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UE apoia fornecimento de armas a curdos do Iraque

15 de agosto de 2014

Bloco aprova que países-membros ajudem com meios letais no combate ao "Estado Islâmico". França, Reino Unido e República Tcheca já se decidiram por fornecimento. No norte iraquiano, radicais islâmicos matam 80 yazidis.

Ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, após encontro extraordinário em BruxelasFoto: GEORGES GOBET/AFP/Getty Images

Os ministros do Exterior da União Europeia pronunciaram-se a favor de que os Estados-membros do bloco forneçam armas aos combatentes curdos do norte do Iraque, como reforço na luta contra o grupo extremista sunita "Estado Islâmico" (EI). A decisão foi tomada nesta sexta-feira (15/08) durante um encontro extraordinário em Bruxelas.

Segundo uma fonte diplomática da UE, após três horas de reunião, os ministros concordaram quanto a uma declaração comum, em que saúdam "a decisão de países-membros de reagir positivamente ao pedido do governo regional curdo de envio urgente de equipamento militar".

A reunião foi convocada atendendo a uma solicitação da França, primeiro país da UE que se decidiu a fornecer armas aos combatentes do Curdistão iraquiano. A iniciativa foi posteriormente seguida pelo Reino Unido e pela República Tcheca.

O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, informou que a disposição ao fornecimento de armamentos difere bastante de país para país e que a Alemanha ainda não se definiu na questão. "Precisamos ir até os limites do que é legalmente e politicamente factível", comentou. No momento, o país se limita ao envio de ajuda humanitária e material militar não letal para o Iraque.

Por outro lado, na luta contra a milícia terrorista é preciso coordenação estreita com o governo em Bagdá. "Primeiro vamos escutar o que se espera, lá, dos europeus e também da Alemanha", explicou o ministro. Steinmeier antecipou que as demandas deverão se dirigir, em primeira linha, aos países do Leste Europeu, que dispõem de munição adequada às armas dos combatentes curdos, provenientes da União Soviética.

O tema é controverso na Alemanha. Após o encontro de chefes de diplomacia da UE, a ministra da Defesa Ursula von der Leyen declarou a um periódico alemão: "Se só com armas alemãs for possível impedir um genocídio, então precisamos ajudar." Na véspera, a chanceler federal Angela Merkel já declarara que não exclui o fornecimento de armamentos para o norte do Iraque.

Massacre a yazidis

Segundo a agência de notícias curda Basnews, milicianos do "Estado Islâmico" perpetraram um massacre a uma comunidade yazidi do norte iraquiano. Pelo menos 80 homens dessa minoria etnorreligiosa teriam mortos na aldeia Tel Kujo, na região do Monte Sinjar, onde viviam cerca de 180 famílias.

A agência curda Rudaw postou no Twitter que as vítimas foram fuziladas por não aceitar a conversão ao islã, e que mulheres e crianças foram levadas para a localidade de Tel Afar. Outras fontes yazidis registram até 100 mortes.

Santuário yazidi no Monte SinjarFoto: Yezidisches Forum e.V.

O Conselho Central dos Yazidis da Alemanha chega a falar em centenas de vítimas. De acordo com uma testemunha do local, que conseguiu escapar, os jihadistas do EI haveriam levado para Tel Kujo todos os seus presos da região de Sinjar para executá-los lá.

O Conselho Central acrescenta que os sunitas sitiaram a aldeia durante nove dias, antes de ocupá-la, dando então ao moradores um ultimato para se converterem à religião muçulmana, o qual foi prolongado diversas vezes.

AV/afp/dpa

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