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Ministros reunidos

26 de julho de 2009

Ministros europeus do Meio Ambiente, reunidos na Suécia, aumentam pressão sobre países industrializados para que permitam avanço das negociações sobre o sucessor de Kyoto, e cobram medidas concretas também de emergentes.

Tempo se esgotaFoto: AP

A União Europeia (UE) anunciou neste sábado (25/07) que vai aumentar a pressão para que se acelerem as negociações de medidas de combate ao aquecimento global. "Esperamos que as negociações avancem", disse Andreas Carlgren, ministro do Meio Ambiente da Suécia, país que ocupa a presidência rotativa do bloco, durante um encontro informal de ministros em Are, no centro do país. "Não temos um plano B."

Chefes de Estado e governo da UE haviam decidido que reduziriam suas emissões de gases causadores do efeito estufa em 20% em relação a 1990. No entanto, caso o restante dos países industrializados aceite fazer reduções semelhantes, a UE estaria disposta a elevar as suas para 30%. Com isso, espera pressionar países de fora do bloco a fixar metas ambiciosas com vista à definição de um substituto do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, durante a cúpula mundial sobre o clima, a realizar-se em dezembro, em Copenhague.

Carlgren alerta que, com o encontro previsto de ministros de Finanças e do Meio Ambiente da UE, em 20 e 21 de outubro, e a cúpula de chefes de Estado e de governo em 29 e 30 de outubro, haverá uma "supersemana" climática. Até lá, a UE pretende fornecer à Suécia um mandato de negociação para Copenhague. Os ministros destacaram, no entanto, que não mencionarão cifras concretas antes da cúpula, e que o mandato sueco contemplará apenas o mecanismo de financiamento.

Países em desenvolvimento devem pagar

"Precisamos de um mecanismo de financiamento e de um volume de dinheiro disponibilizado para esse fim. Tendo isso, poderemos negociar quão elevada será a participação europeia", disse o vice-ministro alemão do Meio Ambiente, Matthias Machnig. A UE estima que todos os países do mundo disponibilizarão cerca de 200 bilhões de euros por ano em um fundo destinado a financiar projetos climáticos em países mais pobres.

O bloco já definiu que a metade da renda obtida com o comércio de emissões de carbono será destinada a esse fundo, ou seja, aproximadamente 20 bilhões de euros, e sabe que o volume é pouco, mas não quer se pronunciar ainda, nem quanto ao volume total, nem quanto à distribuição do montante entre os países-membros.

Em contrapartida, exige que também os países em desenvolvimento e emergentes assumam compromissos concretos de redução de emissões. "No money, no deal", disse o sueco Carlgren. Estes, por sua, vez, não querem apresentar medidas concretas antes de saberem com quanto dinheiro contarão.

Primeira edição da revista 'Klima Magazin' tinha Obama na capaFoto: picture-alliance/ dpa

Tempo se esgota

Mas o tempo se esgota e o encontro de ministros em Are foi "o último treino antes da final", nas palavras de Carlgren. Ainda que saiba que tempos difíceis o esperam, na qualidade de presidente do Conselho da UE Carlgren deve acalmar os ânimos dentro e fora do bloco. O importante é que os 192 países representados em Copenhague alcancem ao menos um "acordo substancial", podendo os "detalhes técnicos" ser negociados depois.

Entretanto, case não se chegue a um acordo na capital dinamarquesa e um tratado definitivo não seja assinado até maio de 2010, terão se perdido duas datas importantes. Pois as eleições legislativas do outono de 2010 nos Estados Unidos representam uma prova importante para o presidente Barack Obama, sob cuja égide o país se converteu em uma esperança em questões climáticas. Só que, em campanha eleitoral, Obama estará de mãos atadas.

RR/dpa/afp/dw
Revisão: Augusto Valente

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