Visando visibilizar viagens dentro do bloco europeu, sobretudo durante o verão, Estados-membros e Parlamento Europeu chegam a acordo sobre certificado digital com informações sobre vacinações, testes e recuperação.
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Antecipando a temporada de verão no continente, os Estados-membros da União Europeia e o Parlamento Europeu acordaram sobre os detalhes de um certificado digital de âmbito europeu para a covid-19, contendo informações sobre vacinações, testes e eventual recuperação da doença.
A notícia foi divulgada na noite desta quinta-feira (20/05) pela presidência do Conselho da UE, a qual atualmente cabe a Portugal, em regime rotativo. Assim, cresceria a chance de que se tornem mais viáveis as viagens dentro do bloco europeu.
Passaporte de vacina: direito ou privilégio?
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Até o fim das longas negociações, debateu-se com que grau de autonomia os próprios países poderiam determinar as flexibilizações ou restrições de circulação. O consenso final foi que se evitará ingerências na soberania dos Estados individuais, porém estes só poderão impor restrições adicionais – como quarentena para quem apresente testes negativos, vacinados ou recuperados – caso, por exemplo, o grau de incidência de infecções assim exija.
Países já relaxam restrições de ingresso
Segundo a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakidis, trata-se de "um passo importante para restabelecer a liberdade de circulação na UE da forma mais segura possível", e a regulamentação deve gerar "clareza e certeza para os nossos cidadãos".
Ainda não está definido quando o certificado europeu será introduzido nos diferentes países-membros. O Ministério alemão da Saúde calcula que um atestado de vacinação eletrônico possa ser disponibilizado até, no máximo, 30 de junho.
Já é possível viajar para diversos países europeus sem quarentena compulsória. Na Grécia, por exemplo, só é preciso ter-se concluído a vacinação, ou apresentar um teste de PCR, realizado com, no máximo, 72 horas de antecedência.
Quem ingressa na Itália vindo de outro país da UE tampouco precisa entrar em quarentena, contanto que comprove pelo menos um teste negativo para o novo coronavírus. A mesma regra se aplica desde a quarta-feira para quem chega à Áustria vindo da Alemanha.
av/lf (DPA,OTS)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.