1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Programa nuclear

26 de julho de 2010

Os ministros do Exterior da UE concordam em novas sanções contra o Irã. As medidas acertadas são mais severas do que as aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU. Após anúncio, Teerã diz estar disposta a negociar.

Programa nuclear do Irã causa suspeitas no OcidenteFoto: AP

Os ministros do Exterior dos 27 países da União Europeia concordaram nesta segunda-feira (26/7) em aplicar novas sanções contra o Irã. As medidas a serem adotadas são mais amplas do que as já aprovadas pelas Nações Unidas.

Segundo afirmou, após a reunião, o ministro do Exterior alemão, Guido Westerwelle, o meio de pressão é "forte, justo e preciso". Ele afirmou que o boicote tem o intuito de trazer o governo iraniano de volta às negociações, sem afetar a população do país.

Imediatamente após o anúncio da decisão, Teerã sinalizou disposição para negociar. "O Irã está disposto a um rápido retorno à mesa de negociações", afirmou em Viena o representante iraniano na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Ali Ashgar Soltanieh. As conversas deverão ser em torno da troca de combustível nuclear.

Ashton vê nova esperança para solução da crise

A alta representante da UE para Política Externa, Catherine Ashton, saudou a reação de Teerã ainda na noite desta segunda-feira. Agora, disse, as partes devem se encontrar o quanto antes, e acrescentou que há uma nova esperança de que a liderança iraniana atenda sua oferta para negociar feita em junho.

O ministro do Exterior iraniano, Manuchehr Mottaki, declarou neste fim de semana que no começo de setembro o Irã pretende conversar novamente sobre seu programa nuclear com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e Alemanha.

A comunidade internacional suspeita que o Irã mantenha um programa para produção de armas nucleares, sob o pretexto de estar trabalhando num programa atômico civil para geração de energia. O governo em Teerã tem refutado a acusação repetidamente, mas diversas vezes dificultou a realização de inspeções independentes em suas instalações nucleares. As negociações com o Irã estão paralisadas há quase um ano.

Irã classifica medidas como inócuas

Para Westerwelle, medidas são justas e precisasFoto: AP

Com as medidas, a UE quer pressionar a república islâmica como nunca antes. São previstas proibições de investimentos, assistência técnica e transferência de conhecimentos, equipamentos e serviços para refinarias e o setor de gás.

As sanções, que já devem começar a ser aplicadas a partir dos próximos dias também devem afetar bancos e companhias de seguros. Assim, futuramente, transferências de dinheiro de mais de 10 mil euros devem ser registradas e as acima de 40 mil euros necessitam aprovação prévia.

O comércio de mercadorias, como produtos químicos e de tecnologia da informação, tanto para uso civil como militar, deve ser restrito. A lista com nomes de membros da Guarda Revolucionária cujas contas serão congeladas e a liberdade de viagem restrita será ampliada. Há mais empresas, pessoas e bens na lista negra do que o previsto pelas Nações Unidas, disse Westerwelle.

Um porta-voz do Ministério iraniano do Exterior afirmou que as sanções são inócuas e que só irão tornar as negociações mais difíceis.

Sanções mais amplas que as previstas pela ONU

A UE adotará, assim como os EUA, sanções que vão além das acertadas no começo de junho pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que foi motivo de críticas por parte da Rússia. As sanções da ONU preveem, entre outras coisas, restrições para o transporte aéreo e marítimo iraniano.

"A mensagem ao governo iraniano não poderia ser mais clara", afirmou o ministro do Exterior britânico, William Hague. "Quanto mais eles se recusam a discutir o programa nuclear, tanto maior será a pressão e o isolamento enfrentados pelo Irã", comentou.

"A comunidade internacional se esforçou por muito tempo em vão a favor negociações", afirmou Westerwelle. "Sempre tentamos levar adiante uma política da mão estendida, mas há muito tempo que nossa mão se estende para o vazio", observou.

O chefe da diplomacia alemã afirmou acreditar que o Irã, apesar de seus protestos contra as sanções, vá aceitar a oferta de negociação. O boicote é, segundo ele, a única alternativa em vista da ameaça nuclear, mesmo para uma economia fortemente voltada para a exportação, como a da Alemanha.

MD/rtrs/ap
Revisão: Augusto Valente

Pular a seção Mais sobre este assunto

Mais sobre este assunto

Mostrar mais conteúdo