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ReligiãoUcrânia

Ucrânia vai celebrar Natal pela 1° vez em 25 de dezembro

24 de dezembro de 2023

Para se distanciar das tradições ortodoxas da Rússia, ucranianos passam a celebrar o nascimento de Jesus Cristo com base no calendário gregoriano, em 25 de dezembro, e não mais em 7 de janeiro.

Pessoas no interior de uma igreja, decorada com árvores de Natal com efeites azuis e amarelos
Nova data da celebração cristã, determinada em função do calendário gregoriano, foi aprovada pelo Parlamento da Ucrânia em julhoFoto: Valentyn Ogirenko/REUTERS

Os ucranianos celebrarão o Natal no dia 25 de dezembro este ano, e não mais em 7 de janeiro como ocorria normalmente. A mudança marca um distanciamento das tradições da igreja ortodoxa russa, que comemora o nascimento de Jesus Cristo 14 dias depois.

A nova data da celebração cristã, determinada em função do calendário gregoriano, foi aprovada pelo Parlamento da Ucrânia em julho e promulgada pelo presidente Volodimir Zelenski.

"O povo ucraniano está submetido há muito tempos à ideologia russa em quase todas as esferas da vida, inclusive com o calendário juliano e na celebração do Natal em 7 de janeiro", apontou o projeto de lei.

"Mas o poderoso renascimento da nação ucraniana prossegue e a luta contínua e frutífera por sua identidade contribui para a tomada de consciência e o desejo de cada ucraniano de viver sua própria vida, com suas próprias tradições, suas próprias festas", acrescenta o texto.

Mudanças

A decisão de alterar a data em que os cristãos celebram o nascimento de Jesus é parte de uma série de medidas adotadas pela Ucrânia para estabelecer um distanciamento da Rússia, como as mudanças de nomes de ruas e cidades que recordam a época em que o país, independente desde 1991, era parte da União Soviética.

A lei ilustra ainda a distância entre as igrejas da Ucrânia e da Rússia, que aumentou desde a o início da guerra de agressão russa, em fevereiro de 2022.

Igreja Ortodoxa ucraniana se declarou independente do Patriarcado de Moscou e "autocéfala" em 2019Foto: Photoshot/picture alliance

A Igreja Ortodoxa ucraniana, que passou vários séculos sob tutela religiosa da Rússia, se declarou independente do Patriarcado de Moscou e "autocéfala" em 2019.

A parte da Igreja ucraniana que havia permanecido fiel a Moscou também declarou sua independência em maio de 2022, em repúdio ao apoio à invasão prestado pelo patriarca russo Cirilo 1°, um aliado do regime de Vladimir Putin, que já foi alvo de críticas do papa católico Francisco, que se referiu ao russo como "coroinha de Putin".

Algumas igrejas ortodoxas, incluindo as da Rússia e da Sérvia, continuam utilizado o calendário juliano para suas celebrações religiosas e não o gregoriano, concebido no fim do século 16.

Durante o regime soviético (1917-1991), que defendia o ateísmo, as celebrações de Natal sofreram uma fusão com as festas de Ano Novo, que continuam sendo a principal celebração para muitas famílias ucranianas.

Na ceia de Natal, os ucranianos têm o costume de servir 12 pratos sem carne, incluindo a "kutiá", elaborada com grãos de trigo, mel, uva-passa, nozes moídas e sementes de papoula.

jps/le (AFP, ots)