mutuamente de violações.

Ao mesmo tempo, ele afirmou que houve "avanço concreto" nas negociações com os Estados Unidos para uma solução pacífica na Ucrânia, em resposta às declarações de Marco Rubio. 

"Acreditamos que algum progresso pode ser observado. Esse progresso está relacionado à moratória provisória que foi respeitada pela Rússia de não lançar ataques contra a infraestrutura energética", disse Peskov. 

Ele enfatizou que certos acordos foram alcançados nas últimas semanas, embora, "é claro, ainda tenhamos muitas discussões difíceis pela frente". 

md (EFE, AP, AFP)