Ucrânia reporta mortos e feridos em onda de ataques russos
8 de maio de 2023
Civis teriam sido atingidos em ataques com drones e mísseis contra Kiev e outras cidades ucranianas. Nova ofensiva ocorre na véspera do Dia da Vitória, que marca capitulação da Alemanha nazista em 1945.
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A Rússia lançou uma nova onda de ataques aéreos a Kiev e outras cidades da Ucrânia, disseram autoridades ucranianas nesta segunda-feira (08/05), deixando um rastro de destruição, mortos e feridos.
"Infelizmente, há civis entre os mortos e feridos; prédios, casas particulares e outras infraestruturas civis foram danificadas", disseram as Forças Armadas da Ucrânia.
A intensificação da ofensiva russa ocorre na véspera do Dia da Vitória, um dos feriados mais comemorados na Rússia, que marca o aniversário da capitulação da Alemanha nazista em 1945.
Noite teve ataques com 35 drones e 16 mísseis
O comando militar da Ucrânia disse que as forças ucranianas destruíram 35 drones Shahed, de fabricação iraniana, lançados durante a noite pela Rússia em diferentes alvos em todo o país.
"A Federação Russa [também] lançou 16 ataques com mísseis na noite passada, em particular nas cidades de Kharkiv, Kherson, Mykolaiv e na região de Odessa", disse o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia em sua atualização diária.
Ao menos cinco pessoas ficaram feridas em ataques russos contra Kiev, disseram autoridades ucranianas. Mísseis incendiaram um depósito de alimentos na cidade de Odessa, no Mar Negro, e explosões foram relatadas em várias outras regiões ucranianas.
Em Kiev, três pessoas ficaram feridas em explosões no distrito de Solomyanskyi, e outras duas no momento em que destroços de um drone caíram no distrito de Sviatoshyn, disse o prefeito Vitali Klitschko em seu canal no Telegram.
Aeroporto, depósito de alimentos e prédio residencial entre os alvos
Segundo a administração militar de Kiev, destroços de um drone também caíram em uma pista do aeroporto de Zhuliany, um dos dois aeroportos de passageiros da capital ucraniana, sem provocar incêndios. Serviços de emergência estariam trabalhando no local.
Os militares também disseram que, no distrito central de Shevchenkivskyi, em Kiev, destroços de drones aparentemente atingiram um prédio de dois andares, causando danos. Não havia informações imediatas sobre possíveis vítimas.
Enquanto isso, Serhiy Bratchuk, porta-voz da administração militar de Odessa, postou em seu canal do Telegram fotos de uma grande estrutura totalmente tomada por chamas, no que ele disse ser um ataque russo a um depósito de alimentos.
Após os alertas de ataque aéreo soarem por horas em cerca de dois terços da Ucrânia, também houve relatos de sons de explosões na região de Kherson, no sul e na região de Zaporíjia, no sudeste.
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Rússia espera capturar Bakhmut até terça-feira
A Rússia intensificou o bombardeio de Bakhmut e espera tomar a cidade até esta terça-feira, disse o principal general ucraniano encarregado da defesa da cidade sitiada, prometendo fazer de tudo para evitar que isso aconteça.
O coronel-general Oleksandr Syrskyi, comandante ucraniano das forças terrestres, disse que as forças russas aumentaram a intensidade do bombardeio da cidade com armas pesadas, começaram a usar equipamentos mais avançados e estavam reagrupando suas tropas.
"Hoje é importante tomarmos decisões o mais rápido possível e prevermos as ações do inimigo", disse Syrskyi em seu canal no Telegram, após uma visita às tropas ao longo da linha de frente de Bakhmut.
"Os russos ainda esperam capturar a cidade até 9 de maio. Nossa tarefa é impedir isso", disse ele.
Para Moscou, Bakhmut é vista como um trampolim para atacar outras cidades ucranianas. Kiev, por outro lado, diz que manter a defesa de Bakhmut, ocupando importantes forças ofensivas russas, permite aos militares preparar sua esperada contraofensiva.
ip/lf (AP, AFP, dpa, Reuters, ots)
Bakhmut: a "fortaleza do Donbass" na linha de frente da guerra
Antes da invasão russa, Bakhmut tinha 70 mil moradores. Intensos combates entre tropas russas e ucranianas causaram mortes e destruição na estratégica cidade do Donbass, mas nem todos os civis a abandonaram.
Foto: LIBKOS/AP Photo/picture alliance
A cidade antes da destruição
Esta foto, tirada na primavera europeia de 2022, mostra murais com o tema "Família e Crianças" em Bakhmut. Em maio, a linha de frente da guerra chegou à cidade, e os tiros e bombardeios aéreos começaram. Muitas casas foram seriamente danificadas.
Foto: JORGE SILVA/REUTERS
"Você se sente um sem-teto"
Blocos de apartamentos no leste de Bakhmut foram os primeiros a serem atingidos por ataques russos. Hoje, os bairros se assemelham aos da cidade portuária destruída de Mariupol. "Você se sente um sem-teto, perdemos tudo. Não há para onde voltar", disse uma moradora chamada, Halyna, retirada de Bakhmut e cuja casa foi totalmente destruída.
Foto: Aris Messinis/AFP/Getty Images
Escola em ruínas
Dois professores de Bakhmut se abraçam em frente às ruínas de sua escola. Ela foi bombardeada pelo exército russo em 24 de julho de 2022. O prédio ficou bastante danificado. Não houve mortos ou feridos no ataque.
Foto: Diego Herrera Carcedo/AA/picture alliance
Patrimônio cultural em pedaços
O bombardeio russo causou a destruição de muitos prédios históricos importantes em Bakhmut, incluindo o Palácio da Cultura, a antiga casa particular do comerciante Polyakov da década de 1880 e o antigo ginásio para meninas. Edifícios mais modernos, que já foram o "cartão de visitas" de Bakhmut, também foram destruídos.
Foto: Dimitar Dilkoff/AFP/Getty Images
Preparativos para a retirada
Oleksandr Hawrys faz os preparativos finais para transferir a esposa e dois filhos de Bakhmut para Kiev. Em 7 de março de 2023, menos de 4 mil pessoas ainda estavam na cidade, que antes da guerra tinha 73 mil habitantes.
Foto: Metin Aktas/AA/picture alliance
Só ficaram os solteiros e os mais fracos
Mais de 90% dos residentes deixaram Bachmut e arredores. Por meses, algumas lojas e uma farmácia ainda funcionaram durante momentos de trégua. Instituições de caridade e voluntários levaram ajuda humanitária aos moradores da cidade.
Foto: ANATOLII STEPANOV/AFP/Getty Images
Eles resistem, apesar de tudo
A grávida Olha e seu marido, Wlad, em 28 de janeiro de 2023 em frente a um abrigo antiaéreo em Bakhmut. O casal está entre os poucos civis que permaneceram na cidade, apesar dos violentos combates. Atualmente, para entrar em Backmut é preciso um passe especial.
Foto: Raphael Lafargue/abaca/picture alliance
Viver sob medo constante
A aposentada Valentyna Bondarenko, de 79 anos, olha pela janela de seu apartamento em Bakhmut, em agosto de 2022. Por causa dos bombardeios sem fim e do perigo constante, muitos moradores de Bakhmut permanecem em porões e abrigos de emergência por meses.
Foto: Daniel Carde/Zumapress/picture alliance
O dia a dia num porão
"Estamos acostumados aos zumbidos e explosões", disse Nina, de Bakhmut, à DW. Suas filhas foram "para a Europa", mas ela e o marido pretendem ficar enquanto o exército ucraniano estiver na cidade. Se a situação piorar, eles querem deixar a cidade "para não perturbar os militares quando o inimigo se esconder atrás das casas".
Foto: Oleksandra Indukhova/DW
Na fila pela ajuda humanitária
A situação humanitária na cidade piorou, principalmente nos últimos meses de 2022, depois da ofensiva das tropas russas de 1º de agosto. A rede elétrica foi danificada pelos ataques e bombardeios. O abastecimento de alimentos se tornou difícil, e a telefonia móvel entrou em colapso. Até voluntários foram atacados.
Foto: Diego Herrera Carcedo/AA/picture alliance
Batalhas de artilharia pesada
As principais batalhas por Bakhmut são travadas entre unidades de artilharia. Segundo estimativas militares, quase toda a gama de artilharia e morteiros fica nesta área. Bakhmut é fortemente atacada por unidades do exército privado russo Grupo Wagner. Os militares ucranianos continuam resistindo aos ataques.
Foto: Bulent Kilic/AFP/Getty Images
Bandeira ucraniana de Bakhmut no Congresso dos EUA
Em 20 de dezembro, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, visitou soldados ucranianos perto de Bakhmut. De lá, ele levou uma bandeira ucraniana, que deu à presidente da Câmara, Nancy Pelosi, dois dias depois, durante sua visita ao Congresso dos Estados Unidos. A bandeira traz as assinaturas de soldados que defendem a soberania da Ucrânia nas linhas de frente.
Foto: Carolyn Kaster/AP Photo/picture alliance
Tratamento dos feridos em Bakhmut
As principais tarefas dos médicos militares no front são estabilizar os feridos, prevenir mortes por perda de sangue e choque e, em casos graves, garantir o transporte para hospitais de áreas mais seguras no interior do país.
Foto: Evgeniy Maloletka/AP Photo/picture alliance
Cidade está 80% em ruínas
A foto é dos últimos dias de dezembro de 2022. A fumaça sobe sobre as ruínas de casas nos arredores de Bakhmut. De acordo com as autoridades locais, em março de 2023 os violentos combates já haviam destruído mais de 80% da área habitacional da cidade.
Foto: Libkos/AP/picture alliance
Destruição registrada por satélite
Uma imagem de satélite divulgada pela Maxar em 4 de janeiro de 2023 mostra a extensão da destruição em Bakhmut. "A cidade tem sido o centro de intensos combates entre as forças russas e ucranianas nos últimos meses, e as imagens mostram danos significativos em prédios e infraestrutura", informou a empresa aeroespacial.
Foto: Maxar Technologies/picture alliance/AP
Cidade-fantasma
Esta foto de 13 de fevereiro de 2023, tirada por um drone da agência de notícias AP, mostra a extensão da destruição causada pelos combates. Fileiras inteiras de casas foram destruídas, apenas as paredes externas e as fachadas danificadas ainda estão de pé. Telhados, tetos e pisos desmoronaram, e a neve se acumula dentro das ruínas.
Foto: AP Photo/picture alliance
"Fortaleza Bakhmut"
Um soldado ucraniano diante de uma pichação no centro da cidade que diz "Bakhmut ama a Ucrânia". Embora a liderança política e militar da Ucrânia tenha decidido continuar defendendo o lugar, a Otan não descarta que Bakhmut possa cair, embora isso não signifique necessariamente uma virada na guerra.