Agência reguladora recomenda aplicação de imunizante bivalente contra as subvariantes BA.4 e BA.5 nos idosos e mais vulneráveis. Autoridades antecipam aumento de internações e mortes com a chegada do inverno europeu.
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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou nesta segunda-feira (12/09) uma nova vacina produzida pela Pfizer-BioNTech criada para combater as subvariantes BA.4 e BA.5 da variante ômicron do coronavírus.
A assim chamada vacina bivalente age não somente como dose de reforço contra as duas subvariantes altamente infecciosas, mas também contra a cepa original do coronavírus Sars-Cov-2.
A recomendação da agência é que o produto seja aplicado em maiores de 12 anos que tenham recebido ao menos a vacinação primária contra a covid-19. A aprovação será submetida à Comissão Europeia, o que deve ocorrer em breve.
Logo depois, a vacina bivalente BA.4/5 deverá estar disponível em todos os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) em questão de dias, afirmou a Pfizer em comunicado divulgado nesta segunda-feira. O aval da EMA veio poucos dias depois de a agência aprovar outros imunizantes contra a subvariante BA.1 desenvolvidos pela Pfizer-BioNTech e pela Moderna.
As vacinas anteriores contra a covid-19 oferecem boa proteção contra as internações hospitalares e mortes, mas sua eficácia foi reduzida à medida que o vírus se desenvolvia.
Nos Estados Unidos, porém, a agência reguladora Food and Drug Administration (FDA) afirmou estar somente interessada nas vacinas contra as variantes BA.4 e BA.5, e já aprovou no início de setembro os novos imunizantes produzidos pela Pfizer-BioNTech e Moderna.
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Aumento das mortes no inverno
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a variante BA.5 tem sido responsável por quase 90% dos casos de covid-19 em todo o mundo. Autoridades europeias vêm incentivando os Estados-membros a distribuírem as doses de reforço das vacinas já disponíveis e das bivalentes, logo que essas últimas estiverem disponíveis.
Nos próximos meses – durante o outono e o inverno no Hemisfério Norte – os imunizantes devem ser disponibilizados para os idosos e os mais vulneráveis à doença, após um aumento nas infecções durante as férias de verão, com o enfraquecimento das defesas em razão da prevalência das variantes BA.4 e BA.5.
Mas um desejado aumento na vacinação desses grupos poderá ser limitado pelo fato de muitos estarem menos preocupados com a doença, o que é atribuído ao sucesso das primeiras gerações de vacinas.
Cientistas vêm alertando que o coronavírus perdurará durante muito tempo ainda, em parte por sua capacidade de superar a imunidade gerada pelas vacinas e infecções anteriores.
Em termos globais, os casos de covid-19 vêm diminuindo há semanas, mas especialistas esperam um aumento nas hospitalizações e mortes no próximo inverno no Hemisfério Norte. Até o momento, o vírus matou em todo o mundo mais de 6,5 milhões, de 608 milhões de infectados.
rc/av (Reuters, AFP, AP)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.