UE anuncia pacote de ajuda para Angola
31 de maio de 2002A ajuda foi anunciada pela Comissão Européia, em Bruxelas, nesta quarta-feira (28) como reação à assinatura do acordo de paz entre o governo de Luanda e o grupo rebelde UNITA, em 4 de abril, após a morte do líder rebelde Jonas Savimbi por soldados das tropas governamentais.
O dinheiro do Fundo Europeu de Desenvolvimento será para financiar a compra de alimentos, o retorno de deslocados da guerra civil e medidas para a remoção das minas terrestres, calculadas em 12 milhões.
O comissário europeu para ajuda humanitária, Poul Nielson, disse que o plano de ação anunciado prossegue um engajamento a longo prazo em favor das vítimas da guerra civil iniciada em 1975, logo após a guerra que levou Angola à independência de Portugal. Após o fim dos combates, a proporção da tragédia humanitária dos fugitivos e deslocados tornou-se mais evidente. O número de flagelados de guerra é estimado em quatro milhões.
Calcula-se que cerca de três milhões de angolanos foram mortos e outros 700 mil mutilados na luta pelo poder entre o governo marxista do MPLA (Movimento para a Libertação de Angola) e a UNITA (Movimento para a Libertação Total de Angola). Após o fim da União Soviética, que apoiava o governo, e da ajuda dos Estados Unidos aos rebeldes, os dois lados passaram a financiar a guerra com as riquezas naturais do país. O governo domina as reservas de petróleo e a UNITA, as minas de diamante.
A Comissão Européia também está preparando uma estratégia a médio prazo no âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento, que reserva uma soma adicional de 146 milhões de euros para apoiar a reabilitação e o desenvolvimento dos setores de alimentos, saúde, educação e boa governança em Angola.
Após o armistício com os rebeldes, o presidente José Eduardo dos Santos destacou também a necessidade de reintegrar à sociedade cerca de 200 mil ex-militares desmobilizados da guerra e prestar assistência a mais de 100 mil mutilados e 50 mil órfãos de guerra.