UE aprova vistos de proteção para refugiados da Ucrânia
3 de março de 2022
Benefício temporário aprovado em decisão histórica vale para ucranianos e estrangeiros que fogem da guerra no país. Presidente da Comissão Europeia anuncia criação de centro humanitário na Romênia.
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A União Europeia (UE) aprovou nesta quinta-feira (03/03) a concessão do status de proteção temporária para os refugiados que fogem da guerra na Ucrânia – cujo número já supera um milhão – e a criação de um centro humanitário na Romênia.
Os ministros do Interior da UE concordaram em ativar um mecanismo de proteção temporária criado há duas décadas, durante o conflito nos Bálcãs, mas jamais utilizado. A comissária de Assuntos Europeus, Ylva Johansson, disse se tratar de uma "decisão histórica”.
O texto redigido pela Comissão Europeia afirma que refugiados da Ucrânia e seus familiares receberão um visto de residência que lhes dá acesso a educação e à possibilidade de trabalhar durante um ano. Esse período pode ser renovado a cada seis meses, com um tempo máximo de dois anos.
Atualmente, os ucranianos somente podem permanecer no território da UE por até três meses, sem direito a trabalhar.
O ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, afirmou que a "União Europeia concederá proteção temporária a todos aqueles que fogem da guerra na Ucrânia”. A escolha das palavras utilizadas pelo ministro é significativa.
Apesar de a maioria das pessoas que deixam o país ser de nacionalidade ucraniana, há também muitos estudantes de países como Índia, Nigéria e de outras nacionalidades, que também buscam refúgio.
Centro humanitário na Romênia
"O significado desse momento para a Europa não deve ser subestimado”, afirmou em nota a ONG Oxfam. Segundo a entidade, o mecanismo de proteção "oferece uma corda de salvamento para as pessoas que fogem dos perigos na Ucrânia”. A ONG alerta que todos os Estados-membros também devem fazer a sua parte.
A proteção temporária, aprovada pela maioria dos países do bloco, deve entrar em vigor dentro de poucos dias, uma vez que a legislação esteja finalizada.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou que a UE prepara um centro humanitário na Romênia, um dos quatro países que fazem fronteira com a Ucrânia. "Proteger as pessoas que fogem das bombas de [Vladimir] Putin não é apenas um ato de compaixão. É nosso dever moral, como europeus”, disse.
rc/bl (AFP)
Civis sofrem com a guerra na Ucrânia
À medida que o ataque da Rússia à Ucrânia continua, civis ucranianos lutam para fugir do país. Quem não consegue, busca abrigo em estações de metrô, monta guarda para proteger a família e fabrica coquetéis molotov.
Foto: Emilio Morenatti/AP/dpa/picture alliance
Mistura explosiva
Moradores da capital, Kiev, têm improvisado de várias formas para repelir as forças russas. Na foto, membros da defesa civil preparam coquetéis molotov.
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
De prontidão
Residentes de Kiev formaram unidades de defesa civil para proteger a cidade e suas famílias. Na foto, um guarda armado da defesa civil patrulha uma rua da capital ucraniana após o toque de recolher.
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Espera e medo
Aqueles que não conseguem fugir dos ataques a Kiev se abrigam em qualquer lugar onde possam encontrar refúgio. Muitos vão para abrigos subterrâneos ou estações de metrô quando as sirenes de ataque aéreo disparam.
Foto: Kunihiko Miura/AP/picture alliance
Prédios atacados
Apesar das garantias russas de não atingir edifícios civis, foguetes e morteiros caíram em áreas residenciais, como neste prédio de apartamentos em Kiev, que foi danificado em 26 de fevereiro.
Foto: Efrem Lukatsky/AP/dpa/picture alliance
Em choque
Uma mulher observa sua casa destruída após um ataque russo com foguete em Kiev, no dia 25 de fevereiro. Forças russas atingiram alvos civis em várias cidades da Ucrânia.
Foto: Emilio Morenatti/AP Photo/picture alliance
Em busca de segurança
Pessoas se abrigam em um porão enquanto sirenes alertam sobre novos ataques em Kiev.
Foto: Emilio Morenatti/AP/picture alliance
Estação do metrô como abrigo
Muitos moradores de Kiev também estão indo às estações de metrô para se manterem seguros enquanto os combates continuam. A cidade tem uma população de cerca de 3 milhões de pessoas.
Foto: Zoya Shu/AP/dpa/picture alliance
Fuga da zona de guerra
Civis evacuados de trem do leste da Ucrânia chegam a Lviv, no oeste do país. A vizinha Polônia, além da Hungria e da Romênia estão recebendo milhares de refugiados.
Ucranianos carregam alguns poucos pertences enquanto fogem a pé para a fronteira com a Hungria.
Foto: Janos Kummer/Getty Images
Seguros, finalmente
Dois refugiados ucranianos se abraçam ao chegar à Hungria depois de passar pela fronteira de Beregsurany. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, prometeu fornecer assistência humanitária aos recém-chegados.
Foto: Bernadett Szabo/REUTERS
Heróis anônimos
Voluntários preparam sanduíches para refugiados ucranianos que fogem para a Romênia através da fronteira de Siret. As autoridades romenas se prepararam para um intenso fluxo de ucranianos.