Brasileiros têm novas opções
23 de novembro de 2008Três consórcios de universidades européias e brasileiras ganharam sinal verde da Comissão Européia para promover o intercâmbio de graduandos, doutorandos, pós-doutorandos e docentes através de um novo programa.
O Erasmus Mundus External Cooperation Window (EM-ECW) deverá proporcionar mais de 410 bolsas anuais para brasileiros, sendo 50% para estudantes de graduação. A Universidade Técnica de Munique (TUM) coordena um dos consórcios. A Universidade Técnica de Dresden (TUD) e a Universidade de Stuttgart participam dos outros dois, coordenados por instituições portuguesas.
Para Suzana Monteiro, presidente do Faubai (Fórum de Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais), o novo programa significa um ganho quantitativo e qualitativo para o intercâmbio acadêmico entre Brasil e União Européia (UE). Além de estreitar e intensificar antigas parcerias, o EM-ECW está proporcionando novas cooperações, inclusive com universidades de países que entraram mais recentemente na UE.
Alemães lideram entre estrangeiros no Brasil
Ao todo, 18 universidades públicas brasileiras integram os consórcios, com destaque para as federais do Pará (UFPA) e de Pernambuco (UFPE) e as estaduais de São Paulo (USP) e Campinas (Unicamp), contempladas nos três.
Também coordenadora de Cooperação Internacional da UFPE, Suzana ressalta que a presença de sua universidade nas três redes "demonstra o reconhecimento da credibilidade da instituição, conquistada com sua participação em projetos anteriores com a União Européia, como o programa Alban".
Os alemães somam hoje o maior número de estudantes estrangeiros na UFPE, com quase o dobro de portugueses. Mas Pernambuco não é um caso isolado. Segundo Suzana, os alemães lideram o ranking de estudantes estrangeiros numa pesquisa realizada em 46 instituições de ensino superior brasileiras.
Também vão beneficiar-se do Programa Erasmus Mundus External Cooperation Window os universitários das federais do Amazonas (UFAM), Bahia (UFBA), Brasília (UnB), Ceará (UFC), Fluminense (UFF), Goiás (UFG), Mato Grosso (UFMT), Minas Gerais (UFMG), Paraná (UFPR), Rio de Janeiro (UFRJ), Rio Grande do Sul (Ufrgs), Santa Catarina (UFSC) e São Carlos (UFSCar), além da estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Eubranex
O consórcio Eubranex, liderado pela Universidade Técnica de Munique, inclui oito instituições de ensino superior européias e onze brasileiras. "Até a metade de novembro, recebemos quase cem candidaturas e as inscrições ainda vão até o fim do mês. Por enquanto, há uma clara preferência por Munique, Sevilha, Paris e Estocolmo, mas na distribuição final dos bolsistas vamos tentar um equilíbrio entre os parceiros", informa Stephan Hollensteiner, coordenador da rede Eubranex e assessor para América Latina no Escritório Internacional da Universidade Técnica de Munique.
A Eubranex tem recursos para conceder até 123 bolsas a brasileiros, que deverão iniciar seu intercâmbio no mais tardar em março do ano que vem. Já os bolsistas europeus somente deverão chegar às universidades brasileiras no segundo semestre de 2009, devido a um atraso na liberação das verbas. Para os brasileiros, ela também atrasou, o que tornou o prazo de inscrições muito curto para a primeira turma de bolsistas.
Mais dois consórcios
Os outros dois consórcios reúnem, cada um, dez universidades européias e dez brasileiras. Coordenado pela Universidade do Porto e com a participação da TU de Dresden, o consórcio Euro-Brazilian Window (EBW) faz previsão de até 143 bolsas para brasileiros e 57 para europeus, já tendo encerrado o recebimento das candidaturas brasileiras.
Batizada de ISAC (Improving Skills Across Continents), a terceira rede tem sede na Universidade de Coimbra e a Universidade de Stuttgart como seu braço na Alemanha. O prazo para brasileiros candidatarem-se à turma de estréia do intercâmbio encerra-se no fim de novembro. O projeto calcula até 147 bolsas anuais para brasileiros e 30 para europeus, já no próximo semestre letivo.
Os brasileiros interessados em participar do intercâmbio precisam estar vinculados a uma das universidades integrantes dos consórcios. Ao selecionar seu destino, têm de verificar o idioma exigido, a fim de comprovar proficiência. Como áreas temáticas para o intercâmbio, os consórcios definiram engenharia, tecnologia, ciências sociais, educação e formação de professores.
Na graduação, o intercâmbio poderá variar de três a dez meses. Para doutorandos, há as variantes integral (34 meses) e sanduíche (6–10 meses). Pós-doutorandos terão igualmente a oportunidade de pesquisar por seis a dez meses na universidade anfitriã, e docentes em geral podem permanecer de um a três meses.