Fundo da União Europeia irá fomentar investimentos em cidades sustentáveis, energia limpa e agricultura. Anúncio é feito durante cúpula sobre o clima promovida por Macron dois anos após assinatura do Acordo de Paris.
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A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira (12/12) que irá destinar 9 bilhões de euros a um fundo voltado ao combate às mudanças climáticas, com objetivo de alcançar a meta de redução do aquecimento global estipulada no Acordo de Paris, assinado há exatos dois anos.
O novo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Sustentável irá fomentar investimentos em cidades sustentáveis, energia limpa e agricultura na África e em países vizinhos da UE. O anúncio foi feito durante uma cúpula sobre o clima na França, promovida pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
"Esse tipo de investimentos é crucialmente importante se quisermos passar de aspirações para ações", afirmou ao jornal britânico The Guardian o comissário europeu de Ação Climática e Energia, Miguel Arias Cañete. Segundo ele, o Acordo de Paris já está resultando em mais investimentos para combater o aquecimento global.
Cañete disse ainda que o fundo europeu irá criar novos empregos e reduzir a pobreza, além de aumentar o acesso à saúde e à tecnologia em regiões mais pobres.
O comissário europeu para o Desenvolvimento e Cooperação Internacional, Neven Mimica, destacou que um dos objetivos do fundo é apoiar a digitalização de empresas de pequeno e médio porte, o que seria essencial para o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza.
Segundo estimativas das Nações Unidas, até 2050, os custos de adaptação para as mudanças climáticas em países em desenvolvimento podem chegar a um valor entre 280 bilhões e 500 bilhões de dólares por ano.
Cúpula climática na França
Mais de 50 chefes de Estado e de governo participaram da cúpula sobre o clima na França, intitulada One Planet Summit. O encontro reuniu líderes mundiais para discutir o financiamento climático para impulsionar o Acordo de Paris – assinado por 195 países.
No evento, Macron alertou que a comunidade internacional está perdendo a luta contra as mudanças climáticas e pediu que os países se mobilizem e se comprometam com ações concretas. "O desafio da nossa geração é atuar e fazê-lo mais rápido", concluiu o presidente.
Observadores e participantes advertiram que sem trilhões de dólares em investimento em energia limpa, o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius em relação a níveis pré-industriais continuará sendo apenas um sonho.
Concluído em 12 de dezembro de 2015 durante a conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP21) em Paris e assinado por quase todos os países do mundo, o Acordo de Paris entrou em vigor em 4 de novembro de 2016. Ele visa limitar o aumento da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.
CN/lusa/rtr/dpa/ots
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.