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Ucrânia registra ataques massivos de norte-coreanos em Kursk

15 de dezembro de 2024

Inteligência militar ucraniana diz que tropas da Coreia do Norte começaram a combater em "números significativos" em estratégia para ganhar território.

Lançador russo na região de Kursk em uma imagem recente.
Russos tentam recuperar região de Kursk, conquistada pela UcrâniaFoto: Russian Defense Ministry/AP/picture alliance

A Rússia começou a usar tropas norte-coreanas em números expressivos pela primeira vez para realizar ataques contra as forças ucranianas na região russa de Kursk, afirmou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite deste sábado (14/12).

Segundo ele, esse foi o uso mais expressivo de tropas da Coreia do Norte na guerra até agora. "Já temos dados preliminares de que os russos começaram a usar soldados norte-coreanos em seus ataques. Um número significativo deles", disse Zelenski. "Temos informações que sugerem que seu uso pode se estender a outras partes da linha de frente", concluiu.

Kiev já havia identificadoforças norte-coreanas na região de Kursk em outubro, quando houve confrontos menores. Esta, porém, seria a primeira vez que um batalhão teria participado de um ataque massivo contra forças ucranianas. Até agora, a Rússia não confirmou nem negou a presença de norte-coreanos na guerra. A Ucrânia estima que ao menos 11 mil homens da Coreia do Norte engrossam o efetivo russo.

"Em essência, Moscou arrastou outro Estado para essa guerra. Se isso não for uma escalada, então qual é a escalada de que tantos têm falado?", disse Zelenski.

"Ondas vivas" norte-coreanas

De acordo com o jornalista ucraniano Yuri Butusov, o ataque coordenado norte-coreano lançado neste sábado "lembra a tática das 'ondas vivas' usada pelos exércitos norte-coreano e chinês durante a Guerra da Coreia de 1950-53".

Em publicação nas redes sociais, Butusov destacou que os soldados norte-coreanos conseguiram ultrapassar algumas posições ucranianas devido a sua grande velocidade e ao fato de não pararem para retirar os feridos.

Andrii Kovalenko, funcionário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, disse que os norte-coreanos sofreram perdas, mas não forneceu números.

"Os russos estão tentando realizar operações de assalto com a ajuda dos norte-coreanos. A tarefa dos norte-coreanos é correr sob os ataques de nossas forças e ocupar certas áreas", escreveu Kovalenko no Telegram.

Avanços podem ser usados para negociação

A Ucrânia, que tem quase um quinto de sua área ocupada pelas tropas de Moscou, lançou uma incursão na região de Kursk, no oeste da Rússia, em agosto, na prática criando um enclave que, segundo ela, poderia ser usado como moeda de troca numa negociação para encerrar a guerra.

Neste domingo, a Rússia afirmou que conquistou dois vilarejos no Donbass, em setores estratégicos da frente leste da Ucrânia. O ataque aconteceu perto de Pokrovsk, uma cidade importante para o fornecimento logístico do exército ucraniano.

Analistas avaliam que o objetivo da aceleração inesperada da ofensiva russa no Donbass é chegar a uma melhor posição para negociação após a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

A ofensiva terrestre também é complementada por ataques aéreos. "Só nesta semana, a Rússia usou cerca de 630 bombas guiadas, cerca de 550 drones e mais de 100 mísseis de vários tipos contra a Ucrânia", disse Zelenski num vídeo publicado no Telegram.

gq/as (DW, Reuters)