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Ucrânia mantém contraofensiva no sul do país

30 de agosto de 2022

Kiev relata combates intensos na região de Kherson, enquanto Kremlin afirma que suas operações na região prosseguem como planejado.

Soldado ucraniano em traje camuflado e com o rosto encoberto segura um fuzil
Ucrânia afirma que combates intensos ocorreram em quase todo o território da região de KhersonFoto: Andrew Kravchenko/AP/picture alliance

A região ucraniana de Kherson, ocupada pela Rússia, foi palco de confrontos nesta terça-feira (30/08), após Kiev anunciar no dia anterior o início de uma contraofensiva no sul do país.

A maior parte dessa região, na costa do Mar Negro, assim como a capital de província de mesmo nome, foi tomada pelos russos no início da invasão do território ucraniano, há seis meses.

Tropas russas capturaram a cidade de Kherson, que tem 280 mil habitantes, no dia 3 de março, sendo a primeira das principais cidades ucranianas a cair nas mãos de Moscou.

O gabinete da presidência da Ucrânia afirmou pela manhã que combates intensos vinham ocorrendo em quase todo o território da região de Kherson.

"Explosões poderosas continuaram ao logo do dia e da noite", informou o órgão. "As Forças Armadas da Ucrânia lançaram ações ofensivas em várias direções."

Disputa por Kherson

Desde o início de agosto, o Ministério da Defesa do Reino Unido alerta que a Rússia vinha tentando reforçar suas tropas na margem oeste do rio Dnipro, que atravessa a cidade de Kherson.

A Defesa britânica afirma que "a maior parte das unidades [russas] em torno de Kherson estaria, provavelmente, com poucos homens, e dependente de frágeis linhas de abastecimento e pontes de barcas através do Dnipro". Segundo o órgão, ainda não é possível confirmar a extensão dos avanços ucranianos.

A presidência ucraniana alega que suas forças destruíram quase todas as pontes na região, deixando apenas as passagens de pedestres.

A porta-voz do comando sul do Exército ucraniano, Natalia Humeniuk, disse que Kiev é capaz de destruir qualquer ponte de barcas ou embarcação que possa atravessar o Dnipro. "Todas as áreas onde essas travessias possam ser realizadas estão ao alcance de nossas armas, e serão atingidas."

O comando sul diz que a situação permaneceu tensa. "O inimigo atacou cinco vezes as nossas posições, mas sem sucesso", informou, acrescentando que a cidade de Mykolaiv, a noroeste de Kherson, foi alvo de pesados bombardeios que deixaram 24 mortos.

Com o impasse no conflito na região do Donbass, analistas já previam que os combates se voltariam para o sul do país, em meio à tentativa ucraniana de quebrar linhas de defesa russas antes da chegada do inverno.

Moscou, por sua vez, afirma que as operações no sul da Ucrânia continuam como planejadas. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, insistiu que todos os objetivos russos na região serão atingidos.

O Ministério da Defesa da Rússia diz que a Ucrânia teria sofrido "perdas em larga escala" de mais de 1,2 mil soldados e dezenas de equipamentos militares no que chamou de "derrota" nos recentes ataques no sul do país.

Zelenski orienta soldados russos a fugir

O recrudescimento das hostilidades ocorre em um momento em que os estudantes ucranianos se preparam para o retorno às salas de aula, após as escolas fecharem em razão da invasão russa.

Somente as escolas que possuem abrigos antiaéreos poderão reabrir. As demais terão de recorrer ao ensino à distância.

Logo após o início da contraofensiva, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, instou os soldados russos a fugirem e salvarem suas vidas. "Se querem sobreviver, está na hora dos militares russos partirem. Vão para suas casas", disse.

rc/bl (AFP, Reuters)

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