UE ameaça bloquear exportações para garantir vacina
28 de janeiro de 2021
Após atrasos na entrega dos imunizantes, Bruxelas ameaça utilizar meios legais para impedir farmacêuticas em solo europeu de exportarem o produto. Empresa que produz vacina da AstraZeneca na Bélgica é alvo de inspeção.
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Os esforços da União Europeia (UE) para assegurar o fornecimento de vacinas contra a covid-19 se intensificaram nesta quinta-feira (28/01), com o alerta dado por Bruxelas de que poderá utilizar todos os meios legais para bloquear exportações dos imunizantes produzidos pelas farmacêuticas no continente.
Segundo algumas autoridades do bloco, isso apenas poderá ser evitado se as empresas honrarem seus compromissos e entregarem as doses como prometido.
A distribuição de vacinas na UE ocorre em ritmo mais lento do que nos Estados Unidos, Reino Unido ou Israel, enquanto os países do bloco correm para garantir os estoques. As farmacêuticas vêm atrasando as entregas no continente devido a problemas de produção.
Centros de vacinação na Alemanha, França e Espanha cancelaram ou adiaram o agendamento de pacientes. Após as regiões de Madri e da Catalunha suspenderem suas campanhas por falta de imunizantes, a Espanha se tornou o primeiro país europeu onde a vacinação será parcialmente suspensa, em meio às dificuldades com as entregas do produto pelas empresas Pfizer, Moderna e AstraZeneca.
Esta última foi criticada publicamente pela UE pelo fracasso em entregar as vacinas. O bloco europeu já cogita desviar lotes do produto que seriam destinados ao Reino Unido.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse em carta a alguns líderes de países do bloco que a UE deve tentar garantir o abastecimento das vacinas como previsto pelos contratos firmados com os fornecedores, caso as negociações com essas empresas venham a fracassar.
"Se não houver uma solução satisfatória, acredito que devamos explorar todas as opções, fazer uso de todos os meios legais e medidas de execução ao nosso dispor", escreveu Michel.
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Licenciada da AstraZeneca na Bélgica é alvo de inspeção
As regras da UE sobre o monitoramento e a autorização de exportações de vacinas contra covid-19 poderão levar ao bloqueio das vendas para os países de fora do bloco, em caso de violação de contratos por parte das farmacêuticas. A Comissão Europeia definirá nesta sexta-feira os critérios para a avaliação dessas exportações.
A Comissão requisitou à Agência Federal para Medicamentos e Produtos de Saúde (FAGG) da Bélgica uma inspeção nas instalações de um laboratório licenciado pela AstraZeneca para a produção de vacinas.
A fábrica na cidade de Seneffe, operada pela americana ThermoFisher, está no centro do imbróglio entre a Comissão e a farmacêutica anglo-sueca, envolvendo o atraso na entrega de milhões de doses.
Além das autoridades belgas, também tomaram parte na inspeção especialistas da Holanda, Itália e Espanha. O objetivo é comprovar os problemas de produção alegados pela empresa. Apesar dos atrasos nas entregas para os países europeus, a AstraZeneca manteve o abastecimento para o Reino Unido, que possui contrato próprio com a farmacêutica.
A Comissão Europeia considerou os argumentos dados pela AstraZeneca como inaceitáveis e exigiu transparência por parte da empresa em relação ao envio das doses a partir de suas instalações em solo europeu.
rc/Reuters, AFP
Os ricos que lucraram com a covid-19
Enquanto muitos negócios foram duramente atingidos pela pandemia do novo coronavírus, alguns conseguiram multiplicar fortunas com a crise. Entre eles estão conhecidos bilionários.
Foto: Dennis Van TIne/Star Max//AP Images/picture alliance
Como ficar mais rico
Jeff Bezos (na foto com a namorada Laura Sanchez no Taj Mahal), fundador da Amazon, já era a pessoa mais rica do mundo e com o coronavírus multiplicou seu patrimônio. A revista "Forbes" estima sua fortuna em 193 bilhões de dólares. Sua empresa de comércio eletrônico fez negócios em ritmo acelerado durante a pandemia. As ações da Amazon bateram novos recordes.
Foto: Pawan Sharma/AFP/Getty Images
Tecnologia em alta no mercado
A Tesla, empresa de Elon Musk, produz carros, mas na bolsa é tratada como uma empresa de alta tecnologia. Musk lucrou com o entusiasmo do mercado em torno de ações de tecnologia durante a pandemia. Há pouco tempo, o empresário sul-africano ultrapassou Bill Gates na lista dos mais ricos do mundo. Sua fortuna é avaliada em 132 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/M. Hitij
Uma ideia certa no momento ideal
O aumento do número de pessoas trabalhando em casa durante a pandemia foi a grande oportunidade de Eric Yuan. O fundador do Zoom se mudou da China para os EUA quando tinha 27 anos. Depois de alguns anos na rival WebEx, ele lançou sua própria plataforma de videoconferência, o Zoom, em 2019. Desde a crise, as ações da empresa explodiram. Estima-se que Yuan tenha uma fortuna de 19 bilhões de dólares.
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Sucesso com exercícios físicos
Regras de distanciamento e fechamento de academias foram ótimos para John Foley. Em 2013, ele ainda buscava apoio para seu equipamento de ginástica numa plataforma de financiamento coletivo. Hoje, as pessoas estão dispostas a gastar muito dinheiro com o Peloton. As ações da empresa triplicaram durante a pandemia, e inesperadamente Foley, de quase 50 anos, se tornou bilionário.
Foto: Mark Lennihan/AP Photo/picture alliance
Conquistador do mundo
Desenvolvido por Tobias Lütke, a Shopify permite que comerciantes criem suas próprias lojas online. Nascido em Koblenz, o alemão emigrou para o Canadá em 2002 e começou um negócio de garagem como tantos outros. Hoje, a Shopify é a empresa mais valiosa do Canadá, com os preços de suas ações dobrando desde março. A revista "Forbes" estima a fortuna de Lütke, de 39 anos, em 9 bilhões de dólares.
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Bilionário da noite para o dia
Já no início de janeiro, Ugur Sahin apostou no cavalo certo ao trabalhar numa vacina contra a covid-19. O imunizante desenvolvido por sua empresa alemã Biontech já foi aprovado no Reino Unido. A vacina empurrou Sahin para os holofotes e o tornou bilionário. O valor de ações que ele possui é estimado em 5 bilhões de dólares.
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Ingredientes de sucesso
A empresa de kits de refeição entregues em casa HelloFresh está em alta. Os lucros mais do que triplicaram durante a pandemia, segundo dados de novembro. Cofundador e acionista Dominik Richter aproveitou ao máximo o fechamentos de restaurantes. Ele ainda não está no nível dos bilionários que se beneficiaram com pandemia, mas tem os ingredientes certos para chegar lá.
Foto: Bernd Kammerer/picture-alliance
Amazon em dobro
Jeff Bezos não é o único que ficou mais rico com a Amazon durante a pandemia. Graças a ações que possui da empresa, a ex-esposa de Bezos, Mackenzie Scott, chegou ao primeiro lugar na lista de mulheres mais ricas do mundo. Sua fortuna é estima em 72 bilhões de dólares.
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