UE ajuda Portugal no combate ao fogo
28 de julho de 2004Todos os anos, no verão europeu, é a mesma rotina. Também em 2004 os incêndios assolam Portugal, França e Espanha. Com o aumento do turismo em massa, o fogo, muitas vezes de origem criminosa (supõe-se que é motivado pela especulação imobiliária), ameaça não só a vida humana, a flora, a fauna, como também as propriedades.
O forte calor, de até 44ºC, e os ventos favorecem o alastramento do fogo até próximo das grandes cidades. Cerca de dois mil bombeiros e soldados ocupam-se no momento com 30 focos de incêndio. Vários países da União Européia, entre os quais a Alemanha, estão enviando aviões de combate a incêndio.
Evacuação de turistas
Na França e na Espanha, estão sendo destruídos principalmente matas e bosques. Nas proximidades da francesa Nimes, duas auto-estradas tiveram de ser fechadas e várias casas foram evacuadas. O número de mortos por causa do calor na Espanha subiu para 12.
Em Portugal, as regiões mais atingidas são a Serra de Monchique — cadeia montanhosa cheia de bosques de castanheiros e campos de flores silvestres — e as proximidades do Parque Nacional da Arrábida, no sudeste de Lisboa. O fogo provocou o fechamento de praias e a evacuação de áreas turísticas.
Na Serra de Monchique, conhecida por suas fontes naturais, participam da operação antiincêndio mais de 150 bombeiros e dois helicópteros especiais. Fontes da defesa civil queixam-se de que a região ao norte de Portimão é de difícil acesso, o que não permite um combate eficaz à muralha de fogo. Regiões turísticas, entretanto, ainda não foram atingidas, anunciaram os bombeiros.
As chamas também voltaram a arder no Parque Nacional da Arrábida, onde o fogo já havia consumido 800 hectares de valiosas reservas ecológicas. Ecologistas e autoridades locais criticam o governo por não ter tomado providências para evitar uma nova catástrofe, já que no ano passado o país viveu a pior onda de incêndios de sua história.
Pedido de ajuda à União Européia
Lisboa respondeu aos críticos alegando falta de dinheiro e de pessoal para o trabalho preventivo. Em vista do rápido alastramento da parede de fogo, Portugal solicitou apoio à União Européia. Em resposta, Grécia, Itália, Espanha e França prometeram enviar aviões de combate a incêndio. Ajuda virá também da Bélgica, Grã-Bretanha, Noruega e Alemanha, que ofereceu oito helicópteros.
Na Espanha, já foram destruídos mil hectares de matas e bosques nas proximidades de Ourense e em Huelva. A situação também é grave na França. Mais de 250 bombeiros estão apagando as labaredas, mas não conseguiram evitar a destruição de mais de 600 hectares de bosques nos últimos dias. No final de semana, o fogo consumiu mais de 2500 hectares de matas e bosques ao norte de Marselha.